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Milton Blay

Formado em Direito e Jornalismo, já passou por veículos como Jovem Pan, Jornal da Tarde, revista Visão, Folha de S.Paulo, rádios Capital, Excelsior (futura CBN), Eldorado, Bandeirantes e TV Democracia, além da Radio France Internationale

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O poste-geral da República ataca novamente

"A cada vez que uma acusação é feita ao chefe [Bolsonaro], o ventre fala mais alto. Empurrar com a barriga é o mote. E Aras não desvia um milímetro de seu objetivo", escreve Milton Blay

Augusto Aras (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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O PGR, Augusto Aras, determinou na noite de quinta-feira (28) a abertura de uma investigação preliminar, por meio da chamada notícia de fato, para apurar os nove crimes imputados pelos senadores da CPI da Covid ao presidente Jair Bolsonaro e outros mais cometidos por 13 pessoas com foro privilegiado – ministros, ex-ministros, filhos do presidente da República, deputados federais, o governador do Amazonas.

O poste foi igual a si mesmo. Agradeceu a CPI por ter produzido resultados e, ao receber o relatório final das mãos do presidente da Comissão, disse que graças a “essas novas informações poderemos avançar na apuração em relação a autoridades com prerrogativa do foro nos tribunais superiores". E se comprometeu a dar “agilidade na apreciação dos fatos”.

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Pelas suas palavras, parecia até que o poste-geral estava disposto a sair da imobilidade e cumprir o seu papel de levar as denúncias ao Supremo. Nada disso. Sua barriga não o permite. A cada vez que uma acusação é feita ao chefe, o ventre fala mais alto e, plagiando o ex-ministro Delfim Netto, imediatamente começa a empurrar. É isso: empurrar com a barriga é o mote. E Aras não desvia um milímetro de seu objetivo.

Como sempre, a cada vez que se vê pressionado, apela para a investigação preliminar e assim afasta o eventual indiciamento para as calendas gregas. Assim agiu ontem, como hoje.

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Augusto Aras decidiu não decidir e ignorar a pressão de Omar Aziz, o presidente da CPI, que cobrou providência da PGR em nome da "justiça", palavra que não faz parte do seu dicionário quando o sujeito é o chefe. .

"Se alguém acha que algum procurador vai matar no peito esse relatório e dizer que isso aqui são narrativas, vai ter que dizer como foram essas narrativas. Sabe por quê? Porque esse inquérito é público, não é fictício, feito às escondidas", disse Aziz .

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"Não há como qualquer membro do Judiciário dizer que não existiu. Pode até questionar alguma coisa, mas vai ter que escrever, vai ter que negar, vai ter que botar lá a sua assinatura e dizer que não houve nada. E o bom brasileiro, aquele que jurou a Constituição, aquele que passou num concurso público, não tem o direito de engavetar. Ele tem a obrigação de continuar a investigação ».

A cobrança deve ter passado a léguas de distância do PGR, que não costuma se preocupar com banalidades como colocar a sua assinatura embaixo das maiores aberrações. Está acostumado.

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Com relação ao relatório, o poste tinha três opções: poderia apresentar denuncias diretamente para o STF, baseado no fato de que há provas ou indícios de crimes; requerer ao Supremo a abertura de inquérito pela Polícia Federal ou finalmente a abertura de investigação preliminar.

O poste-geral optou pela terceira hipótese, a tal investigação preliminar, que se traduz de fato pelo imobilismo. Esta foi a 93° investigação preliminar aberta pelo poste contra Jair Bolsonaro. No caso das outras noventa e duas, nenhuma resultou em acusação formal. De duas, uma: ou o presidente não cometeu nenhum crime, o que se sabe ser mentira, ou tudo não passa de uma tática da PGR para manter as investigações em suas mãos e fazer com que os pedidos de indiciamento terminem em pizza.

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Questionado sobre se concorda com a avaliação da CPI de que o presidente  cometeu nove crimes na pandemia, Aras evitou responder.

“Eu não tenho o privilégio de ser comentarista político e não tenho essa habilidade. De maneira que, como mero estudioso da ciência política, eu me limito aqui a ser um jurista acadêmico que cuida dos assuntos nessa órbita normativa.”

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Nos temos cumprido com nosso dever. Tudo isso, ao seu tempo, merecerá análise para efeito de deflagração, ou não, de ação penal.”

O procurador-geral é o único timoneiro a bordo. A investigação preliminar dá a ele os meios de arquivar por conta própria. É o seu passatempo preferido.

Aras anunciou que pretende levar o exame das provas e indícios colhidos pela CPI ao Supremo, para que a Corte participe da tomada de decisão judicial em conjunto com o Ministério Público.  Balela, pois a decisão é sua e de mais ninguém.

Qualquer resultado diferente do arquivamento será de espantar. Aras não tem o hábito de surpreender. É cúmplice de Jair Messias e, ao que tudo indica, assim será até o final do mandato presidencial. Ainda mais que não podemos afastar a possibilidade da entrada em cena do famoso toma lá dá cá, para o qual o capitão jurou jamais apelar.

Indicado por seu chefe, o poste poderá rumar para o Supremo, numa mais que evidente troca de favores.

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