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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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O negão do Bolsonaro

Enquanto Bolsonaro chama a todos nós, de idiotas, Hélio Bolsonaro, se une a Fernando Holliday, no time do Alma Branca Futebol Clube. Agora, resta saber quem vestirá a camisa 10 e ficará com a faixa de capitão do mato. A disputa promete

O negão do Bolsonaro (Foto: Reprodução/Twitter)
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"O opressor não seria tão forte, se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos."

Simone de Beauvoir.

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A frase acima, é a mais pura e expressa manifestação da verdade e explica de maneira clara, porque a injustiça social e racial, nunca será combatida. Seja no Brasil ou no mundo. Nunca, pode ser muito tempo, mas, pode ser o tempo necessário para que a bomba atômica dê o ar de sua graça, e acabe de uma vez por todas, com toda a nossa existência. Porque está ficando cada vez mais difícil, a vida sob o sol nosso de cada dia.

Jair Bolsonaro está tão certo de que os seus seguidores são cegos e ignorantes, que nem se preocupa mais em disfarçar a aplicação dos métodos mais sórdidos, para alavancar a sua candidatura. Cansado de ser chamado de racista, ele adotou um preto para chamar de seu. O candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro, Helio Negão, para dar uma força ao amigo, trocou o seu sobrenome político para: Helio Bolsonaro. Essa simples alteração em sua alcunha, prova que Bolsonaro não é racista.

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Imagina! Se ele fosse racista, jamais permitiria que um preto usasse o seu sobrenome. A ideia, de tão burra, chega ser genial. Principalmente, se analisarmos por outro ângulo. Porque, daí, veremos um preto abrindo mão de ser "negão", para ser branco igual a Bolsonaro. Seria mais midiático, mas não menos patético e tosco, se Bolsonaro adotasse o Jair Negão, como seu novo nome de campanha. Mas, ai, já seria pedir demais para um racista, né? Bate, mas não esculacha!

Como Bolsonaro já é o próprio capitão, ele resolver instituir a função de Sub-Tenete do mato (Hélio Negão é Sub Tenente do Exército) e iniciar um novo ciclo de exaltação ao escravagismo no Brasil. Hélio, postou uma foto em seu facebook, cuja legenda, entre outras coisas, contém a hashtag, #onegaodoBolsonaro. Você não leu errado. É exatamente isso! Hélio, se dispôs a ser o negão do bolsonaro. Talvez seja uma nova nomenclatura para escravo da casa grande ou mucamo particular. Sei lá! Eu só sei, que Hélio é mais um dos oprimidos que se une, num laço de cumplicidade com um confesso opressor das minorias.

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Talvez, Hélio Negão...Ops! Perdão pela ofensa! Digo, Hélio Bolsonaro, por estar inserido nas fileiras do militarismo, não se perceba como integrante dessa minoria representativa, que o seu sinhozinho abomina. Mas, ele não é o único. Há outros Hélios, que facilmente abririam mão de ser negões, para ganhar um biscoito do opressor ou ser promovido a seu oprimido de estimação. De Jair Bolsonaro, não podemos esperar nada melhor mesmo. É daí para bem pior. Não vou recorrer a textos ou a autores ativistas, nem a clichês já manjados, e que, ás vezes, fazem com que o debate a cerca do racismo, se torne chato. Embora, sejam de inteira relevância para a compreensão do tema e sua discussão.

Como escreveu Erasmo de Roterdã, no seu "Elogio da loucura": "As vezes é preciso ser louco para dizer o óbvio pois, quando todos são normais, racionais, equilibrados e falam a mesma coisa, é preciso dizer que ser louco é a única possibilidade de ser sadio neste mundo doente." Enquanto houver um pobre, um preto, uma mulher, um homossexual ou um integrante de qualquer grupo, que se enquadre entre as minorias representativas, que se sujeitarem a opressão ou romantizarem o preconceito sofrido, é um sinal de que ainda há doentes a serem curados e de que o opressor nunca será derrotado.

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Permitir-se, ser usado por um sistema que aliena, exclui e que busca condenar de alguma forma , a sua existência racial, social ou de gênero, é abrir mão da própria dignidade e colaborar para que a dignidade de outros, também seja vilipendiada. Ao topar ser o negão de Bolsonaro, Hélio anula a sua existência étnica, entrega os braços e os pés às correntes do fascismo e embarca, por livre e espontânea vontade, num navio negreiro que o conduzirá por um mar de desprezo pela própria identidade, até desembarcálo- em seu destino. O tronco da vergonha, destinado aos que se negam a lutar junto aos seus ou que ainda lutam contra.

O "negão do Bolsonaro" me suscita outro questionamento. Será que o presidenciável está querendo matar dois coelhos, com uma chibatada só? Será, que ao chamar um negão de seu, Bolsonaro está acenando também para os LGBT'S, dizendo que não é homofóbico e que não é contrário a união entre homossexuais? Afinal, se o fosse, não teria escolhido um negão como parceiro e dado a ele o seu sobrenome, não é verdade?

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Enquanto Bolsonaro chama a todos nós, de idiotas, Hélio Bolsonaro, se une a Fernando Holliday, no time do Alma Branca Futebol Clube. Agora, resta saber quem vestirá a camisa 10 e ficará com a faixa de capitão do mato. A disputa promete.

Malcom X, Luther King e Mandela, perdoai-os! Embora eles saibam o que estejam fazendo!

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