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Virginia Berriel

Executiva Nacional da CUT

22 artigos

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O preço do golpe

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Os golpistas continuam, de forma muito acelerada, queimando o Brasil. Tacaram fogo, permitiram que a boiada passasse e o trator também. A agenda de destruição tem proporções assustadoras, não poupa ninguém: vidas humanas, animais e vegetais estão virando cinzas num inferno tóxico. A destruição e a barbárie são os instrumentos políticos utilizados em larga escala pelo governo. É um cenário de guerra, devastador!

Na tragédia da Covid-19, essa semana o Brasil certamente chegará aos 140 mil óbitos. Daqui a pouco serão 150 mil e cerca de 5 milhões de infectados, graças ao descaso e negacionismo do governo que tem a necropolítica como seu regime político. Essa tragédia que tanto nos impacta, não impacta grande parte da população. Parece que está tudo normal, principalmente quando vemos as imagens das praias lotadas, dos bares cheios, festas bombando e muitas pessoas passeando sem máscara, descumprindo toda e qualquer regra de segurança para preservação de vidas. 

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Evidentemente não era apenas o golpe para tirar uma presidenta eleita e sem crime de responsabilidade. Era muito mais que isso, e já falamos por aqui, mas é necessário refletir, refrescar a memória de muita gente, daqueles que têm responsabilidade, inclusive porque contribuíram com o voto para eleger um governo que só podemos qualificar de desastre total, genocida!

É necessário repetir sempre que se trata de um governo irresponsável e destruidor. Sua meta principal é entregar o país de porteira fechada, ou seja, toda a nossa soberania ao capital internacional e aos especuladores, grileiros, garimpeiros e latifundiários. Aliás, Bolsonaro fez isso quando esteve em março nos Estados Unidos e disse que o Brasil estava à venda. E continua a dizer na maior cara de pau.  Sua obsessão pelos EUA chega a ser repugnante, principalmente quando faz questão de desfilar e posar ao lado da bandeira estadunidense. É, sem dúvida, o lacaio do capital, um verme subserviente.

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A política que anula e enfraquece o Estado como indutor de políticas públicas é uma triste realidade. A participação popular foi excluída e grande parte dos conselhos extintos. O governo afasta a população de decisões que vão impactar suas vidas. Gente que foi abandonada à própria sorte. O Brasil grita pelo Brasil que não existe mais, mas que existiu no período dos governos petistas: de 2003 até 2014, quando terminou o primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff. Reeleita para o segundo mandato, Dilma nem chegou a governar. O candidato derrotado, Aécio Neves, jurou que faria oposição intransigente e que ela não governaria. Cumpriu a tétrica ameaça e Dilma sofreu o impeachment sem crime de responsabilidade em 2016. Tudo planejado pelos golpistas farsantes com a ajuda do bandido chefe, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que veio a ser afastado e preso posteriormente.

Projeto de privatizações e desmonte

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O projeto extenso de privatizações e desmonte é de causar espanto até em muitos conservadores de direita e extrema direita. As empresas estatais e públicas precisam ser fortalecidas, é necessário que o governo priorize investimentos a elas. Essas empresas desempenham papel primordial para a vida da população brasileira. Ocorre que a agenda de privatização, com mais de 17 estatais, coloca em risco não apenas a qualidade dos serviços, mas milhares de empregos e o custo desses serviços à população, principalmente de baixa renda. Sabemos muito bem que as empresas privadas primam pela redução de gastos e pelo lucro a qualquer custo. 

Só teremos um Estado com equilíbrio econômico e social se ele atender a demanda da população com saúde, educação, assistência social, infraestrutura e segurança pública de qualidade, além, é claro, dos serviços essenciais como água, saneamento, energia elétrica e gás, prioritários para toda a população.

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Vamos apresentar um simples exemplo: o Sistema Único de Saúde (SUS), foi sem dúvida o grande responsável, com todas as dificuldades e falta de investimentos, pelo atendimento gratuito a milhares e milhares de pessoas. Sem esse sistema interligado e tão vital no atendimento à saúde da população, certamente teríamos o triplo de óbitos que temos hoje. 

