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Laís Gouveia

Mineira, jornalista e ativista da mídia livre. Vivendo na Espanha

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O desabafo emocionado de Daiane dos Santos diz muito sobre um país que insiste em passar pano para racistas

Imagine a cena: a garota toda concentrada para uma competição descobre que algumas “pessoas” ali não usam o mesmo banheiro que o dela. Imaginem a dor dessa garota. A angústia. O choro de Daiane hoje, após uma negra pobre e periférica ganhar uma medalha de prata, diz muito sobre o racismo presente em nosso país, inclusive no esporte

Rebeca Andrade e Daiane dos Santos (Foto: REUTERS/Dylan Martinez | Reprodução)
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Chorei litros com  o depoimento da Daiane dos Santos sobre a vitória da Rebeca, do exemplo que é uma menina pobre e negra de Guarulhos ser a segunda melhor do mundo.

Daiane, essa que relatou recentemente que participou de competições em que pessoas não usavam o mesmo banheiro que ela, que sofria racismo à luz do dia. 

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"Comigo, houve situações na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor. Teve muito isso dentro da seleção. E além da questão da raça, tem a questão de vir do sul, de não ser do centro do país, de ter origem humilde. Ou seja: ela é tudo o que a gente não queria aqui", disse Daiane. 

Imagine a cena: a garota toda concentrada para uma competição descobre que algumas “pessoas” ali não usam o mesmo banheiro que o dela. Imaginem a dor dessa garota. A angústia. 

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Exemplos de racismo não faltam entre os atletas brasileiros. Vale lembrar de Arthur Nory, que disparou em 2015 ofensas racistas contra  o também ginasta Ângelo Assumpção, que é negro.

Nory, que competiu nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e foi eliminado, declarou que sua desclassificação nos jogos foi em parte por conta do abalo pela repercussão negativa que sofreu nas redes, apontado como racista pelos internautas. 

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Poxa, Nory, como os internautas devem chamá-lo: ativista das massas contra o preconceito? 

Assim como Daiane, aos poucos os atletas estão abrindo para o público que o racismo existe sim, seja nas quadras, nos campos ou ginásios e o quanto essa prática horripilante está presente ainda num espaço que deveria ser, no mínimo, de respeito. 

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