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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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O pior da política brasileira é o MBL

Movimento, que se define como liberal, atua, na verdade, como a principal voz do conservadorismo brasileiro. Apoia os parlamentares evangélicos, ruralistas e empresariais, trava uma verdadeira cruzada contra o movimento LGBT e, apesar de se dizer apartidário, recebe recursos de partidos de direita e promove o ódio contra os partidos de esquerda

Kim Kataguiri, do MBL (Movimento Brasil Livre) (Foto: Guilherme Coutinho)
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De todas as representações empresariais, partidárias e midiáticas que protagonizam influência política no Brasil pós-golpe, nenhuma é tão maléfica e potencialmente perigosa para a nação como o Movimento Brasil Livre. A organização, criada em 2014, atuou de forma incisiva na deposição de Dilma Rousseff, atacou os movimentos negro, feminista e LGBT e censurou exposições artísticas. Mas, com milhões de seguidores nas redes sociais, financiadores ocultos e interesses escusos, o movimento político pode causar um estrago ainda pior se não for combatido. O MBL é o fio condutor do ódio da classe média, das políticas plutocratas e do fascismo no país.

O movimento, que se define como liberal, atua, na verdade, como a principal voz do conservadorismo brasileiro. Apoia os parlamentares evangélicos, ruralistas e empresariais, trava uma verdadeira cruzada contra o movimento LGBT e, apesar de se dizer apartidário, recebe recursos de partidos de direita e promove o ódio contra os partidos de esquerda, sobretudo o PT. O conservadorismo do MBL – assim como seu poder influência na opinião pública - chegou ao ápice ao promover a censura da exposição "Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira" , que nos fez relembrar os tempos de autoritarismo fascista da ditadura militar.

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O fascismo do grupo, aliás, não é nenhuma novidade. Um de seus membros na política tradicional, o vereador pela cidade de São Paulo Fernando Holiday, já se utilizava de discursos temerosos, muito antes do fechamento da exposição do Santander Cultural. Mesmo sendo negro, atacou o movimento racial, dizendo com todas as palavras que o negro no Brasil se "vitimizava" frente a uma realidade que não seria, de nenhuma forma, racista. Holiday, como um capitão do mato, colocou como mote de sua campanha o ataque ao negro, prometendo lutar contra as cotas, o dia da consciência negra e outas vitórias conquistadas com muito sangue e luta por cidadãos negros. Ano que vem é eleição e o movimento promete eleger mais Holidays com discursos semelhantes. O risco é enorme.

A turma de Kim Kataguiri parece estar envolvida em tudo de pior que aconteceu na política nos últimos anos: a deposição injusta de Dilma Rousseff, a reforma trabalhista – que retirou direito dos trabalhadores, o movimento escola sem partido e as privatizações de Temer. O movimento ainda apoia a política internacional bizarra do presidente estadunidense Donald Trump e se derrete com as ações atrapalhadas do prefeito paulistano. João Dória, aliás, é o menino dos olhos do MBL: o grupo já deixou claro que não medirá esforços para vê-lo no Planalto a partir das próximas eleições.

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Nem mesmo as mídias tradicionais, como jornais e televisões, parecem possuir tanta influência sobre os jovens conservadores direitistas como o MBL em suas redes sociais. Para tornar tudo um tanto mais trágico, não há político ou mesmo partido que tenha defendido tantas pautas ruins ao longo dos últimos anos como o Movimento Brasil livre. E é dessa forma que o ovo do fascismo vem sendo chocado no Brasil: no seio da classe média, sob um disfarce apartidário e com muito ódio para se propagar.

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