Necessário resgatar mais alguns exemplos importantes para a qualidade de vida da população: o ensino público, do Fundamental à Universidade. Sabemos muito bem os ataques que a Educação e os professores têm sofrido com a falta de recursos e investimentos e, mesmo assim, continuam lutando e defendendo uma educação de qualidade. 

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A PEC do teto de gastos foi promulgada em dezembro de 2016 e congelou os investimentos por 20 anos para a Saúde, Educação, Assistência Social e Infraestrutura. Essa PEC foi encaminhada pelo então governo golpista e ilegítimo de Michel Temer com o discurso de controle rígido de gastos públicos – no caso, o que fez foi colocar em risco de morte os serviços essenciais à população.  

Esse desmonte e esfacelamento do serviço público não foram feitos pelo PT - Partido dos Trabalhadores. Foram feitos pelos golpistas que assaltaram na mão grande o poder. Assaltaram com as armas fornecidas pela própria Justiça, pelos Poderes, pelo Capital e pela mídia que fez um papel vexatório, vendendo manipulação e infâmia em forma de informação. 

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Não era apenas tirar a Dilma?

O golpe, que completou quatro anos em agosto, ainda está em curso. A cada dia bate à nossa porta e nos torna reféns dessa crônica de várias mortes anunciadas. Esse desastre que não sabemos mais aonde e nem quando acabará. Evidentemente que não era apenas tirar Dilma Rousseff da Presidência. Era uma agenda de destruição de direitos, de desmontes, saque de nossas riquezas e entrega da nossa soberania a preço de banana. 

O preço do golpe está escancarado no país que queima no Norte (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amazônia); no Sudeste (sul de Minas e regiões de São Paulo).

A ganância e o ódio incendiaram o Brasil – a vida animal e vegetal está em cinzas, espécies raras que corriam risco de desaparecer agora estão realmente extintas. Invadiram as terras indígenas, expulsaram e mataram índios e quilombolas, colocaram suas máquinas pesadas para retirar a madeira e fazer a extração de garimpo ilegal contaminando rios, suas nascentes e a vida.

O povo está pagando com sangue o preço do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. A geração de nossos filhos e netos está comprometida por conta de toda essa barbárie. Será que um dia as gerações futuras conseguirão recuperar todo o estrago feito pelo fascismo e autoritarismo desse governo? 

O Brasil no mapa da fome

As elites dominantes e a concentração de riquezas nadam de braçada no Brasil - só no período da pandemia os ricos aumentaram sua fortuna em 43%. Enquanto isso os trabalhadores tiveram seus salários achatados numa perda salarial que varia de 13% até 33% conforme dados do Dieese, com a implementação da MP 936. E ainda temos os desempregados – são mais de 13 milhões. E se juntarmos os que trabalhavam informalmente, esse número vai crescer bastante. 

A cesta básica disparou, melhor, triplicou de valor. Hoje quem ganha apenas o salário mínimo gasta 55,86% com a compra de alimentos básicos, o que representa mais da metade do salário para se alimentar. E o aluguel, o gasto com os serviços essenciais como água, energia, gás, transporte? 

E mesmo com a pandemia da Covid-19 ainda levando a óbito cerca de 600 a 700 pessoas por dia, o governo reduziu pela metade o valor do Auxílio Emergencial que acaba em dezembro. Isso, inevitavelmente, vai aumentar a fome da população mais carente e desassistida. 

Além de todas as mazelas relatadas com o preço do golpe, agora o Brasil voltou ao Mapa da Fome – mais uma tragédia social, onde a falta de humanidade grita. Nas ruas, as várias pessoas necessitadas que perambulam e foram abandonadas à própria sorte, quando nos abordam não querem dinheiro. Elas pedem um pão, um prato de comida. 

O golpe não tem preço. O sangue e a vida dos pobres, dos trabalhadores, das plantas e dos animais tem. Impagável!

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