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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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O menino do Rio 1

A história que vou contar agora é da Socióloga, a mais nova do nosso grupo de amigas, e já permeada por uma construção diferente do que é o se relacionar

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Por Giselle Mathias

Pedimos mais uma garrafa de vinho. Quando nos juntamos, falamos sobre tudo, mas dessa vez, como perceberam, o assunto são os relacionamentos. A história que vou contar agora é da Socióloga, a mais nova do nosso grupo de amigas, e já permeada por uma construção diferente do que é o se relacionar.

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Já contei que ela tem 35 anos, e diz não querer relacionamentos, está cansada da falta de responsabilidade emocional que os homens têm com as mulheres, que para conquistarem falam qualquer coisa, e depois se escondem através das telas de celulares.

Já a Pesquisadora, mulher de 48 anos, recém-separada, diz entender bem o que a Socióloga revela, também se mostra cansada com o que se apresenta a ela, ainda mais por se ver, totalmente, inserida nos padrões estabelecidos e suscetível às inúmeras cantadas, elogios, e promessas sobre uma afetividade que nunca se concretiza.

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Chegamos à conclusão do quanto isso é ruim, para mulheres e homens, porque, simplesmente, acabamos por olhar sempre com desconfiança, acreditando que a mentira permeia as relações, mesmo as casuais, e com isso deixamos de viver a possibilidade de algo real e verdadeiro, e ao final estamos sempre buscando nos proteger afetivamente, e, talvez, por isso acabamos cedendo a solidão, que também nos deixa um vazio.

Agora vou lhes contar a história da Socióloga, uma mulher que encara a vida com tranquilidade, escolheu ser só, mas está aberta a uma possível relação, desde que esta seja recíproca, com igualdade, responsabilidade e franqueza.

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Ela é adepta dos aplicativos de relacionamentos, não tem expectativas sobre o que vai acontecer, os utiliza apenas como a possibilidade de encontros casuais.

E nos conta uma situação inusitada que lhe aconteceu em uma das suas viagens à Cidade Maravilhosa.

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A Socióloga conta que tinha um congresso feminista no Rio em um final de semana, e decidira que iria aproveitar e organizar um encontro para gozar ao máximo sua estadia na cidade.

Assim, alguns dias antes de embarcar para o Congresso entrou no aplicativo, e como se visse um cardápio, escolheu um homem que lhe agradara, nem observou o pequeno perfil e as informações que ele tinha disponibilizado no tal aplicativo.

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Entrou em contato e os dois começaram a conversar. Nas primeiras trocas de mensagens, falaram sobre suas viagens, ele contando sobre o quanto adorava ir a Nova York visitar os museus e ela sobre como preferia viajar pelo Brasil, ir em cachoeiras, conhecer os museus pelo país, se aprofundar na história e na cultura popular.

Conversaram um pouco sobre a vida de cada um, para conhecer o mínimo possível um do outro, sua intenção não era se aprofundar. Afinal, não queria um relacionamento, mas apenas um encontro fugaz. Então, se era para serem descartáveis, não havia necessidade de saber mais do que o necessário.

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Sua atitude me assustou, como ela olhava e falava com tranquilidade sobre a descartabilidade daquela relação, mas apesar disso fazia questão de nos dizer que deixava sempre clara a sua posição, não gerava expectativas nesses homens, mas, também, não permitia que tentassem gerar expectativas, pois não seria encarcerada a partir de uma tentativa manipulatória de fazê-la crer que seria a única e especial na vida deles.

Ao final da conversa em que trocavam informações sobre si, o homem lhe disse que no início da vida adulta sofrera um acidente ao mergulhar em um lago, e tornara-se paraplégico. E pergunta a ela se isso seria um impedimento. Ela disse que não, havia gostado da conversa que tivera com ele, e que possuíam alguns interesses em comum, por isso queria conhecê-lo pessoalmente.

No dia seguinte, o homem entra em contato novamente com a Socióloga e lhe pergunta sobre o objetivo da viagem dela ao Rio de Janeiro naquele final de semana, ela lhe conta que irá em um Congresso feminista. Nesse momento ele pergunta se ela é de esquerda, pois ele afirma ser Apolítico.

Assustada com o tipo de pergunta, ela lhe responde apenas com um “sim”. Horas depois incomodada com a abordagem, resolveu lhe perguntar se isso seria um problema, e segundo ele, não, mas precisava saber sua posição política.

Bom! A partir de agora lhe chamaremos de Apolítico.

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