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Michel Zaidan

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O PSB de Pernambuco

A tragédia é que alguns partidos de esquerda agarraram-se a esse governo em troca de cargos e mandatos. E ameaçam defenestrar uma candidatura de oposição ao príncipe herdeiro da oligarquia campista, mais uma vez em troca de cargos e mandatos.

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A criação do PSB (Partido Socialista Brasileiro) ocorreu nos idos de 1945. Era originalmente um agrupamento político de intelectuais independentes que faziam crítica ao chamado “socialismo real” e ao PCB. Durante muito tempo foi uma espécie de contrafação do universo comunista. Até o surgimento do PT. Muitos comunistas se candidataram pela legenda do PSB quando sua legenda continuava proscrita. 

A grande deficiência desse partido foi sua ausência nos sindicatos e movimentos sociais, ao contrário dos seus congêneres europeus. Partido de intelectuais liberais e pequeno-burgueses. Em Pernambuco não foi diferente.

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O PSB sempre gravitou na esfera comunista e abrigou candidatos que seriam do PCB. Esteve na base de apoio dos primeiros mandatos de Arraes. Mas este último só se torna presidente do PSB quando volta do exílio, destronando Valtur Silva e Ivan Maurício. A partir daí, o partido se transforma em propriedade da família Campos/Arraes, passando de avô para neto e apaniguados ou asseclas. O discurso de Arraes no PSB sempre foi terceiro-mundista: povo e nação.

Os trabalhadores rurais eram o povo, e a nação buscava alinhamento externo com os países ex-coloniais. A política de alianças é uma herança do velho PSD rural de chefes políticos do interior. Daí a facilidade de Arraes em se compor com usineiros e industriais, desde a famosa frente do Recife.

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Os governos de Arraes depois do exílio tiveram imensa dificuldade de se viabilizar em razão da mudança das políticas regionais e nacionais com a globalização e a oposição de Arraes aos presidentes da República. Portador de um projeto de política de desenvolvimento regional integrado, Arraes entrou em choque com as tendências internacionais e a concorrência da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, que apostaram na guerra fiscal e nos “clusters”, enclaves altamente especializados e ligados ao mercado externo. 

Também enfrentou o projeto de desregionalização da economia brasileira dos tucanos. Ficou isolado, perdeu a competitividade e perdeu o governo para uma aliança neoconservadora comandada por Jarbas Vasconcelos. A vitória do neto, Eduardo Campos, em fins de 2006, aproveitou-se do clamor público pela morte do avô. Mas, foi um duro golpe no ideário nacional-desenvolvimentista de Arraes.

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Campos fez uma ampla aliança, arrastando os partidos de centro e direita para o seu palanque. O seu programa defendeu um “choque de modernidade” na administração regional, copiado de Aécio Neves. Aditou o discurso de reforma gerencial do estado, mas nunca abandonou o controle pessoal da administração, repleta de auditores da secretaria da Fazenda.

A gestão modernizadora de Campos foi a maior fraude política da história de Pernambuco, em razão dos inúmeros escândalos e denúncias sobre lavagem de dinheiro e apropriação privada de recursos públicos. Estão aí para provar a Arena Pernambuco e o presídio de Itaquitinga. Não fora o inexplicável acidente que vitimou Campos, estaria ele preso e seus bens bloqueados. Eduardo Campos continuou a política de lesa-federação de Jarbas Vasconcelos.

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A morte de Campos foi totalmente manipulada pela família da viúva para eleger um pau mandado, casado com uma prima da ex-primeira dama. Um auditor-fiscal incompetente, autoritário, sem nenhuma aptidão para a gestão pública. Pior, envolto em sucessivos escândalos de superfaturamento de obras e desvio de dinheiro público. 

Agora há pouco, o tribunal de contas condenou esse títere dos Campos a devolver R$ 13 milhões aos cofres públicos por compra fraudulenta de respiradores artificiais a uma empresa de laranjas. A tragédia é que alguns partidos de esquerda agarraram-se a esse governo em troca de cargos e mandatos. E ameaçam defenestrar uma candidatura de oposição ao príncipe herdeiro da oligarquia campista, mais uma vez em troca de cargos e mandatos.

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 Ou seja, de uma posição absolutamente subalterna aos interesses do grupo dominante. Seria a temporalidade do inferno. O retorno do sempre igual.

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