O golpe na Previdência

Como parte inerente ao golpe do governo ilegítimo, a reforma da previdência tem como desígnio central penalizar o trabalhador brasileiro e impelir sua privatização.

O sentimento fidedigno do trabalhador, ao observar que o tempo de contribuição elevado para 25 anos e com a idade mínima de 65 anos para obtenção do direito, o levará a um plano privado.

A correlação direta, do tempo de contribuição com a formalização das relações de trabalho, é diretamente influenciada pelo crescimento econômico. Nas regiões mais empobrecidas temos, ainda, mais um fator de desequilíbrio que é a questão da formação profissional. Outro elemento que reflete diametralmente.

A consequência desta equação nefasta é evidente: ao preponderar o aumento do tempo de contribuição exigido para a aposentadoria (de 15 para 25 anos) milhares destes trabalhadores, ao final de suas vidas laborais não terão qualquer proteção previdenciária!

O crime praticado nesta monstruosa reforma, em colocar uma idade mínima em uma diversidade de desigualdades no Brasil, representa que um trabalhador rural no estado do Maranhão, por exemplo, cuja expectativa de vida é de 65 anos, jamais obterá o direito à aposentadoria.

Contribuirá a vida inteira e não o usufruirá.

As mulheres - que têm no mínimo dupla jornada - do mesmo modo são penalizadas, com o argumento desavergonhado, cretino, pascácio de direitos iguais.

Ora, raciocinar situações desiguais em um critério igual é má fé e execrável.

A real intenção do governo ilegítimo é acabar com o direito à aposentadoria e desconsideram intencionalmente de pesquisas que indicam que no norte e nordeste a perspectiva de vida está muitas vezes abaixo dos 65 anos, elevando de forma desonesta o tempo de contribuição.

Olvidam dolosamente que as contribuições sociais sobre o lucro líquido, PIS, Confins, contribuição patronal, contribuição dos trabalhadores, do setor público, o regime geral, mais do que pagam as despesas.

A questão previdenciária no Brasil não está em suas despesas, mas sim nos privilégios de precoces aposentadorias de políticos, magistrados, membros do Ministério Público, aposentadorias especiais, etc. Não no trabalhador que ganha um salário mínimo.

Não se pode mais ser refém do setor financeiro que enxerga o sistema previdenciário apenas pelo aspecto da capitalização, e não como uma proteção social.

A farsa argumentação do déficit de nossa previdência, apoiada pelo monopólio midiático, resulta de uma manipulação contábil, que encobre a perniciosa política governamental que originam desvios de receitas da Seguridade Social.

Visam esconder os verdadeiros interesses, que são reduzir as despesas previdenciárias para continuarem a abastecer a agiotagem dos juros da dívida pública, e para empurrarem milhares de trabalhadores aos planos privados de previdência.

Da mesma forma, o governo evita mexer nos privilegiados e retrocede aos tempos escravocratas.

Afinal, mais uma vez querem que o trabalhador pague a conta.