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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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O Brasil como exemplo

O colunista Eric Nepomuceno destaca as medidas do governo argentino de Alberto Fernández, que "resultaram no achatamento da curva de contaminados", e compara com a postura do governo brasileiro "que faz tudo depois da hora, em volume muito menor que o necessário, ignora grotescamente os números verdadeiros e tem um demente como presidente"

(Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Na noite da sexta-feira, o presidente argentino Alberto Fernández anunciou ao país a prorrogação da estrita quarentena até pelo menos o dia 26 de abril. Com isso, a medida, adotada em condições consideradas das mais rigorosas do mundo, terá cumprido cinco semanas.

A prorrogação foi decidida depois de prolongadas reuniões não só com os ministros, mas também com líderes de partidos de oposição e todos – todos – os governadores, inclusive os mais drasticamente opositores.

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Além disso, o presidente anunciou, com a devida cautela para não cometer charlatanice irresponsável, que médicos e cientistas do seu país trabalham intensamente, e sempre em contato com as mais respeitadas instituições de pesquisa do mundo, na procura de tratamento eficaz para a doença (convém recordar que a Argentina tem dois prêmios Nobel de Medicina e um de Química). Não cometeu a leviandade de mencionar remédios mágicos.  A quarentena foi decretada na Argentina no dia 20 de março. 

Resultado: se até a decretação do recolhimento obrigatório o número de contaminados dobrava de um dia para outro, essa multiplicação passou a acontecer a cada dez dias. As projeções iniciais indicavam que, no dia dez de abril, pelo menos 44 mil habitantes do país teriam contraído a doença. 

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Pois bem: depois da quarentena, nesse dia dez o número de contaminados não chegou a dois mil. E as mortes não passavam de 90.

As medidas resultaram no achatamento da curva de contaminados, enquanto a popularidade de Fernández subia até a casa dos 94%.

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Há outras determinações em caráter de urgência, tanto para ajudar os pobres e miseráveis (nos quatro anos de governo de Mauricio Macri, o amigão de Jair Messias, nada menos que 38 por cento dos argentinos migraram para essas faixas sociais) como para impedir desemprego. Como? Abrindo créditos de emergência. 

Lá, o dinheiro foi para quem dá emprego, e não para os bancos. E mais: o Estado assumiu contas de luz e gás, decretou que hipotecas e aluguéis fossem congelados por três meses, e impôs um rigoroso controle de preços de gêneros de primeira necessidade.

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Um detalhe: a situação econômica do país que Macri deixou de herança para o atual governo é caótica. E ainda assim, Fernández adotou medidas emergenciais para não deixar os empregos afundarem, enquanto protege o que deve ser protegido como prioridade máxima: a vida humana.

De onde tirar dinheiro para tudo isso? Depois se verá.

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Ah, sim: e em que ponto dessa história o Brasil entrou como exemplo?

No momento em que numa longa entrevista coletiva anunciando a extensão da quarentena Fernández mostrou países que relaxaram, que não se moveram com antecedência, e por isso tiveram curvas ascendentes de casos de contaminação em ritmo vertiginoso.

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E aí, coisa que por aqui pouco se comenta, saltaram dois exemplos impactantes: sim, sim, mais que a Espanha e a Itália, os Estados Unidos de Donald Trump e o país de seu adorador mor, Jair Messias.

A velocidade da expansão das contaminações e mortes nesses dois países supera a de todos os outros onde ocorreram tragédias tenebrosas. 

E, no nosso caso, com um detalhe assustador: as notificações estão há anos luz da verdade. São muito, muitíssimo mais os contaminados e mortos por coronavírus do que o ministério da Saúde anuncia diariamente.

É que a relação entre testes aplicados por milhão de habitantes, no caso brasileiro, é grotesca: enquanto na Alemanha são quase quinze mil, e nos Estados Unidos sete mil, aqui o número não chega a trezentos por cada milhão. É impossível saber a verdade.

Neste domingo, Jair Messias deu outra mostra da extensão da sua boçalidade. Saiu passeando alegremente, com um sorriso histérico em seu rosto de demente sem volta.

Eis aí outro exemplo do Brasil ao mundo, as de vexame: um governo que faz tudo depois da hora, em volume muito menor que o necessário, ignora grotescamente os números verdadeiros e tem um demente como presidente.  

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