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Bernardo Gomes

Estudante de Gestão Pública UFMG, assessor parlamentar, dirigente municipal do PCdoB em Contagem/MG

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O fascismo está nu

Enquanto a economia não cresce o fascismo avança. Bolsonaro com a sua tentativa de criar um partido abertamente autoritário com o lema do fascismo - Deus, Pátria e Família -, pretende consolidar suas milícias populares em todo o Brasil

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A ditadura não será anunciada estampada em capas de jornais. Essa semana os jornais estão falando muito em ditadura, sinal que ela já está instalada faz tempo. Não adianta fechar os olhos e nem ter profissão de fé nas instituições, estamos em regime fascista.

Em editoriais e colunas desta semana que passou, a grande imprensa, que ajudou a derrubar Dilma e fertilizou o campo para a ascensão da extrema-direita, abandonou de vez Jair Bolsonaro, ou pelo menos, é o que dizem. Passaram a tratar o governo abertamente como autoritário e uma ameaça as instituições democráticas.

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Bolsonaro, a cada dia que se passa, radicaliza mais no discurso e no ataque sistemático a democracia. Os liberais sempre desprezaram a ameaça por julgarem oportuna a chance de fazerem as reformas neoliberais que jamais passariam nas urnas, aproveitando a popularidade do outsider demagogo e populista, não contavam com a variável do fascismo, incalculável do ponto de vista político e social, difícil de domar e controlar.

A elite parece então, estar desistindo do seu plano de domar Bolsonaro, de torná-lo palatável. O Presidente da República não é tão forte quanto o bolsonarismo, esse é o problema. Esses ataques as instituições são balões de ensaio para testar em suas bases a adesão a um regime autoritário. Hoje o bolsonarismo fiel oscila entre 25 a 30% na população e tem, pelo menos, mais uns 20% que não ligam de ter um governo autoritário contra a esquerda, que virou o inimigo público número um, simplesmente passam o pano.

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O que se passa no Brasil não está isolado do grande movimento violento do capitalismo mundial em crise. A ebulição social em países da América Latina e a desestabilização política patrocinada pelo imperialismo, como o golpe militar da Bolívia, são reflexos de conturbadas contradições entre o neoliberalismo e a realidade concreta da economia dos países da periferia do sistema capitalista. Aqui para avançar no domínio econômico o capitalismo financeiro teve mais uma vez que se aliar ao fascismo.

O sistema de produção capitalista, baseado no acúmulo desmedido do capital financeiro, está se debatendo feito um moribundo, por isto está tão agressivo. O futuro socialista é inevitável, pode ser adiado, mas logo romperá o horizonte feito aurora da manhã. Tudo que é sólido desmancha no ar já diria o velho Marx, um dia a burguesia será peça de museu. O capital não tem coração e para se manter hegemônico topa qualquer negócio. O fascismo é linha auxiliar, quando o capital perde na democracia liberal não hesita em violentar suas próprias regras. Os novos tempos são, a já antiga aliança, entre o fascismo e a burguesia.

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Em meio a essa ofensiva se encontra uma crise de correlação de forças decorrente das condições de alienação da classe operária, impostas e intensificadas pelo monopólio político da burguesia sobre os meios de comunicação e especialmente do aumento da taxa de mais valia implementada pelo imperialismo. O imperialismo está aprofundando tanto a mais valia que vivemos o auge da exploração, superando o escravismo greco-romano.

Bolsonaro cumpre bem esse papel, visto que as reformas de Paulo Guedes não encontrariam eco nem mesmo em um parlamento inclinado à direita e muito menos na sociedade civil, a forma de avançar sua agenda de destruição do Estado e dos direitos da classe trabalhadora, é radicalizar o debate para assim silenciar toda e qualquer oposição. O custo do ultraliberalismo de Guedes é acabar com a democracia liberal, pois este modelo só conseguiu ser implementado em sua totalidade na América Latina, na Ditadura Pinochetista do Chile, país que hoje arde em chamas contra o neoliberalismo.

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A burguesia nacional parece ser masoquista, definha com a atividade industrial reduzindo a cada dia, dólar batendo recordes de alta e o real desvalorizado, a economia cresce a passos de tartaruga e os economistas mainstream não cansam de tentar justificar o nosso desastre, na condução econômica dos governos Petistas. Não conseguem admitir que a aliança entre o neoliberalismo e o fascismo, fruto do golpe de 2016, é o que está destruindo o Brasil de maneira acelerada. Não existe economia sem política e o fascismo é a destruição da política.

Enquanto a economia não cresce o fascismo avança. Bolsonaro com a sua tentativa de criar um partido abertamente autoritário com o lema do fascismo - Deus, Pátria e Família -, pretende consolidar suas milícias populares em todo o Brasil, tendo a principal base popular as igrejas neopentecostais e os contingentes de policiais militares de baixa patente. Os clubes de tiro, espalhados em todo território nacional, são seus centros de treinamento para a defesa armada do projeto de poder.

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Não cabe mais falar em ameaça a democracia, flerte autoritário ou outros eufemismos que tentem esconder a cara do fascismo bolsonarista. A ditadura de Jair Bolsonaro já está edificada em bases sólidas, se engana quem pensa que será fácil tirar o capitão do poder. Não quiseram olhar nos olhos do monstro por muito tempo, agora ele está ai, mais feio do que os liberais imaginaram, pronto para engolir tudo e todos. Reflexo da agenda neoliberal, o fascismo não perdoará ninguém.

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