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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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O que leem os Bolsonaros?

Com linguagem rasa e comportamento anacrônico, os Bolsonaros são adolescentes desencantados com tudo e com todos e orgulhosos disso. Odeiam o que não compreendem, e mais ainda o que os ameaça

(Foto: Antonio Cruz - ABR)
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Como no livro do norte-americano JD Salinger, O apanhador no campo de centeio, de 1951, que ainda segue espelhando uma grande parte de adolescentes que não conseguem se adaptar ou se encaixar no sistema, o clã Bolsonaro, pai e filhos, vivem suas arruaças e lutas internas para ingressarem no mundo da maturidade.

Com linguagem rasa e comportamento anacrônico, os Bolsonaros são adolescentes desencantados com tudo e com todos e orgulhosos disso. Odeiam o que não compreendem, e mais ainda o que os ameaça. Os ‘meninos’ do clã são misantropos, não conseguem um relacionamento saudável fora do ninho, não estabelecem normalidade entre a representatividade de seus cargos e a sociedade.

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A percepção de não pertencerem a um lugar permite que sejam desagradáveis e inoportunos em todos eles. Sair da adolescência traz sofrimento e responsabilidade, então é vital que ela seja estendida por mais um período, quem sabe vitalício enquanto dure. “Adorável, essa é uma palavra que eu não suporto. Soa tão falsa que eu sinto vontade de vomitar toda vez que a ouço” – disse Holden Caulfield, personagem principal do livro.

Posso estar enganado, mas mesmo com o viés autoritário, não acredito na ação efetiva de Carlos falando em ditadura, não acredito que isso se concretize. A tentativa de um regime totalitarista sofreria resistência de toda a sociedade. A narrativa neofacista do clã só ecoa entre internautas solitários, adolescentes desconfortáveis com o mundo e nos grupos supremacistas e misóginos. O resto é milícia!

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Talvez nenhum Bolsonaro tenha lido o livro que ficou marcado como a leitura preferida dos psicopatas. Entre a lista de crimes cometidos à sombra do romance, está o de Mark Chapman na noite de 8 de dezembro de 1980.  Chapman, que havia passado todo o dia na porta do Edifício Dakota - Nova Iorque - onde moravam John Lennon e Yoko Ono, assassinou o ex-Beatle, de quem era fã obcecado, com um revólver calibre 38. Horas antes Lennon autografara para Chapman uma cópia de seu recém lançado álbum Double Fantasy.

Chapman acreditava que, assassinando Lennon, ele o salvaria das perturbações do mundo e que, assim, sua inocência sobreviveria. Depois de cometer o assassinato Chapman leu O apanhador no campo de centeio até a polícia chegar; no livro ele escreveu “minha confissão” e assinou como Holden Caulfield, o personagem que acreditava que “Tudo que você tem que fazer é dizer algo que ninguém entende e eles vão fazer praticamente qualquer coisa que você queira”. Essa afirmação deve circular no meio bolsonarista como um mantra.

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