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Michel Zaidan

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O Cristianismo do mal

O perigo mora na intromissão crescente e no projeto de poder dessas igrejas, em razão de sua pauta extremamente conservadora para a sociedade dos nossos dias; particularmente ante o direito das minorias sociais

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A expressão  foi dita pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. Talvez não seja a pessoa mais autorizada para falar sobre esses assuntos religiosos, pouco civis ou profanos. É da sua jurisdição  a defesa da Constituição  Republicana de 1988. Se vivêssemos um Estado Teocrático, tudo bem.

Mas ocorre que a laicidade do Estado Republicano brasileiro anda ameaçada pela intromissão solerte e indevida de algumas igrejas na vida civil dos cidadãos e cidadãs. Sob este aspecto,  a declaração  de Barroso  faz certo sentido. Há  vários  cristãos  e cristianismos. Desde os essênios  (os cristãos primitivos), essa religião  passou por muitas  transformações  e mudanças. 

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Sem falar na entronização  de Constantino do Cristianismo como religião oficial  do Império Romano e a divisão  da Igreja Católica  entre Bizâncio e Roma, muitos cismas e divisões tomaram conta das igrejas cristãs, criando uma enorme  diversidade  de sub-cristianismos, de pequenas igrejas, igrejas familiares, de vizinhos, etc. Para as quais contribuiu muito o movimento pentecostal e neopentecostal no estilo escatológico  norte-americano. 

É preciso dizer que essas pequenas e médias igrejas derivativas fizeram hoje enorme diferença na vida da cristandade  de países  como o nosso; sobretudo depois da crise da teologia  da libertação  e da atuação  da Igreja católica  nas chamadas "comunidades eclesiais de base" situadas  nas periferias  das grandes cidades.

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No vazio deixado por essas comunidades eclesiais de leigos, os cristãos  pentecostais  e neopentecostais  se fizeram, produzindo um cristianismo de mercado, de um discurso teológico da prosperidade, inspirado no "American way life", na base do " tu ganhas, quanto tu dares". Como diz a propaganda comercial  da Igreja Universal, dos irmãos prósperos e sorridentes.  Ou o adesivo nos carrões: "presente de Deus".

Até  aí tudo bem. O perigo mora na intromissão crescente e no projeto de poder dessas igrejas, em razão de sua pauta  extremamente conservadora para a sociedade dos nossos dias; particularmente ante o direito das minorias sociais  (sexistas, afrodescendentes, homoeróticas). 

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Questões cruciais  ligadas à politicas públicas como aborto, inseminação artificial , pesquisas com células-tronco, vacinas, direitos  reprodutivos, saúde da mulher,  etc. Podem estar em perigo  se essa intromissão influenciar a gestão pública e a educação pública, as decisões dos tribunais, a polícia, os hospitais públicos  etc.

O fundamentalismo religioso, o preconceito  e a ignorância  se tomarem conta do governo e dos parlamentos, vamos  implantar no Brasil  uma modalidade de guerra "santa"  contra a modernidade e suas conquistas  sociais, culturais, políticas, éticas, estéticas e assim por diante.

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Outra coisa: essa remissão ao judaísmo,  como irmão mais velho  do Cristianismo  é  um reforço  profundamente  conservador.  Há  dois tipos de judaísmo, um cosmopolita, ilustrado e progressista.  Outro, atrasado, sionista, belicoso, guerreiro.

Viva o cristianismo  de Joanildo Burity , Marcos André de Barros, Hely Ferreira, João Ferreira  e tantos outros  irmãos  de boa vontade, companheiros de luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidária  e tolerante.

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