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Breno Altman

Breno Altman é diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel

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O que muda com a pesquisa Ibope?

Para o colunista do 247 Breno Altman, a "pesquisa do Ibope, divulgada na noite de ontem, deve ser recebida com tranquilidade pelos petistas"; para ele, os resultados já eram esperados e, "na prática, pouco mudou"; para ele, "se o PT for realmente obrigado a trocar de candidato, a partir de uma orientação pública e contundente do ex-presidente, nesse momento o cenário irá mudar completamente"; Quinze dias é o tempo necessário para a propaganda e a mobilização transferirem para Haddad os 60% de eleitores lulistas dispostos a acatar uma indicação aberta de seu líder", ressalta

O que muda com a pesquisa Ibope?
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A pesquisa do Ibope, divulgada na noite de ontem, deve ser recebida com tranquilidade pelos petistas. Tranquilidade e sangue frio.

Os resultados eram previsíveis: Bolsonaro com 22%, Marina e Ciro com 12%, Alckmin com 9% e Fernando Haddad com 6%. Na prática, pouco mudou, em termos de equilíbrio relativo, se essa pesquisa for comparada com as anteriores, do mesmo instituto, em cenários sem Lula.

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Cada candidato mais relevante, com exceção de Marina, cresceu entre 2 e 3%, recebendo uma fração espontânea de eleitores lulistas que já estão informados da impugnação decidida pelo TSE no último dia 31, mas ainda não têm conhecimento de qual a candidatura que será defendida pelo ex-presidente.

Os votos nulos, brancos e indecisos continuam elevados, na casa dos 28%, com uma queda da ordem de 6% que equivale quase exatamente ao lote de votos que se redistribuiu entre os cinco melhores colocados.

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Trata-se de um período de transição. Enquanto todos os postulantes já estão abertamente na pista, o PT luta pelo direito democrático do seu líder histórico ser candidato. Se a mesma pesquisa tornasse público o resultado do cenário com Lula na cédula, ficaria claro que a tática petista continua a funcionar mesmo depois da decisão do TSE e do início do programa eleitoral gratuito, com Lula ultrapassando os 40% das intenções de voto.

Se o PT for realmente obrigado a trocar de candidato, a partir de uma orientação pública e contundente do ex-presidente, nesse momento o cenário irá mudar completamente.

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Ainda teremos uma ou duas semanas de certa dispersão do voto petista, com todos seus adversários ganhando algum contingente desse setor, particularmente Ciro Gomes, mas a inversão de tendência logo se fará sentir.

Claro que o antipetismo tudo fará para estimular desânimo e confusão nas fileiras lulistas. A realidade, porém, logo se imporá. Quando a palavra de Lula se espalhar pelo país, a máquina eleitoral petista se colocar em movimento e o PT tiver explicitamente um novo candidato, a situação se reverterá em menos de três semanas.

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Um cálculo razoável aponta que, ao redor do dia 25/9, pouco mais de dez dias antes das eleições, Haddad estará com uma intenção de voto entre 22 e 25%, Bolsonaro continuará entre 18 e 20%, Alckmin entre 13 e 15%, Marina e Ciro entre 11 e 13%.

A base dessa conta é simples: quinze dias é o tempo necessário para a propaganda e a mobilização transferirem para Haddad os 60% de eleitores lulistas dispostos a acatar uma indicação aberta de seu líder.

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Reprodução
Pesquisa Ibope para presidente

Os demais 40% se dividirão entre outras candidaturas e, majoritariamente, comporão a cesta dos votos nulos e brancos, que serão arduamente disputados nos últimos dez dias de campanha.

Nessa frente, por razões óbvias, Haddad terá claras vantagens e poderá chegar ao segundo turno próximo dos 30%. Essa tendência tem, como maior risco, eventual rejeição de Haddad por uma fatia expressiva do eleitorado petista, se não o entendê-lo como leal a Lula ou suficientemente confiável para implantar o projeto representado pelo ex-presidente.

O PT, no entanto, já está cansado de saber quais os custos a pagar quando se deixa levar, no intuito de "ampliar" simpatias, pela diluição da identidade popular e pelo arrefecimento da polarização. Pesquisas também dão o mapa da estrada: a transferência, se necessária, será facilitada a partir de uma postura pela qual Fernando Haddad seja visto como o caminho para Lula ser libertado e governar o país.

Parafraseando os peronistas de 1973, na Argentina, se a clara consigna da campanha for "Haddad ao governo, Lula ao poder".

No mais, os únicos fatos relevantes da pesquisa do Ibope são a estabilidade de Bolsonaro como o nome da direita para o segundo turno e o contínuo raquitismo de Geraldo Alckmin.

Tudo indica, para a segunda volta, uma disputa sangrenta entre civilização e barbárie. Entre o PT, com Lula ou Haddad, e o neofascismo tão ao gosto das oligarquias.


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