CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mauro Santayanna avatar

Mauro Santayanna

Jornalista, tendo ocupado cargos de destaque nos principais órgãos de imprensa brasileiros

163 artigos

blog

O Brasil e a OMC - uma nova vitória

Depois as pessoas se perguntam por que o Brasil trata bem países como Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua ou outros. Porque é assim - com diplomacia, equilíbrio e inteligência - que se constrói e mantém uma posição de liderança

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Uma das mais importantes vitórias brasileiras, no contexto geopolítico, nos últimos anos, foi a conquista da Diretoria Geral da OMC - Organização Mundial do Comércio, pelo diplomata Roberto Azevedo, em dezembro do anos passado.

Embora sua eleição tenha sido classificada pelos perdedores, mais como triunfo do próprio candidato do que do país em que nasceu, tratou-se, na verdade, de uma vitória eminentemente nacional.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Apesar da férrea oposição das grandes potências ocidentais, os EUA e a União Europeia – na Europa, só Portugal nos apoiou - Roberto Azevedo foi eleito com uma frente de mais de 20 votos entre os de 159 países de todas as regiões do mundo.

Diplomata experiente, trabalhando há anos na OMC como representante do Brasil, Azevedo e a equipe brasileira na OMC, já haviam colocado os Estados Unidos e a Europa de joelhos em outras ocasiões: a vitória brasileira e a derrota dos EUA nos contenciosos do suco de laranja e do algodão – que ajudou muito países em desenvolvimento; a vitória do Brasil contra a União Europeia nos casos do açúcar e do frango congelado, e contra o Canadá, devido a subsídios ilegais (Embraer x Bombardier) à exportação de aviões.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Não satisfeito em derrotar de forma decisiva o candidato mexicano Hermínio Blanco, os EUA e a Europa, na sua eleição para a OMC, Roberto Azevedo alcançou, na semana passada, uma emblemática vitória, não apenas para si mesmo e para a organização que dirige, mas também para o Brasil, do ponto de vista diplomático e geopolítico.

Em um encontro da Organização Mundial do Comércio em Bali, na Indonésia, conseguiu destravar as negociações comerciais da Rodada Doha, que sofriam um impasse histórico há anos, e fez com que a OMC alcançasse o primeiro acordo global de comércio - um objetivo que era perseguido desde sua fundação, em 1995.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Depois de dias de difíceis negociações, quando o acordo caminhava para sua finalização, foi preciso enfrentar forte resistência da Índia, que não queria abrir mão de subsidiar sua agricultura, para garantir alimentos locais para a população mais pobre, e de Cuba, que, junto com outros países bolivarianos, exigia que os Estados Unidos levantassem o embargo econômico sobre seu território, como condição para assinar a declaração final.

No final do processo, ficou claro que nenhum outro país, ou representante, que não o Brasil – sócio da Índia no IBAS e no BRICS, e responsável pelo financiamento e construção do novo Porto de Mariel em Cuba – ou Azevedo, poderia remover as resistências indianas e cubanas e alcançar o mínimo de consenso necessário para se alcançar o entendimento.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Depois, as pessoas se perguntam por que o Brasil trata bem países como Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua ou outros, ainda menos favorecidos, do continente africano. Não é apenas pelo fato de fazermos bons negócios - somos superavitários com a maioria deles – mas também porque é assim – com diplomacia, equilíbrio e inteligência - que se constrói e mantém uma posição de liderança. E, como vimos pelo acordo de Bali, assinado por 159 nações, uma forte influência global, o que não é pouco.

Do Blog do Mauro Santayana

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO