CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Enio Verri avatar

Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

267 artigos

blog

O Brasil feliz de novo

A reação da classe trabalhadora pode ser, agora, durante as eleições municipais, nas quais ela deve examinar a história recente e refletir sobre que nação ela deseja. Apostar na felicidade de um dos países mais desiguais do mundo é exigir um Estado ampliado e forte, que induza a economia com justiça social. Essa condição jamais será alcançada com a direita no poder

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Entre os anos de 1994 e 2001, o Brasil viveu uma onda ultraliberalizante. Ela foi produzida pelo PSDB, um partido eminentemente da direita cujo expoente máximo é sociólogo que governou o Pais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. À época, a imprensa comercial empenhou-se em apoiar a teoria defendida pelo presidente sociólogo, a da dependência econômica. Por meio de um contorcionismo retórico, tentaram convencer a sociedade brasileira de que é possível construir um país desenvolvido e justo submetendo-o aos interesses e outras nações. Apesar da intensa campanha de submissão, era incompreensível para parte da população, que o país detentor das as maiores reservas de água do mundo, de terras agricultáveis sem fim, dono da petroleira campeã mundial de prospecção e exploração de petróleo em águas super profundas, dentre outras riquezas energéticas e empresas estratégicas de ponta, se desenvolveria dependendo economicamente de outro país.

Não há, na história da humanidade, registro de nação soberana de joelhos para os interesses de outros povos. Indiferente às críticas dos progressistas, devidamente escondidas pelos veículos de imprensa de sustentação do seu governo, FHC cumpriu fielmente a agenda do consenso de Washington e passou a desmantelar o patrimônio nacional e proteger a classe dominante. Para convencer a população, a mídia reproduzia, diariamente, o discurso do governo de descredibilização e desmantelamento das empresas. Apesar de o lucro da Telebras e da Eletrobras, no primeiro semestre, de 1997, ter aumentado 250% e 200%, respectivamente, foram pintadas como ineficientes e prejudiciais à economia. Com a Petrobras, a sabotagem não foi menor. O sabujismo tucano foi tamanho, que tentaram mudar o nome da empresa para Petrobrax. Em 2001, fim da sua desastrosa era, FHC afundou a então maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar, a P-36. Esse crime de lesa-pátria custou a vida de 11 brasileiros.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Não existe uma classe dominante mais apátrida que a brasileira. Empoderada de seu complexo de vira-latas, ela determinou que FHC doasse uma grande e lucrativa empresa de mineração, respeitada em todo mundo e cobiçada por países desenvolvidos. A Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3,3 bilhões, quando valia mais de R$ 93 bilhões. A onda liberal vendeu os bancos estaduais, depois de suas contas saneadas pelo governo. Todo o processo de desmonte do Brasil foi eivado de corrupção. O Banco do Estado do Paraná, o Banestado, foi usado para o desvio de US$ 124 bilhões, pelas famosas contas CC5. Enfim, o espaço é pouco para descrever a destruição promovida pelos lacaios ultraliberais brasileiros. Em 2002, o resultado da política do acadêmico FHC foi a morte diária de 300 pessoas, de fome. Em sua maioria, crianças e idosos que nasceram pobres no país recorrentemente recordista de produção de alimentos.

