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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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O imperativo do Pacto

Tenho insistido na proposta do Pacto Social e Nacional para o resgate do país. Não há outro caminho para o povo e para a Nação senão um grande entendimento social e político para superar a profunda crise em que nos encontramos

O imperativo do Pacto (Foto: Paulo Pinto/ Agência PT)
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Tenho insistido na proposta do Pacto Social e Nacional para o resgate do país. Acredito que não há outro caminho para o povo e para a Nação senão um grande entendimento social e político para superar a profunda crise em que nos encontramos, e à qual vai se superpor uma dramática crise ainda maior no plano das finanças especulativas mundiais. Falo de pacto entre diferentes, não entre amigos. Estes já estão no pacto.

Sem um pacto regrediremos décadas, talvez séculos na História. O país, neste momento, está inexoravelmente dividido entre esquerda e direita, progressistas e retrógrados, coxinhas e mortadelas. É ridículo. Com base nessa divisão, em face das consequências de uma crise financeira mundial à qual se somará a crise interna e o risco de guerra externa, entraremos na fase de convulsão social e, no limite, de uma guerra civil.

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Temo, porém, que essas palavras minhas sejam tomadas apenas como figuras de retórica, não algo ligado ao mundo real. Por que costumamos, sempre, apelar para metáforas impressionantes, você poderá concluir que esta é apenas mais uma. Não é. Falo de pessoas assassinadas e metralhadas, tanques invadindo ruas, prisões arbitrárias, fuzilamentos sumários, famílias inteiras perseguidas, multidões de exilados.

Não deve surpreender, pois isto já existe no cotidiano das periferias das metrópoles brasileiras, sobretudo no Rio de Janeiro, onde a proximidade da sede da Tevê Globo dá às favelas o privilégio de muitos minutos de exibição na tela de constantes tiroteios a cada dia. Entretanto, ainda assim minhas palavras podem lhe parecer pura retórica. Então vou lhe dizer a razão para o meu medo de uma convulsão generalizada para os bairros das classes médias e para meu medo em particular.

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Tenho uma neta de cinco meses, Carolina, uma flor. Tornou-se, desde que nasceu, o foco dos sentimentos do meu coração. Pois bem. No caso de uma convulsão social generalizada e, sobretudo, no caso de uma guerra civil, poderão matar a minha neta. Poderão matar minha filha Isabela, mãe de Carol, meu genro Carlinhos e a meia irmã dela, Maria Clara. Poderão matar minha mulher , Iara, minha amiga Tânia e outros amigos, meu chefe, senador Roberto Requião, e tantos outros que são objeto do meu afeto. O único medo que não tenho é o de morrer. Mas temo pelos outros que não tem a convicção, que partilho com minha irmã Terezinha, de que existe uma vida futura.

Sim, porque convulsões e guerras civis matam as pessoas. Você viu o que aconteceu na Líbia? Os americanos acharam que era suficiente criar ali uma guerra civil e pular fora. Não contavam que milícias similares às que promoveram para a guerra civil matassem seu Embaixador. Tenho um amigo fraterno, Benedito, que foi guerrilheiro no Araguaia.
Ele sabe o que foi guerra civil na época da ditadura, e pode especular o que seria hoje, em termos de assimetria, contra o que se costuma chamar de esquerdas.

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Você acha que ainda não estamos num clima de convulsão social, antevéspera da guerra civil. Então, você provavelmente acha natural que 67 soldados tenham sido assassinados no Rio somente neste ano. Ou que em anos recentes houve 5 mil tiroteios no Grande Rio. São baixas de guerra. Ainda não se introduziu no campo da batalha urbana brasileira a guerra química, a guerra bacteriológica, a guerra eletrônica, os homens bomba. Temos uma guerra civil na infância. Não seria, pois, mais razoável que construíssemos o Pacto Social e Nacional que defendo para evitar essas tragédias?

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