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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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O novo MEC e a hipocrisia como símbolo nacional

Não vejo problema algum, em cantar o hino nacional nas escolas. Desde que isso não faça parte de uma política ufanista de doutrinação precoce de cidadãos. O que parece-me ser a intenção desse governo

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O ministério da educação, enviou um e-mail às instituições de ensino do Brasil, solicitando que na volta às aulas, seja lida uma carta do ministro Ricardo Vellez, onde ele pontua os seus votos de boas vindas aos alunos, com o slogan da campanha de Bolsonaro. Tudo isso, com o hino nacional de fundo, para dar um clima bem patriótico à recomendação. Não vejo problema algum, em cantar o hino nacional nas escolas. Desde que isso não faça parte de uma política ufanista de doutrinação precoce de cidadãos. O que parece-me ser a intenção desse governo

O mesmo governo que defende a escola sem partido, deseja tomar partido da situação e monopolizar o seu polo ideológico, aproveitando-se por estar no poder. Embora, segundo nota do próprio ministério, não trata-se de uma ordem a ser cumprida, a sugestão da leitura da tal carta pode soar intimidatória. Conhecendo os membros desse governo, não causaria espanto se as instituições que recusassem tal sugestão, começassem a ser perseguidas, monitoradas ou censuradas. Vale lembrar, que ainda em campanha, Bolsonaro pediu para que alunos enviassem a ele, vídeos de professores com ideologia esquerdista em sala de aula.

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A ideia de que estimular um senso patriótico e cívico, desde a infância, possa produzir bons cidadãos, cai por terra se quem estiver propondo tal doutrinação, não for exemplo e não se der o respeito. Basta observarmos o número de políticos corruptos e de outros cidadãos de bem, que cantaram o hino nacional, tiveram Educação Moral e Cívica como matéria e repetiram roboticamente o "Ame-o ou deixe-o", a mando do governo ditador da época, e que não absorveram nenhum civismo e nenhuma moral. Muitos nem aprenderam a cantar o hino nacional corretamente.

Eu fico imaginando, que tipo de patriotismo um presidente que é capaz de prestar continência à bandeira de outro país e de expor os seus soldados a uma guerra, em defesa dos interesses deste mesmo outro país, pode despertar nos mais jovens ou em qualquer outro cidadão que ainda não tenha perdido a capacidade de raciocinar. O MEC ainda fez saber, que a ideia apresentada faz parte de uma "política de incentivo aos símbolos nacionais." Pelo visto, instituíram a hipocrisia como um deles. Anotem ai, pois deve cair na próxima prova do ENEM.

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Que tipo de dever cívico tem para com o seu povo, um governo que está disposto a promover a pobreza extrema, através de uma reforma previdenciária motivada para saldar a dívida que outros cidadãos desonestos e caloteiros (Leia-se, banqueiros e outros grandes empresários milionários e devedores da previdência) tem com a União? Que tipo de exemplo tem a dar para a educação de nossas crianças, um governo cujo membros do mesmo, incluem em seus currículos títulos acadêmicos que não possuem e autoria de bibliografias que nunca escreveram? Honestidade não combina com isso.

Como explicar a esses adolescentes e jovens, que o governo que pede para que eles coloquem a mão sobre o peito e entoem a plenos pulmões o hino de seu país, planeja entregar todo o pré-sal, a Amazônia e outras riquezas nacionais, para o domínio estrangeiro? Até o tal do Kit Gay, que nunca existiu de fato, seria de mais fácil compreensão. Desculpem-me a colocação, mas a impressão que eu tenho, é de que o atual governo está alimentado os seus eleitores com doses de leite morno, servido numa mamadeira de piroca verde e amarela. Para que assim, mesmo com um formato indesejável na boca, eles ainda mantenham acesa a chama do falso patriotismo e do confuso cristianismo, que pontua o seu "Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!"

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Fica mais difícil ainda de explicar para as novas gerações, que o governo que tenta doutriná-los no patriotismo, apoiou o congelamento nos investimentos em educação, por vinte anos. E mais, que o presidente do "Brasil acima de tudo", um dia declarou que não adianta investir em educação, pois é perda de tempo. Talvez, esse governo pretenda determinar a aprovação de uma aluno, através do envio de um vídeo cantando o hino nacional e repetindo o slogan mais falso e mentiroso, que uma campanha presidencial já apresentou em todos os tempos.

Quem ama a sua pátria e defende o seu povo, deseja que todos os cidadãos que constituem a a sua sociedade, vivam com dignidade, liberdade, igualdade e respeito. Quem tem amor a pátria, não oprime as minorias que delas também fazem parte, impondo-lhes a triste escolha de render-se ou desaparecer. Ao invés, de filmarem as crianças cantando o hino nacional, sugiro que filmem as escolas sucateadas, a verba da merenda sendo desviada, os professores trabalhando sem salário. Não que isso seja culpa do atual governo. Mas também, não deve ser a sua preocupação. Uma vez que não pretende investir em educação.

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Esse governo é tão non sense, que, por um instante, imaginei que o hino nacional proposto para as nossas crianças, fosse o hino nacional dos EUA. A verdadeira pátria que ele serve. Nesse caso, eu esperaria que, pelo menos, eles tivessem o patriotismo de traduzi-lo para o português.

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