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Eduardo Guimarães

Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania

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O preço do golpe será (?) descrédito interno e externo do país

Se o golpe vingar, o Brasil deverá mergulhar em uma tempestade de greves e paralisações. O Congresso ficará em pé-de-guerra. E quanto mais a situação da economia não evoluir, mais difícil será ao governo Michel Temer conseguir apoio para governar

Brasília - O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, participa do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães e do PMDB, em Brasília (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Eduardo Guimarães)
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O golpe ainda não vingou. Se vai vingar, só saberemos mais adiante. Mas, desde já, é possível mensurar o que acontecerá no país se um bando de parlamentares envolvidos até o pescoço em corrupção – e processados por isso – cassarem o mandato de uma presidente contra quem não pesa nem mesmo acusação de desvio ético.

No próximo dia 31, quando o golpe de 1964 completar 52 anos, haverá uma manifestação gigantesca contra o golpe parlamentar que se avizinha. Será, sem sombra de dúvida, a maior manifestação com esse fim que o país já viu.

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A resistência ao impeachment aumentou muito. Até setores da esquerda que torciam o nariz para defender o governo Dilma estão se posicionando contra. Até o PSOL, partido de esquerda que mais condescendeu com o golpismo, dividiu-se irremediavelmente. Pode-se dizer, hoje, que a maioria se posiciona contra o impeachment.

Grande parte da imprensa internacional enxerga o golpe como o que ele é, um golpe. Não estamos falando de qualquer veículo. The New York TimesThe GuardianLos Angeles TimesL’Humanité… Espalhou-se pela imprensa internacional a suspeita de que não há normalidade no processo que pretende jogar no lixo 54 milhões de votos.

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Ao mesmo tempo, centenas de juristas condenam esse processo. Ministros do Supremo veem abusos nas investigações e violação do Estado Democrático de Direito.

Se o golpe vingar, o Brasil deverá mergulhar em uma tempestade de greves e paralisações. O Congresso ficará em pé-de-guerra. E quanto mais a situação da economia não evoluir, mais difícil será ao governo Michel Temer conseguir apoio para governar.

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Os grupos de mídia formuladores de mais um golpe no país já tratam de preparar o terreno, ou seja, o espírito das pessoas para o fato de que a economia não irá reagir com a simples substituição de Dilma por Temer. É claro que durante algum tempo tentarão atribuir o caos na economia ao PT, a Lula, a Dilma, mas essa desculpa tem prazo de validade.

Concomitantemente aos problemas econômicos, o plano de um eventual governo Temer é desmontar o estado de bem-estar social edificado pelos governos do PT. O Congresso conservador, agora com o apoio do Planalto, tratará de suprimir direitos trabalhistas, colocando a massa trabalhadora em pé-de-guerra.

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O pré-sal será entregue às petroleiras estrangeiras. A privatização da Petrobrás é uma possibilidade concreta.

Mas o pior de tudo está nas perspectivas. A estratégia usada para derrubar Dilma e jogar fora os 54 milhões de votos que a elegeram permanecerá pairando sobre a República. Nenhum governo estará seguro de que chegará ao fim, o que tornará o Brasil um país imprevisível, o que, vejam só, é o que há de pior para o capitalismo.

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O capitalismo requer previsibilidade. Sem ela, não se anima.

O grande dano que o golpe causará à imagem do Brasil, porém, está no fato de uma presidente contra quem nunca terá pesado uma única ação na Justiça e nem mesmo uma investigação ter sido cassada por um Congresso cuja maioria de seus membros está sendo investigada e/ou processada por corrupção.

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Se o golpe se concretizar, o Brasil estará com a sua imagem maculada para sempre. Será visto como uma republiqueta com instituições débeis e suscetíveis a arranjos políticos improvisados como o que terá resultado na derrubada de um governo legítimo e na mudança brusca das regras do jogo.

A instabilidade político-institucional fará deste país um alvo para saqueadores internacionais, que virão para cá pilhar o que puderem no menor espaço de tempo possível e irão embora. Não contem com investimentos de médio e longo prazos, não contem com fé neste país.

Os efeitos desse golpe irão perdurar por gerações. Os corruptos que terão derrubado Dilma para se safar das investigações irão interrompê-las e os órgãos de controle fortalecidos pelos governos do PT serão sumariamente desmontados.

O Brasil voltará a ser uma fazendona, com uma elite minúscula e uma massa descomunal de cidadãos comendo o pão que o diabo amassou.

A consequência mais imediata do aumento da pobreza e da desigualdade que se seguirá ao golpe será o correspondente aumento da violência e da criminalidade. Com a ascensão dos Bolsonaros da vida, tentarão combater o problema com violência policial e encarceramentos, o que só fará aumentar esse problema.

Este país irá mergulhar em um mar de violência, criminalidade e carestia.

Durante 13 anos, os brasileiros se acostumaram a melhorar de vida mês a mês, ano a ano. De 2003 a 2014, os salários e o nível de emprego só aumentaram e a pobreza e a desigualdade só caíram. É isso que os brasileiros querem de volta. Eu não queria estar na pele dos golpistas quando o povo descobrir que eles não trarão isso de volta.

E que, muito pelo contrário, farão a vida deste povo voltar ao que era antes de o PT chegar ao poder.

*

PS: aconteça o que acontecer, este Blog estará sempre aqui externando suas posições, analisando o cenário e divulgando aquilo que o fascismo tupiniquim não quer que seja divulgado. Como este espaço nunca dependeu do poder para existir, se esse poder mudar de mãos nada mudará por aqui. 

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