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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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O Juiz fujão

Moro deve estar preocupado com um possível uso do “VAR”. Se o mesmo for acionado no caso dos vazamentos da Lava Jato, o resultado do jogo pode mudar

(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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Como todo bom flamenguista, sei de cor e salteado a escalação daquele fantástico time dos anos 1980, que sob o comando de Zico, Tita, Junior, Leandro, Andrade e companhia, conquistaram a América e depois o mundo, batendo o então todo poderoso Liverpool por 3x0, na final do mundial de clubes de 1981. O time era tão bom, que inspirou o estilo de jogo do Barcelona de Guardiola, que se tornou outra referência técnica do futebol mundial.

Eu não vi aquele time do Flamengo jogar no auge de sua performance, pois ainda era muito criança. Mas, pude assistir várias vezes no  Youtube, ao jogo que classificou o time na fase de grupos da Libertadores de 1981, contra o Atlético Mineiro, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. O que eu vi o Juiz fazer naquele jogo, nem o meu apaixonado coração rubro-negro, permite que eu não coloque sob suspeita a atuação do senhor José Roberto Wright, árbitro escalado para comandar aquela partida

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O Flamengo não precisava de ajuda. Tinha o melhor time do Brasil. Talvez, o galo mineiro fosse o único time da época que estivesse à altura da equipe da Gávea. A escalação dos dois times mostrava o nível dos jogadores de cada lado. Não seria fácil para o mengão ganhar aquela partida. Da mesma forma, que não teria sido fácil para a extrema direita  ganhar as últimas eleições presidenciais, se não contasse com a “ajuda” do Juiz. Em ambas as situações, o mérito dos vencedores pode ser questionado.

Wright, que também prejudicou escandalosamente o Bangu, nas finais dos campeonatos carioca e brasileiro, do mesmo ano de 1985, parecia fora da normalidade. Quem puder, assista ao jogo no Youtube. Expulsou quase todo o time do Atlético, a começar por Reinaldo,  seu principal jogador, após ele ter feito uma falta mais do que normal em Zico. Eu acho que se tivesse Telegram naquela época, algumas coisas poderiam ter ficado mais explicadas. Não que José Roberto Moro, digo, Wright, tenha roubado para o Flamengo. Mas, o seu comportamento era visivelmente alterado com os jogadores do galo.

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Igualmente, o Juiz Sérgio Roberto Wright, digo, Moro, comportou-se no julgamento do processo contra o presidente Lula. As conversas vazadas, envolvendo ele e o procurador Deltan Dallagnol, mostram que ambos foram tendenciosos. Mais do que isso, foram partidários, transformando a sentença de Lula, numa decisão política. É inegável que isso favoreceu a eleição de Bolsonaro. Como favoreceria a de qualquer outro candidato, que fosse oposição ao PT e a esquerda. Eu não sei se o Wright recebeu alguma ordem, no sentido de não deixar o Flamengo perder aquele jogo.  Eu só sei que está mais do que provado, que a Lava Jato tinha a incumbência de não deixar o Lula ganhar a eleição.

O deputado Glauber Braga, do PSOL do RJ, fez uma analogia entre um Juiz de futebol que favorece a vitória de um determinado time e o atual ministro da Justiça, quando era Juiz da Lava Jato. Por consequência, o deputado chamou o ministro da justiça de “Ladrão”, o que provocou a revolta de alguns deputados da direita e a retirada do ministro da sessão, onde ele prestava esclarecimentos sobre os vazamentos que escandalizaram o país. Ou, pelo menos, a parte do país que ainda não perdeu o senso de justiça.

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Sobre o deputado Glauber Braga, tenho a dizer que o vejo sempre no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro, conversando com o povo e prestando contas de seu mandato. Tudo, sem a menor marra, sem Seguranças e sem toda a pompa que costuma adornar a maioria da classe política brasileira. Não sou seu eleitor, mas posso vir a ser. Mesmo entendendo que os nossos bravos políticos, são quase todos iguais, creio que alguns poucos, como Glauber Braga, possam ser menos iguais do que os outros. Talvez...

Sobre a indignação dos deputados da direita, com a fala do deputado do PSOL, duas coisas me chamaram a atenção. Uma, foi o fato de o deputado mais exaltado, o qual eu não sei o nome e nem faço questão de saber, além de tentá-lo agredir fisicamente, o chamou de “viado”, como se fosse um termo regimental usado para contrapor-se a um argumento de um colega de oposição. Quando, na verdade, tal tentativa de agressão apenas demonstra a total ausência de argumentos para defender suas ideias de forma civilizada. Tentar desqualificar pessoalmente o seu interlocutor, é mais antigo do que andar pra frente, na cartilha da nossa extrema direita fascista

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Outra questão, foi o fato de outros deputados defensores da justiça seletiva de Sérgio Moro, se dirigirem a deputada Professora Marcivania, do PC do B, que presidia a sessão, com o habitual machismo (cultural) do qual nós homens ainda não conseguimos nos libertar por completo. Façamos a nossa mea culpa. A deputada foi chamada de “sem pulso” e “sem moral” para presidir aquela sessão, enquanto um outro deputado era chamado para assumir o seu lugar. É óbvio que por ser mulher, motivou tais questionamentos sobre a sua capacidade e autoridade para seguir no comando da sessão.

Com relação aos esclarecimentos que deveriam ter sido prestados pelo ministro da justiça, nada a declarar. Vossa excelência não estava lá muito disposto a responder perguntas e tergiversou o quanto pode. Se comportou como uma espécie de tangente personificada,  fruto da razão do debate  e da divisão polarizante entre a direita adjacente e a esquerda oposta a seus métodos. Acabou retirando-se da sessão, sob gritos de “Ladrão”, entoado em coro por deputados da oposição. Tudo muito lamentável e indigno de uma reunião de parlamentares.

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Se José Roberto Wright estava assistindo, deve ter agradecido por ainda não existir Telegram nos 1980. Por outro lado, Moro deve estar preocupado com um possível uso do “VAR”. Se o mesmo for acionado no caso dos vazamentos da Lava Jato, o resultado do jogo pode mudar e ele não escapará de todas as honras, com as quais a torcida costuma homenagear um juiz de futebol comprado e que prejudicou o seu time.

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