O governo (interino) Temer

As traquinagens conpiratórias do então vice-presidente, só fizeram reforçar aquela história de Renan Calheiros :"parece um mordomo de filme de terror" Considerando a traição de seu partido à presidente Dilma e vejam só, ao próprio Ulisses Guimarães nas eleições de 1989 (4% dos votos, muitos peemedebistas cairam nos braços de Collor), nada demais afirmar que o PMDB carrega na face o brasão de traidor. Junte-se a isso, o derrotismo estampado no rosto do PSDB ( perdeu três seguidas )e um ministério repleto de investigados/indiciados e vamos ter um governo com a marca registrada da conspiração, do derrotismo, da traição e corrupção.

Um governo sem um único voto de um único brasileiro. Isso em pleno século XXI, em um país que se orgulha de ser democrático

Mas aí, algum coxinha ou outro antipetista menos radical que assina a Veja e acha linda a voz de Bonner, pode muito bem argumentar que o povo brasileiro estava querendo a queda da presidenta. Acontece que a pesquisa do Globope, como diria Paulo Henique Amorim, arrasa com a alegria dos golpistas: 62% dos brasileiros querem eleições diretas e apenas 8% concordavam em trocar Dilma por Temer.

Na extinção dos Ministérios da Cultura e da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos, um claro sinal do conservadorismo que vem aí pela frente. 

No Ministério da Justiça, o truculento ex-secretário de Segurança de São Paulo Alexandre de Moraes, que manda bater em estudantes para depois nem conversar

Nas relações exteriores, o esquerdista arrependido, José Serra, já expôs sua profunda insatisfação com manifestações consistentes da Rússia, China e vários países latino-americanos contra o golpe deflagrado em nosso país. Sem qualquer maleabilidade diplomática, o tucano fez duras críticas ao ex-presidente colombiano e Secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, que revidou: "não tem porque um ex-presidente e secretário-geral da Unasul responder a um chanceler interino"

A política neoliberal que espalhou pobreza pela Europa e aprofundou as desigualdades sociais na América Latina, retorna com toda força pelas mãos do ministro da fazenda, Henrique Meirelese e do ex-Itaú e ex- FMI, Ilan Goldfagn, presidente do Banco Central.

Alguém consegue avaliar o nível de preocupação social dessa dupla, em relação aos pobres brasileiros que habitam as brenhas das caatingas nordestinas e aos marginalizados que sobrevivem espetados nas palafitas amazônicas?

Resumindo: A elite brasileira retoma mais uma vez o poder por vias não democráticas e entrega a seus testas-de-ferro da política nacional. Os primeiros passos indicam fortemente, que vão desenvolver aquele velho trabalho de defender os interesses da FIESP, dos banqueiros, do agronegócio, do grande comércio, das petrolíferas, do capital financeiro internacional

E lá na base da pirâmide, menos Bolsa-Família, menos Minha Casa Minha Vida e menos anéis nos dedos dos pobres do PROUNI!

Coisas da nossa velha, sofrida e desigual América Latina!