Em 2003, num cenário socioeconômico de destruição e miséria construído pelos ultraliberais, a esperança tomou posse na pessoa do torneiro mecânico, Luiz Inácio Lula da Silva. Sob a desconfiança e críticas ofensivas da classe dominante, reproduzidas diariamente na imprensa que lhe serve, Lula afirmou que combateria incessantemente a fome. Dez anos depois, lutando contra uma classe dominante retrograda e egoísta, surgem os primeiros resultados. Em 2012, o Brasil foi destaque num relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por reduzir o número de brasileiros sob vulnerabilidade alimentar, de 15 milhões para 13 milhões. Uma redução de 13% dos famintos. As políticas elaboradas e implantadas pelo Partido dos Trabalhadores foram além e mataram a fome de quase 36 milhões de pessoas. Em 2014, a ONU anunciou que o País dava seus primeiros passos para fora do Mapa da Fome.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Não satisfeitos, PT, Lula e a presidenta Dilma Rousseff decidiram ousar e escandalizar a envergonhada classe dominante. Passaram, então, a matar outros tipos de fome, como a da educação, quando colocaram 5,3 milhões de filhos de pobres no ensino superior e enviaram mais de 100 mil jovens para realizar intercâmbio cultural em diversas universidades do mundo. Combateram a fome da moradia, construindo 3,5 milhões de habitações para 7,5 milhões de famílias pobres. Promoveram avanços civilizatórios, como o de levar água perene para mais de 12 milhões e médicos a 63 milhões de brasileiros. Ao invés de retirar, os governos do PT colocaram dinheiro nas mãos da classe trabalhadora. O salário mínimo teve ganho real de 77% acima da inflação e, em janeiro de 2015, antes de iniciar o processo do golpe, pelo mesmo PSDB, o Brasil chegou à marca histórica de 4,8% de desemprego. Esses mesmos governos investiram no fortalecimento das empresas estratégicas e na proteção das reservas energéticas. Enfim, sob os governos do PT, até mesmo a imprensa golpista noticiou que o brasileiro nunca foi tão feliz, com Lula e Dilma na Presidência do País.

O golpe, de 2016, deu ao Brasil um traidor não apenas da democracia, mas da nação. Temer editou a Emenda Constitucional 95, a do Teto de Gastos, que impede qualquer governante de investir no desenvolvimento do Brasil, por 20 anos, senão apenas a inflação do ano anterior. A ordem foi do mercado financeiro. Ao mesmo tempo em que desvia os recursos para o pagamento de juros da dívida, trata-se uma estratégia para asfixiar a economia, desmantelar as empresas estratégicas e entrega-las tão ou mais barato quanto FHC entregou. Porém, o golpe é um processo e não foi totalmente consolidado com o traidor decorativo. O passo seguinte foi, por meio de uma eleição forjada em mentiras e detratações, eleger, em 2018, um capacho que anda e fala. Bolsonaro foi eleito na esteira da demonização construída contra a esquerda, mas, principalmente, contra o PT. Ele e sua família estão envolvidos em acusações que vão de corrupção à organização mafiosa suspeita de assassinar a então vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Desde a campanha, Bolsonaro prometeu aprofundar as políticas ultraliberalizantes do antecessor, com a mesma narrativa de FHC, segundo a qual o Estado é muito grande e é necessário dar mais agilidade ao País, que poderá investir em educação e saúde se desfazendo do patrimônio nacional e de suas competências tecnológicas em produtos e serviços. Para não deixar dúvidas da falsidade do discurso, escalou um banqueiro para ministro da Economia, cuja única competência é confundir, pois não tem nada a dizer. Sua missão é entregar para o desenvolvimento de outros povos, todas a estatais e os recursos energéticos, como água, petróleo. Com a chegada do coronavírus, ficou bem claro para quem Bolsonaro administra. A fome, o desalento e a morte são os resultados da ostensiva omissão do presidente, que governa para não mais de 20% da população. Ele não teria tanto sucesso se não fosse protegido pela imprensa comercial, inclusive quando ele interfere escandalosamente em órgãos de fiscalização e controle para livrar sua família de investigações.

A fome está de volta. Apesar de o País exportar alimentos para todo o mundo, mais de 10 milhões de brasileiros passam fome, sendo 6,5 milhões crianças de 0 a 5 anos. Enquanto Lula e Dilma alimentaram os pobres e os inseriram na economia, garantindo poder aquisitivo, acesso à educação, saúde, cultura, moradia, trabalho e renda, Bolsonaro os mata de fome, cortando de R$ 600 para R$ 300 um auxílio emergencial que poderia ter sido de R$ 1045. O Brasil pode e deve voltar a ser feliz, mas precisa acreditar que na sua capacidade política. Este País é grande e rico demais para estar nas mãos de uma classe entreguista, escravocrata e que odeia a senzala que ela mesma criou e manteve, oficialmente, por 400 anos. A reação da classe trabalhadora pode ser, agora, durante as eleições municipais, nas quais ela deve examinar a história recente e refletir sobre que nação ela deseja. Apostar na felicidade de um dos países mais desiguais do mundo é exigir um Estado ampliado e forte, que induza a economia com justiça social. Essa condição jamais será alcançada com a direita no poder. Portanto, para ser feliz, vire à esquerda.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO