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Toninho Kalunga

Ex-vereador do PT em Cotia. Foi coordenador Estadual de Formação Política do Diretório Estadual do PT/SP. Cristão católico ligado aos Orionitas no Santuário São Luís Orione

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O demônio e a legitimação bolsonarista de propagar a divisão

O amor é, portanto, o antídoto contra todo o mal gerado pela escuridão, pela injustiça, pela mentira e pelo ódio, que produzem a morte e são as formas como age o demônio no meio do povo. É nesse sentido que enxergo o demônio agindo com sua fina maestria de produzir neste momento, dúvida diante da verdade produzida pela ciência humana

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Na literatura cristã, o diabo é o pai da mentira, incentivador da divisão e da contenda entre os seres humanos, propagador do ódio e líder supremo do inferno, que para a teologia é o lugar espiritual onde Deus não se faz presente.

O inferno é, então, o fim da possibilidade de estar acolhido na Luz que é o próprio Deus, portanto, sem Deus, não existe a paz eterna e sem essa paz, não existe esperança. Assim o inferno pode ser entendido também como lugar inexistente, pois onde não há a esperança da presença de Deus, significa o fim do sentido de haver vida eterna.

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Em nossa vida cotidiana, às vezes passamos por momentos em que dizemos que aquilo é o inferno. São momentos de tormentas e inquietações, de dor e sofrimento físico, psíquico ou de sentimentos que são muito marcantes e tristes. Não raro, dizemos nesses momentos que essas situações são coisas do diabo. A ausência de Deus é isso! É um inferno.

Compreender o significado de inferno e entender o papel do demônio nos ajuda a identificar e combater sua função peculiar que é causar divisão, investir na confusão e usar das artimanhas diabólicas para confundir as pessoas. Só compreendendo isso é possível combater o mal.

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O mal está na escuridão que não nos deixa enxergar o bom caminho, está na injustiça que defende o que é errado. Está na mentira que nos impede de avaliar o que é bom e está no ódio que alimenta o mal. O demônio está nas ações cotidianas das pessoas, que de forma consciente ou não, agem mal.

O mal é a escuridão. E para combater a escuridão promovida pelo demônio, não se pode utilizar a própria escuridão, pois a soma das duas, gerará necessariamente mais escuridão! Para combater a escuridão, é necessário ter luz. E a luz vem acompanhada da verdade.

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O mal é a mentira. Não se combate a mentira com mais mentiras, pois o diabo é o pai da mentira e a soma das duas, gerará mais angústias e sofrimentos. A mentira só pode ser combatida com a verdade e a verdade sempre vem acompanhada da luz, que gera a reparação.

O mal é a injustiça. E para combater a injustiça utilizada pelo demônio como balizador de suas ações, não se pode utilizar de mais injustiças, pois a soma das duas, gerará mais dor e desilusões. A injustiça só pode ser combatida com reparação e a reparação sempre estará acompanhada da luz e da verdade, que juntas produzem o amor!

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O mal é o ódio. Não se combate o ódio, com mais ódio, pois o ódio é a marca do demônio. A soma dos dois só gerará morte! O ódio se combate com amor! E o amor, necessariamente sempre estará acompanhado da luz, da verdade, da reparação. É do amor que se gera vida.

O amor é, portanto, o antídoto contra todo o mal gerado pela escuridão, pela injustiça, pela mentira e pelo ódio, que produzem a morte e são as formas como age o demônio no meio do povo. É nesse sentido que enxergo o demônio agindo com sua fina maestria de produzir neste momento, dúvida diante da verdade produzida pela ciência humana, mesmo diante dos exemplos que assistimos todos os dias, dos outros países.

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Ver religiosos defendendo a mentira é algo que impressiona pela óbvia cegueira, diante da morte que todos os dias se somam através do coronavírus. Isso me fez refletir e pedir entendimento a Deus para que pudesse oferecer minha contribuição a esse momento.

Me lembrei de todo o capítulo 8 do evangelho de João, que convido os que são crentes e os que não o são para acompanhar essa leitura, refletir e a partir daí, tirar suas conclusões.

