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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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O Brasil dos nossos piores pesadelos

Temer está vendendo o Brasil diante da apatia do povo, dos olhares indiferentes do Supremo Tribunal Federal e das Forças Armadas e com a conivência da grande mídia. 

Michel Temer (Foto: Ribamar Fonseca)
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Temer está vendendo o Brasil diante da apatia do povo, dos olhares indiferentes do Supremo Tribunal Federal e das Forças Armadas e com a conivência da grande mídia. Embora sem legitimidade para dispor do patrimônio nacional, já que não foi eleito pelo povo para presidir a Nação, ele age como se fosse dono do país, como se nossas empresas estatais e riquezas naturais fossem sua propriedade. Um crime de lesa-pátria, de alta traição, cometido com a cumplicidade dos tucanos, que sustentam o seu governo, e dos deputados do chamado centrão, que formam a sua base aliada no Congresso mais medíocre, entreguista e corrupto de nossa História. Afora manifestações isoladas e sem ressonância na imprensa, que apoia as privatizações, ninguém diz nada, ninguém espanca panelas, ninguém se fantasia de amarelo e sai para a rua, talvez porque faltem os Kataguiris da vida que os manipulava pelas redes sociais durante o governo Dilma. Na verdade, todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a destituição da presidenta Dilma Roussef e colocaram Temer no poder são responsáveis por essa destruição da Pátria.

Temer está zombando do povo brasileiro e pode ficar por mais tempo no Palácio do Planalto por conta da trapalhada de Janot. Depois da primeira denúncia contra ele, estribada na gravação de Joesley Batista e derrubada na Câmara pelos votos comprados com o dinheiro do povo, já se desenha no horizonte a sua possível absolvição, na órbita do próprio Judiciário, no caso de uma ainda hipotética segunda denúncia de Janot. Às vésperas de deixar o cargo de Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ao contrário do que se imaginava, mostrou-se mais preocupado com Lula do que com Temer, fazendo denúncias açodadas e sem nenhuma prova contra o ex-presidente operário, ao mesmo tempo em que lançava suspeitas sobre os ministros do Supremo. Aparentemente enlouquecido diante da iminência de perder o cargo e os holofotes, ele enfiou os pés pelas mãos com aquela farsa da nova gravação do dono da JBS. E já há quem suspeite que ele nem fará a tão propalada segunda denúncia contra o presidente golpista, até porque já estaria pensando em pedir a prisão dos irmãos Batista.

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Constata-se que hoje, no Brasil, a Justiça funciona ao contrário da sua prática no resto do mundo. Aqui o culpado passa a ser a vítima e vice-versa. Um exemplo: Joesley Batista, que denunciou as mutretas de Temer, é que é o bandido e, por isso, até um ministro do Supremo já cobrou a sua prisão. O mesmo ministro, porém, nunca cobrou a prisão, por exemplo, dos que foram flagrados conduzindo malas de dinheiro de propina. E nem se manifestou sobre a fortuna apreendida pela Policia Federal no apartamento-cofre usado por Geddel Lima. Aliás, Rocha Loures e o primo Fred foram mandados para casa pela própria Justiça, que precisa de convicção, não de provas, para prendê-los. Precisamente por isso querem prender Lula, porque não existe provas, mas há convicção de sobra. Observa-se que nos casos de tucanos e peemedebistas ligados a Temer abundam provas, mas falta convicções. Por conta desse novo conceito de justiça o pedido de prisão do senador Aécio Neves, feito há tempos por Janot, dorme em berço esplêndido numa gaveta do Supremo, provavelmente até caducar. Esse novo conceito, porém, não vale quando o acusado pertence à magistratura, ocasião em que se exige a prova. Veja-se o caso do advogado Tacla Duran, que envolveu o juiz Sergio Moro ao fazer acusações ao seu compadre Zucolloto.

Moro, aliás, é um dos grandes entusiastas e disseminadores da nova Justiça. Transformado pela mídia em celebridade e assumindo a posição de maior autoridade judiciária do país, sem ser contestado nem mesmo pelo Supremo Tribunal Federal, ele já se notabilizou por condenar sem provas, estribado apenas em delações e em suas próprias convicções ou nas convicções do pessoal do Ministério Público. A sua maior vítima é o ex-presidente Lula, já condenado por ele a nove anos e meio de prisão por obras num apartamento que não é dele. Ninguém nunca disse ter dado um centavo sequer a Lula e, também, nenhuma mala de dinheiro foi encontrada andando em sua direção, mas segundo a convicção do magistrado de Curitiba ele é sempre culpado. E se tornou mais culpado ainda, agora também com a convicção de colunistas da mídia golpista, depois que o seu ex-ministro Antonio Palocci disse, em delação premiada após mofar na cadeia, que ele fez "um pacto de sangue" com Marcelo Odebrecht para receber uma fortuna em propinas. Os dois devem ter cortado os pulsos e assinado algum documento com sangue para garantir o pagamento. Mas não é preciso prova nenhuma, basta a palavra do delator, a convicção de Moro e a manchete do Globo para que ele seja condenado de novo. E a Justiça do juiz-pop-star terá sido feita.

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Pobre Brasil, que tem um governo de corruptos (Joesley já disse que Temer é o "ladrão geral da República"), um Legislativo igualmente recheado de corruptos, um Procurador Geral da República "delinquente", segundo o ministro Gilmar Mendes; um Judiciário partidarizado, um Supremo medroso e uma imprensa mercenária e impatriótica. Muitos brasileiros, decepcionados e revoltados, já estão deixando o país, transferindo-se para lugares onde existe democracia e Justiça. Outro tanto, porém, permanece na esperança de que alguma coisa aconteça para mudar esse caos, com a prisão dos vendilhões da Pátria. O ministro Gilmar já disse que não adianta apelar a "Deus ou ao diabo" mas, como Lula tem repetido, é preciso ter esperança e fé em Deus. Afinal, como diz o povo, Deus é brasileiro. E certamente não deixará seus patrícios desamparados, nas mãos dessa camarilha que assaltou o poder.

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