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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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O ‘liberal’ que sustentou Bolsonaro é o impostor do Brasil arcaico

"São ultraconservadores incapazes de admitir que votam em Bolsonaro por serem simpatizantes do fascismo", conclui o jornalista Moisés Mendes

(Foto: José Dias/PR)
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Por Moisés Mendes, para o 247

Se Armínio Fraga vê a união Lula-Alckmin como um grande gesto pela democracia e chega a se emocionar ao dizer que a dupla é a nossa chance de resgate da esperança.

Se Henrique Meirelles afirma publicamente que continua confiando na capacidade de Lula.

Se André Lara Resende garante que Lula é a melhor opção, porque devolverá o Brasil ao que define como o estado democrático e civilizado.

Se André Esteves diz que Lula pode trazer leveza, alegria e paz aos brasileiros, que é o que a maioria deseja com urgência.

Se todos esses caras, vozes do empresariado, confiam em Lula. Se todos eles, com ligações estreitas com o mercado financeiro, porque muitos são parte desse mercado, vão votar em Lula.

Se nomes de expressão da elite da economia, historicamente refratária a Lula, agora expressam apoio ao retorno de Lula ao poder.

Se está claro para quem é democrata, mesmo sendo conservador ou liberal ou representante do mercado, que não há saída sem a derrota de Bolsonaro, que somente será possível com Lula, o que leva muitos admiradores desses caras a rejeitarem a salvação oferecida por Lula e Alckmin?

Por que o brasileiro macho, branco, rico ou que se acha rico, que se diz liberal na economia e nos costumes, mas é um baita reaça, não acompanha Meirelles, Fraga, Lara Resende e Esteves?

A resposta não tem complexidade: eles não são liberais, como todos esses citados de fato são liberais na economia e liberais no sentido da percepção da política e da vida.

São ultraconservadores que, mesmo admirando esses nomes e outros do mercado, são incapazes de admitir que votam em Bolsonaro por serem simpatizantes do fascismo.

O brasileiro branco, macho, empreendedorista, retoricamente pró-mercado, que mantém o discurso anti-Lula e anti-PT, agregado à conversa rasa do anticomunismo, é um idiota político amarrado a um lastro atávico de extrema direita.

Esse sujeito, que até 2016 era eleitor dos tucanos, teve em Bolsonaro o que não dispunha antes: o líder que o acolhe, por expressar seus pensamentos mais genuínos.

O reaça que admira líderes do mercado como defensores de suas ideias liberais é, ao mesmo tempo, um admirador de Bolsonaro, porque não há contradição nisso.

O fato de que seus ídolos liberais estão com Lula não muda nada. O branco macho e reaça é, antes de assumir qualquer outra posição, um admirador de ideias totalitárias.

Ser liberal e pró-mercado é menos importante do que ser admirador de um déspota que defende os pontos de vista dessa gente, como racista, xenófobo, homófobo, misógino, negacionista, anticotas, antirreservas indígenas.

Se todo o mercado financeiro e as lideranças empresarias do país abrissem o voto para Lula, esse brasileiro continuaria com Bolsonaro, porque é o que sua índole manda.

Esse presumido liberal bolsonarista é na verdade o direitista primitivo, que prefere seguir Bolsonaro a ser orientado por Armínio Fraga e André Lara Resende.

Ele está muito mais próximo do grileiro e do garimpeiro da Amazônia do que dos rapazes da Faria Lima.

Ele não é pró-mercado, é pró-golpe, pró-loteamento do Estado pelos militares. Esse sujeito que discursa como liberal e se comporta como bolsonarista raiz é o que ajuda a explicar o apoio de um terço dos eleitores ao amigo do padre.

O ‘liberal’ que deu de comer a Bolsonaro e sustentou sua sobrevida até aqui é o impostor do Brasil arcaico.

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