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(Evangelho de João, Capitulo 8) 

Jesus havia passado a noite em oração e já era de manhã, (versículo 1), após a oração, quando voltou do monte das oliveiras, entrou no Templo para pregar a Palavra. Muitas pessoas queriam ouvi-lo e se juntaram em seu entorno. (Versículo 2). Nisso, os doutores da lei e escribas, interrompem a pregação com um grave problema e pedem a presença de Jesus para resolvê-lo.

Era uma mulher. Uma mulher que havia acabado de ser pega em adultério, ou seja, estava transando com um homem e aqui, temos a primeira contradição. Embora fosse acusada de adultério, o homem não estava presente, pois somente a mulher era punida e nesse caso, a proposta era a de que deveria ser apedrejada até a morte!

Do versículo 3 ao 11, temos um tenso diálogo e um julgamento que, a depender do que dissesse Jesus, poderia levar aquela mulher à morte, ou então, o próprio Jesus a ser julgado por heresia! E a pena seria executada com pedradas ou crucificação! Jesus não faz a defesa da mulher de forma direta. Antes, como bom advogado, ele pergunta aos julgadores qual sua condição moral para levar aquela mulher à condenação. Suas atitudes, se fossem julgadas, sob o mesmo peso e medida que pediam para ser aplicada à suposta falta da mulher, seria perdoado se fossem convocados ao julgamento?

Um a um, diante dos fatos e da motivação de levar a pobre mulher a ser constrangida diante da turba carregada pelo ódio e pela hipocrisia, foram deixando o local sem lhe requerer à vida. E aquela mulher que chegara sem a menor esperança, finalmente tem direito à fala! E Jesus lhe pergunta... onde estão seus acusadores? Ela assustada e grata, lhe responde que foram todos embora sem lhe condenar. Então, diante da lei, Jesus lhe dá a libertação definitiva. “Eu também não lhe condeno”! Vá em paz!

A paz é contrária a toda perspectiva de guerra! A paz produz tranquilidade para continuar, independente do que tenha sido a vida anterior. Para os cristãos, o que importa é o perdão. O cristão que não compreende o dom do perdão, jamais compreenderá o que significa ser cristão. 

Por isso, tantos cristãos são mais fieis a uma determinada denominação religiosa do que cristãos! Fazem a opção em ser mais católicos, ou em ser mais evangélicos, do que serem cristãos. Por isso, Jesus, sem a menor dúvida despede a mulher orientando-a a não mais pecar, e ir em paz!

Em um outro momento, parece que os judeus permaneciam inconformados com aquela situação da mulher e voltaram a ter com Jesus, quando houve uma revelação importantíssima da parte de Jesus, que está contida nos versículos 13 a 20 do capítulo 8 de São João. Jesus revela dentro do Templo que Ele é O Filho de Deus. Nessa revelação está contida a acusação e blasfêmia, que é uma das três acusações contra Jesus no Sinédrio, que o levará a morte.

E mais uma vez, a partir do versículo 21 ao 30, Jesus se dirige ao povo que veio preferencialmente falar. E muitos creram nele. Isso passou a incomodar de forma irremediável aqueles que preferiam a religião do que a fé. Não é muito diferente do que acontece hoje, quando pessoas, em nome de Deus, agem rasgando os ensinamentos de Deus e criam uma estrutura religiosa que cabe apenas quem a pratica.

É uma religião distante do povo e de Deus, que arrebanha pessoas que se adaptam a dogmas e preceitos religiosos que saem apenas da boca de homens que não tem compromisso com os pobres, com os órfãos e com as viúvas. Gente que adora Deus com a boca, mas que tem o coração cheio de pedras, para apedrejar qualquer um que julguem ser adúlteros desta religião!

A partir do versículo 31, Jesus passa a ter com os religiosos daquela época, uma conversa que o levará a morte! Tenho para mim, que isso continua acontecendo nos dias de hoje cotidianamente. Religiosos radicais, continuam a julgar e matar Jesus. As palavras de Jesus aos judeus cabem perfeitamente a muitos católicos, evangélicos e espíritas que não aceitam o Evangelho de Jesus e criam um deus paralelo que caiba em seus conceitos perversos e cheios de ódios, de sentimentos rebaixados e preconceitos.

