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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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O petróleo é nosso, mas foi sequestrado

"As declarações do presidente Jair Bolsonaro culpando os governadores estaduais pelo alto preço dos combustíveis, além de absurdas, confirmam um protocolo deste governo, que é causar polêmica, atacar ou responsabilizar outros, fugindo de suas responsabilidades como governante", escreve o jornalista Sérgio Fontenele

Petrobrás anuncia revisão de periodicidade de aumento de preços dos combustíveis (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
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Texto publicado originalmente no Pensar Piauí

As declarações do presidente Jair Bolsonaro culpando os governadores estaduais pelo alto preço dos combustíveis, além de absurdas, confirmam um protocolo deste governo, que é causar polêmica, atacar ou responsabilizar outros, fugindo de suas responsabilidades como governante. Todo mundo sabe que a culpa pelos preços escorchantes dos combustíveis é da atual política da Petrobras, que os indexou à cotação do dólar e ao valor do barril no mercado internacional de commodities.

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Essa política, é bom lembrar, foi implantada no governo Temer, por obra e graça do então presidente da estatal, Pedro Parente, que iniciou um escandaloso processo de esquartejamento da Petrobras. Em simples palavras, o preço dos combustíveis aumentou, vigorosamente, desde 2016, por causa da adoção da atual política. De acordo com especialistas, o País passou, em contrapartida, a depreciar, paulatinamente, seu potencial de refino. A ideia é transformar o Brasil em mero exportador de petróleo bruto e importador de combustíveis.

Poder-se-ia denominar isso de uma estratégia burra – com todo o respeito aos asnos –, do tipo daquelas seguidas por nações de segunda categoria, do chamado Terceiro Mundo, cujas elites políticas as relegaram submissas aos interesses das potências mundiais. Trata-se de uma opção por se manter como eterna colônia, explorada economicamente por atores alienígenas e pelo grande capital internacional. Esse é o caminho que está sendo trilhado por este gigante tropical sulamericano.

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Opção pela dependência

Ao escolher ser um exportador de petróleo bruto e importador de combustíveis, como a gasolina, o óleo diesel e o querosene de aviação, com valores agregados, inclusive dos empregos gerados nas nações que os exportam para os brasileiros, o País mais do que acumula um déficit comercial. Ele se torna dependente, por isso, abre mão de sua soberania, estando sujeito às decisões tomadas, por exemplo, pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que pode reduzir ou elevar o preço da commoditie conforme sua conveniência.

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Com a política de preços praticada pela Petrobras, indexando-os à cotação do dólar e ao valor do petróleo no mercado internacional, toda vez que a moeda norte-americana se valoriza, a gasolina e o óleo diesel vendidos nos postos ficam mais caros. E quem paga a conta é o povo brasileiro, que poderia dispor de combustíveis baratos, se o Brasil decidisse pela autossuficiência em relação ao petróleo, portanto, se tornando soberano, do ponto de vista energético.

As jazidas aqui, com a descoberta do pré-sal, estão entre as maiores do planeta, mas toda essa riqueza não vai beneficiar a população brasileira, porque a ordem vigente é entregá-la às potências internacionais. Bastaria que a Petrobras investisse em refinarias, gerando dezenas ou centenas de milhares de empregos diretos e indiretos. Ao contrário, o atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco, já anunciou a venda de oito de suas refinarias. Isso, após “entregar” a BR Distribuidora por um valor abaixo do que custou o Hotel Copacabana Palace.

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