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Mario Vitor Santos

Mario Vitor Santos é jornalista. É colunista do 247 e apresentador da TV 247. Foi ombudsman da Folha e do portal iG, secretário de Redação e diretor da Sucursal de Brasilia da Folha.

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O mandato de Lula agora será outro: combate ao golpe

"A situação não está controlada. O poder sobre os militares está em disputa, o caráter do mandato do governo Lula 3 mudou de vez", escreve Mario Vitor Santos

Lula na Praça dos Três Poderes (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters)
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Por Mario Vitor Santos 

O que está em andamento no Brasil é um golpe perpetrado pela extrema-direita bolsonarista, desencadeado a partir do apoio de forças armadas e ampla simpatia das polícias militares de todo o país. Não há que minimizar a gravidade da situação nem considerar que ela esteja sob controle, estabilizada. 

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Os ataques às sedes dos Poderes em Brasília,  facilitados pela cúpula do governo e da segurança pública do Distrito Federal eram na verdade apenas o pavio de uma explosão que não ocorreu por falta de adesão da alta hierarquia militar. Ainda. Na verdade, o golpe foi posto em andamento, faltando apenas saber mais detalhes da conspiração. 

As caravanas de ônibus enviados a Brasília, com a noticiada  intenção de provocar o inferno, tiveram sua tarefa facilitada com o desmonte da estrutura de segurança que daria combate a eles. Ao contrário de reprimidos, os terroristas foram recebidos com passividade, tiveram  orientação e escolta de forças policiais totalmente desvirtuadas pela mentalidade golpista. 

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O próprio secretário de Segurança Anderson Torres, que há menos de 10 dias ocupava o Ministério da Justiça de Bolsonaro, desmontou a repressão aos criminosos e se evadiu. A conspiração prosseguiu em sincronia com três ataques de sabotadores que derrubaram linhas de transmissão de energia do Sistema Interligado Nacional: linhas da hidroelétrica de Itaipu e do Complexo do Rio Madeira. 

O objetivo era, portanto, criar o caos, promover um apagão em que tudo ocorreria, inclusive a sabotagem tentada contra refinarias na Bahia, São Paulo e Rio. Bloqueios foram realizados na marginal do Tietê de São Paulo e em estradas do país. Mas havia algo mais. É eloquente a reação de decepção dos golpistas, após afinal serem reprimidos e rechaçados por forças policiais, mobilizadas só depois da destruição, na Praça dos Três Poderes: "Exército de merda", zurrava, babando, um oficial golpista decepcionado, queixando-se de colegas que não teriam honrado com a palavra. 

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Havia algo combinado com os militares, que não cumpriram com o apoio que haviam prometido? Houve ainda o inexplicado ensaio de confrontação entre choques da Polícia do Exército e da Polícia Militar, nas margens do acampamento golpista diante do Forte Apache, o qual era em si uma excrescência incentivada pela tolerância dos golpistas que dominam as hierarquias militares e policiais em todo o país. Mudaram agora de opinião? Aderiram ao legalismo? A situação não está controlada. O poder sobre os militares está em disputa, o caráter do mandato do governo Lula 3 mudou de vez. Só falta o presidente ter clareza a esse respeito.

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