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Carlos Alberto Mattos

Crítico, curador e pesquisador de cinema. Publica também no blog carmattos

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O começo do fim da ditadura

"Depois do Vendaval" usa filmagens raras, feitas por dentro dos três movimentos que puseram um fim na ditadura de 1964

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O canal Youtube da TVT está exibindo o documentário "Depois do Vendaval", assinado por José Carlos Asbeg, Luiz Arnaldo Campos e Sérgio Peo. É programa obrigatório para quem se interessa pela história recente do Brasil. Não só porque trata do início do fim da ditadura civil-militar, narrado em três frentes: as greves dos metalúrgicos, o movimento estudantil e a luta pela Anistia em fins dos anos 1970. Mas também e principalmente por trazer imagens raras, filmadas não por televisões ou diretores "profissionais", mas por cineastas-militantes que flagravam as coisas por dentro.  

São três blocos, correspondentes aos episódios da minissérie exibida originalmente em 2019. No primeiro, metalúrgicos históricos relembram as greves que fizeram "o chão do Brasil tremer". Lula reaparece em 2018 lembrando como era o chamado novo sindicalismo: "O sindicato virou um shopping de causas ganhas", resume com a inteligência costumeira. 

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Entre imagens inéditas de movimentação operária em São Paulo e no Rio, destaca-se a importância das greves como fator de empoderamento e união da classe trabalhadora. A emoção de alguns depoimentos rivaliza com o que vimos, por exemplo, no clássico "Peões", de Eduardo Coutinho. 

O bloco sobre o movimento estudantil traz Vladimir Palmeira e outros líderes recordando a luta pela refundação da UNE após sua desativação pelo regime militar e o incêndio perpetrado pela extrema-direita. Na terceira parte, é ressaltado o papel de Iramaya Benjamin, fundadora do Comitê Brasileiro pela Anistia e retratada no documentário de sua neta, Carol Benjamin, "Fico te Devendo uma Carta Sobre o Brasil". 

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Aqui o filme recupera uma das filmagens mais valiosas de toda a luta contra a ditadura, que é a greve de fome dos presos políticos do Presídio Frei Caneca, no Rio, em 1979, feita pelos próprios, desde o momento da votação até o fim da greve, 32 dias depois. A impunidade dos torturadores é apontada como uma dívida de sangue do Estado para com o país.  

Afora as entrevistas feitas em 2018, quase todo o material foi captado pelos três diretores e suas pequenas equipes no calor dos acontecimentos. Não é menos que um tesouro histórico, que fala de um tempo no qual o Brasil se reconstruiu por inteiro. Coisa da maior utilidade no momento atual, em que precisamos mais uma vez passar o país a limpo.  

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Assistam ao filme na íntegra: 

https://www.youtube.com/watch?v=whVVWqCIi3k

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