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Celso Raeder

Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação

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O PSOL precisa sair das sombras

Por que o deputado federal Chico Alencar não toma para si a responsabilidade de disputar o governo do estado do Rio de Janeiro? Por que Marcelo Freixo só concorre em pleitos que não coloquem em risco a segurança do seu mandato como deputado estadual?

Marcelo Freixo, candidato do PSOL à Prefeitura do Rio (Foto: Celso Raeder)
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Não se pode esperar muita coisa dos partidos de oposição dentro de um regime democrático. No geral não conseguem ir muito além do trabalho de fiscalização dos atos de governo, de criticar e denunciar irregularidades administrativas, de ser a demão de verniz necessária para dar a sensação de que as instituições funcionam num ambiente de liberdade.

Esse é o papel que o PSOL aceitou representar na sociedade brasileira, onde a zona de conforto é o parâmetro que delimita a distância entre a ação e a utopia. Por que o deputado federal Chico Alencar não toma para si a responsabilidade de disputar o governo do estado do Rio de Janeiro? Por que Marcelo Freixo só concorre em pleitos que não coloquem em risco a segurança do seu mandato como deputado estadual?

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Com todo respeito ao Professor Tarcísio, provável candidato da legenda ao Palácio Guanabara, mas até mesmo Jean Willys teria mais votos do que ele em 2018. Mas o defensor das causas LGBT também não tem o menor interesse em arriscar sua cadeira na Câmara dos Deputados.

Sem desmerecer as credenciais morais, éticas e intelectuais dos representantes do PSOL no Congresso Nacional, e também nas câmaras legislativas espalhadas pelo país, o que a sociedade recebe em troca do investimento em salários e benefícios, pagos para esses deputados e seus assessores, é absolutamente zero em matéria de eficácia.

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Chico Alencar tem votos para passar outros vinte anos sentado no mesmo gabinete do Congresso, discursando e apontando alternativas para solucionar os problemas brasileiros. Idem para Marcelo Freixo, na Assembleia Legislativa do Rio. Até o dia em que ficarão bem velhinhos, contando aos seus netinhos sobre como foram úteis para o país.

Ficar sem mandato não é o fim do mundo. Pelo menos não deveria ser para quem defende um projeto alternativo de poder. O que não é compatível com o papel da oposição é se tornar aderente ao sistema, com sua sedutora estrutura de gabinetes e cargos comissionados. O estado do Rio de Janeiro atravessa sua mais grave crise institucional, social e econômica dos últimos 100 anos. Desta vez, um dos dois maiores expoentes do PSOL fluminense terá de botar a cara como candidato a governador, de qualquer jeito.

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E para isso terá de aprender a fazer política de verdade, aglutinar forças e apresentar um projeto de governo que desmonte toda a estrutura corrompida surgida após a gestão de Leonel Brizola. Essa é uma tarefa que pode contar, inclusive, com uma aliança com o PT do Rio de Janeiro. Entre Chico Alencar e Marcelo Freixo, tenho especial preferência pelo segundo para renunciar ao conforto do mandato, pelo sacrifício da missão. Está mais do que na hora de se despedir do personagem "deputado Fraga", do filme Tropa de Elite, até para dar ao cineasta José Padilha o roteiro que precisa para completar a trilogia, desta vez representando o papel de governador.

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