Nada, ou muito pouco mudou nestes 2.000 anos. E está no versículo 40 a resposta a isso. Continuam fazendo a opção pela morte, em nome de Deus.

Trazendo para os dias de hoje, não tem como ver religiosos irem à porta de um palácio e fazer apologia à morte diante de uma pandemia e não ouvir Jesus Cristo repetir exatamente as mesmas palavras que disse aos escribas e doutores da lei. São as mesmas personalidades. É o mesmo enredo, os atores mudam, mas a cena é a mesma. Não há como não comparar a atitude.

Está no versículo 44 a resposta! A visão daqueles religiosos do tempo de Jesus e dos de hoje, não se trata de uma visão deturpada da realidade. Não! As informações sobre o que estamos passando está à disposição de todos nós. Não querer enxergar isso, significa agir pela visão do demônio! Não há outra forma de interpretar estes acontecimentos.

"Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira."

São João, 8 - Bíblia Católica Online

Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-joao/8/

O que mais que uma ação demoníaca, diante de uma situação como esta, faria divisão, criaria confusão, aprovaria injustiças como a de não permitir que haja precauções diante de uma pandemia? Que governante no mundo demitiria um ministro que está mostrando os riscos para a saúde do povo, não apenas por previsão, mas por exemplos. 

Olhem para a Itália, para a Espanha, para os Estados Unidos! Não observar estes sinais é uma provocação. Isso é a ação do diabo que divide, que deturpa e que engana!

Do versículo 45 ao 59, quando se encerra essa passagem, o que se vê são agressões de gente que se diz de bem contra Jesus e suas respostas que incomodam e questionam a irracionalidade dos que vivem a dizer serem tementes a Deus. 

Observar este capítulo 8 do Evangelho de João é compreender o que leva gente que se diz, padre, pastor (a) ou líder religioso, membro de Igreja com qualquer denominação, seja leigo ou obreiro, seja instrutor de escola dominical ou catequista, seja liderança de grupos de oração, coordenador, presidente, presbítero, líder ou coordenador, não importa. 

Quem instrui pobres ou ricos a fazer protesto a favor de um governante notadamente defensor da tortura, que tem desprezo pela vida sob a justificativa de que isso servirá à economia e é um mentiroso, não está sendo instruído por Deus. 

Quem instrui o povo a fazer jejum convocado por quem demonstra arrogância e prepotência latentes, não tendo zelo pela vida dos idosos, e menospreza a vida dos que morrem e das famílias que sofrem a perda de seus entes queridos, são - não surpreendentemente - os mesmos que exigem dos pobres o pagamento do dízimo que lhes é entregue pelo governante!! São suas 30 moedas! 

Tem coisa mais abusiva no que se refere a manipular a vontade de Deus do que essas coisas? Evidente que isso terá um preço. Certamente, o clamor destes pobres chegará aos ouvidos de Deus e essas injustiças e manipulações serão corrigidas!

É o egoísmo do homem que nos trouxe a este momento. Jesus continua peregrino, continua ao lado dos desvalidos, das crianças, dos pobres, dos mancos, dos coxos, dos cegos, dos leprosos e das prostitutas acusadas de adultério por gente que não tem moral. Jesus continua sendo acusado de blasfêmia por religiosos que querem colocá-lo em uma redoma inacessível aos pobres.

A resposta de Jesus Cristo para essa gente é clara: 

Ver pessoas em avenidas fazendo protesto para que outras pessoas se contaminem por uma peste que ceifa tantas vidas, é algo estarrecedor e se fosse proposto um enredo desses em um filme de ficção, certamente muitos diriam que o roteirista exagerou. Como podemos ver, a realidade é mais cruel. Em 15 dias veremos o resultado deste egoísmo e muitos brasileiros sofrerão as inconsequências dos seguidores desse mito!

Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós. Que Nossa Senhora possa ajudar a acompanhá-la com a coragem de quem denuncia profeticamente como ela fez no Magnificat

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