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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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O Plano safra 2021/22 é bom, mas é ruim

Como sempre, prefere-se investir nos produtores de commodities (os insumos destinados, principalmente, à exportação) - grandes produções de soja, açúcar, milho, café e suco de laranja, por exemplo – em detrimento da agricultura familiar

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Anunciado no dia 22 do mês passado, o Plano Safra 2021/22, criado para apoiar a produção agropecuária nacional, traz algumas boas notícias. A primeira é que foram destinados R$ 251,22 bilhões (um aumento de 6,3% em relação ao plano anterior) para custeio, comercialização e investimentos.

A segunda são os R$ 5,05 bilhões destinados ao financiamento de projetos do Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (ABC), “abrangendo o financiamento à produção de bioinsumos, de energia renovável e à adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais e agricultura irrigada”.

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E a agricultura familiar?

A notícia ruim é que ainda se insiste em destinar uma parcela bem pequena ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Embora tenha havido um aumento de 19% em relação ao plano anterior, os pequenos produtores têm acesso a apenas RS$ 39,34 bilhões, ou seja.15,65% do total.

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Somando-se os R$ 34 bilhões destinados ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), a parte do leão (R$ 177,88 bilhões) vão para o chamado agronegócio.

Como sempre, prefere-se investir nos produtores de commodities (os insumos destinados, principalmente, à exportação) - grandes produções de soja, açúcar, milho, café e suco de laranja, por exemplo – em detrimento da agricultura familiar que, como sabemos, é a responsável por colocar na mesa do brasileiro cerca de 70% da sua alimentação. E isso não é só no Brasil. Praticamente em todo mundo a agricultura familiar é a principal responsável por alimentar a população.

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Por óbvio, deveria ser o setor da agropecuária a ser beneficiada com uma parcela bem maior dos investimentos/financiamentos governamentais.

Mas como se parte do princípio de que o mais importante é gerar recursos por intermédio da exportação, e com isso enriquecer ainda mais os grandes conglomerados produtores globais de alimentos, a coisa fica bem difícil.

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Aí, com esse tipo de política, o que a gente vê é o aumento das exportações e a carência interna de produtos alimentares e a consequente alta de preços do feijão, do óleo de soja, do arroz, produtos que tiveram aumento de cerca de 60% em um ano. Ao ponto de chegar ao cúmulo de o maior produtor mundial de soja, que é o Brasil, ter que importar o produto para abastecer o mercado interno.

Ou seja, importar o que ele mesmo exportou.

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E durma-se com um barulho desses!

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