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Lincoln Sousa

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O golpe do entreguismo

Não é difícil visualizar quais são os interesses estrangeiros no Golpe de 2016. O interesse das companhias de petróleo (Shell, Chevron, Exxon etc.) pelo petróleo brasileiro, e pela Petrobras, é o que mais salta aos olhos

EC Angra dos Reis (RJ) 22/01/2014 Casco da primeira sonda do prÈ-sal chegou ao Brasil - Visita ao Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis, onde ser· construÌda uma das sondas de perfuraÁ¿o do prÈ-sal, encomendada pela Sete Brasil. Foto de Fabio Rossi / AgÍn (Foto: Lincoln Sousa)
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Não é difícil visualizar quais são os interesses estrangeiros no Golpe de 2016. O interesse das companhias de petróleo (Shell, Chevron, Exxon etc.) pelo petróleo brasileiro, e pela Petrobras, é o que mais salta aos olhos. O desmonte da Petrobras, um dos maiores patrimônios do país, já começou antes mesmo do golpe ser concluído. Essa empresa, além de ter um alto valor estratégico para o Brasil, é uma das mais lucrativas do mercado. E a sua venda, caso siga a lógica das privatizações de governos neoliberais anteriores, seria a preços bem abaixo do seu valor real.
O curioso é que antes de mesmo de se falar em privatizar partes da Petrobras, houve uma campanha midiática para tentar sabotar a imagem da empresa. E esse é um método muito utilizado pelos neoliberais: prejudicar a imagem de uma empresa (que eles querem que seja privatizada) para convencer a opinião pública de que a privatização é a única "solução" para os "problemas" dela, sejam esses "problemas" reais ou imaginários.

Outra "galinha dos ovos de ouro" para o capital estrangeiro são as empresas de energia elétrica, que poderão render milhões em "comissões" aos entreguistas. A verdade nua e crua é que, se depender do governo golpista, o país inteiro será vendido. E sabe-se lá para aonde iria o dinheiro arrecadado nessas vendas. Uma coisa é certa, não iria para o povo.

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Uma das razões do apoio do governo americano ao golpe foi o BRICS. Esses países (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se juntaram para criar um fundo próprio de reservas para empréstimos, rompendo com a dependência histórica que o Brasil tinha com o FMI para captar recursos e estabelecer políticas econômicas. Foi uma conquista significativa para a nossa soberania. E os países do BRICS estavam coordenando um processo para que o dólar americano deixasse de ter tanta influência como moeda corrente internacional. A presidente Dilma apoiava esse processo. Em outras palavras, o BRICS estava se consolidando e ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos e da União Europeia nas relações internacionais. E nada disso agradava o governo americano, obviamente.

Outra razão, menos óbvia, da participação dos EUA no golpe é esta: o governo americano está fazendo de tudo para provocar mais uma guerra de âmbito mundial. Desta vez, contra a Rússia (e, possivelmente, China). Como de costume, ele está tentando garantir que o maior número de países tenham governos "alinhados" aos seus interesses. E Washington está fazendo isso do mesmo jeito que fazia no século passado: por meio de golpes de estado. "Golpes brancos", mais recentemente. Fraudes em eleições, assim como chantagens financeiras e comerciais, também são ferramentas amplamente utilizadas.

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Vários golpes aconteceram, nos últimos anos, em diversos lugares do planeta. Na "primavera" árabe (que, de "primavera", não teve nada), por exemplo, governos de países árabes, no Oriente Médio e na África, foram derrubados para que governantes "simpatizantes" dos EUA e de Israel assumissem o poder. Na América Latina, golpes já ocorreram em Honduras e no Paraguai. Na Argentina, não houve necessidade. Porque conseguiram eleger um neoliberal radical, Macri, que segue a risca todas as orientações vindas de Washington. E, há anos, tentam derrubar o governo da Venezuela, que não se curva aos interesses norte-americanos.

Por via de regra, onde houvesse um governo de esquerda (ou mesmo "de centro") populista, nacionalista e protecionista, não alinhado aos interesses dos EUA, haveria um grande risco de golpe ou fraude eleitoral.

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Portanto, o entreguismo do governo golpista não se restringe ao campo comercial e financeiro, mas também ao político e diplomático. E eis a ironia: centenas de milhares de pessoas saíram às ruas, vestidas de verde e amarelo, com bandeiras do Brasil, cantando o hino nacional, em exaltações patrióticas, para apoiar um golpe que colocaria no poder um governo (ilegítimo), que entregaria o país nas mãos de interesses estrangeiros. Teria sido mais coerente se essas pessoas tivessem usado as cores da bandeira americana e cantado "The Star-Spangled Banner".

Com o governo golpista, a diplomacia brasileira deixou de ser multilateral e autônoma para voltar a ser dependente das vontades do governo americano. Antes, tínhamos uma diplomacia regional cooperativa no MERCOSUL. Golpes no Brasil e Paraguai, associados a um governo neoliberal na Argentina, conseguiram comprometer o destino do bloco. No governo Dilma, buscávamos integração com diversos países. Hoje, fechamos embaixadas. E o BRICS é o próximo alvo dos golpistas. O Brasil voltou a ser o que era na época da ditadura militar: um vassalo dos EUA. E isso que o Golpe de 2016 ainda nem foi consumado.

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