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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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O dia L

O dia decisivo, o Dia L, vem se aproximando e este dia é a chance de o país retomar o curso da história. Não há mais tempo para se ficar brincando de gato e rato, de ficar lambendo feridas ou de ficar reprimindo desculpas. A situação é gravíssima. O perdão pode até ficar para depois, mas a ação tem que ser feita agora. O Brasil é grande demais para ter sua política reduzida a um pacote de mesquinharias

10/05/2017- Curitiba- PR, Brasil- O ex-presidente Lula é recebido por movimentos sociais ao chegar no prédio da Justiça Federal em Curitiba. Foto: Ricardo Stuckert (Foto: Gustavo Conde)
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Não falta muito para começarmos a ter problemas ainda mais graves do que já temos. Hoje, o comandante do exército, o general Villas Bôas, chama a atenção para a possível contaminação de tropas federais por facções criminosas. É uma afirmação gravíssima e preocupa muito.

É melhor devolver logo o país à democracia e à soberania, senão pode ser tarde demais. Esse cenário complexo precisa ser considerado rapidamente até pelos adversários do virtual presidente eleito, líder em todas as pesquisas. Ou seja: eles também serão devastados pelo tsunami político-social que vai se insinuando com uma intensidade sem precedentes.

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Não é pouca coisa. Tentemos ver alguma cifra dessa conjuntura explosiva.

Onde estão as instituições brasileiras neste momento? Quem souber, por favor, me avise. A presidente do STF extrapola suas atribuições em decisões polêmicas e se omite o resto de seu tempo útil. Cármen Lúcia não é apenas fraca politicamente: ela é fraca tecnicamente (não sou eu quem digo, mas pessoas ligadas ao mundo jurídico).

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É uma infelicidade alguém como ela estar nesta posição neste momento histórico. O golpe e os EUA agradecem esse singelo elemento facilitador.

Outras instituições? Executivo, legislativo, ministério público, imprensa. É necessário comentar?

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O próprio exército está queixoso, fora de suas atribuições. Forças policiais estaduais acusam o golpe de terem um comando político fraco e confuso e produzem, com isso, mais violência (vide Rio Grande do Norte). O sistema carcerário brasileiro é praticamente um holocausto.

As notícias de morte por bala perdida que haviam desaparecido do noticiário entre 2003 e 2013, voltaram com força total. A violência explodiu em todo os níveis e a população de rua nunca foi tão numerosa. Três milhões de postos de trabalho com carteira assinada desapareceram.

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A febre amarela grassa na cidade de São Paulo e há problemas de vacinação. Um milhão de pessoas deixaram planos de saúde. Morre-se nas filas dos hospitais e em intervenções cirúrgicas básicas.

Fim do programa Mais Médicos. Fim do Farmácia Popular. Minha Casa Minha Vida com 13% de realização. Fim do crédito para pessoas de baixa renda.

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Chacinas, suicídios, dramas familiares, desesperança, falências, estagnação econômica e o Brasil como pária internacional, sem interlocução absolutamente nenhuma. Embraer, Petrobrás, Eletrobrás, bancos públicos, escolas públicas, universidades públicas, todos por um fio.

A única entidade no planeta Terra que acredita em um país estabilizado é a imprensa brasileira.

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A pergunta que faço é: quando o estado se ausenta completamente de suas atribuições, o que entra no lugar? Consideremos o que a história nos disponibiliza como informação: na hipótese de ausência de estado e leis, a violência se impõe rapidamente.

É isso o que ocorre neste exato momento. A violência está avisando, está dando uma chance ainda para que haja algum tipo de reação política soberana. É quase uma negociação história entre agentes invisíveis: "posso me instalar aqui? Vocês me dão garantias?"

Neste momento, o Brasil está praticamente contratando uma violência de proporções gigantescas, duradouras e devastadoras.

As condições (des)estruturais estão dadas. Resta saber se algum elemento humano irá ter forças para produzir uma resposta histórica emergencial. Esse elemento humano tem nome - e é um nome já tão consensual que nem é preciso dizê-lo.

Há consenso, mesmo entre seus adversários políticos, que a única saída para um impasse político desta dimensão só pode ser o retorno da democracia através de seu maior protagonista histórico: ele.

O dia decisivo, o Dia L, vem se aproximando e este dia é a chance de o país retomar o curso da história.

Não há mais tempo para se ficar brincando de gato e rato, de ficar lambendo feridas ou de ficar reprimindo desculpas. A situação é gravíssima. O perdão pode até ficar para depois, mas a ação tem que ser feita agora. O Brasil é grande demais para ter sua política reduzida a um pacote de mesquinharias.

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