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    Eric Nepomuceno

    Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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    O que sobrar, sobrou...

    Agora foi a vez da queima de remédios, alguns deles caros e essenciais para o tratamento de doenças especialmente graves

    Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga (Foto: Reprodução)

    Pois é: dias e dias de rebelião e violência no Rio Grande do Norte, em Natal e outros cinco municípios além da capital.  

     A explicação: protesto de grupos de criminosos contra as criminosas condições em que seus comparsas mal e mal sobrevivem nas prisões superlotadas, com comida podre e sem as mais ínfimas condições de higiene – além do tratamento perverso dispensado pelos guardas e responsáveis pela segurança, que aliás não existe.

     Em São Paulo, nova explosão da “cracolândia” devasta bairros tradicionais, sem que ninguém saiba o que fazer a não ser reprimir a torto e a direito sem respeitar nada.

    Uma nova crise financeira sacode o mundo. Quais serão seus efeitos sobre este nosso destroçado país, com os donos do dinheiro cada vez mais ávidos, numa sede olímpica por cada tostão? Como poderemos, se é que isso será possível, sobreviver às manobras da sacrossanta, invisível e poderosíssima entidade chamada de “mercado”?

    Lula parece, enfim, ter encontrado o caminho para estabelecer relações minimamente aceitáveis com as Forças Armadas, tão incentivadas, devastadas, beneficiadas e inchadas por Jair Messias.  

     Até quando os fardados continuarão a ser ameaça à democracia? Até quando estaremos debaixo da sombra de seus quartéis?

    Impressiona a árdua disputa que vemos no Congresso Nacional para saber quem é mais larápio, quem manipula com mais avidez e menos pudor, quem é mais abjeto.  

    Dia desses tivemos o espetáculo asqueroso de um tal Nikolas de Oliveira. Seria apenas ridículo e grotesco, se esse fulaninho não tivesse sido o deputado mais votado do país.   

     Pobre Minas Gerais, de onde ele zarpou, todo pimpão, para Brasília? Não, não: pobre Brasil, que elegeu Jair Messias e na mesma eleição em que se livrou dele continuou elegendo aberrações país afora.

    Como na vida é preciso respeitar uma certa hierarquia e levar em conta a experiência, não demorou muito para outro pedaço de asco, que atende pelo nome de Marco Feliciano, pusesse as coisas em seu devido lugar.

    Eleito para o seu terceiro mandato, o Feliciano em questão se apresenta como tendo duas profissões: empresário e pastor.  

     Mera reiteração: por “pastor” entenda-se mercador da miséria e da fé alheias. E, nessa condição, se entupir de poder, dinheiro e, claro, votos.  

    Coube a ele, num palavrório articulado e bem manipulado, atacar a ministra da Cultura, Margareth Menezes.  

     E, com suas sobrancelhas cuidadosamente aparadas, os cabelos esculpidos e a maquiagem na dose exata, mostrou ao garotão mineiro como ser machista e misógino sem descambar para a galhofa.  

    Continuamos sendo encharcados, claro, pelo escândalo nosso de cada dia dai-nos hoje, conforme vão saltando à superfície mais e mais crimes da época do desequilibrado Jair Messias cometidos por ele, pelos filhotes e pelo seu bando.  

    Agora foi a vez da queima de remédios, alguns deles caros e essenciais para o tratamento de doenças especialmente graves. Tudo isso por graça e glória do desfile de criminosos cúmplices que depositaram seus respectivos traseiros na cadeira de ministro da Saúde, a começar pelo então general da ativa Eduardo Pazzuelo, agora eleito deputado federal por São Paulo, e depois pelo absurdo pernóstico chamado Marcelo Queiroga.

    E daí? Alguma punição pelas atitudes criminosas da dupla e seu chefe e mentor, alguma consequência de sua irresponsabilidade tremendamente perversa e mortal?

    A única saída visível, pelo menos por enquanto, é continuar denunciando enquanto esperamos por duas iniciativas essenciais para a sobrevivência não apenas de cada um de nós, mas do próprio país.

    Primeiro, estar atentos para contribuir, cada um à sua maneira e dentro de suas possibilidades, para reconstruir o Br asil.

    A segunda: que a Justiça enfim se faça presente.

    Enquanto isso, a saída é preservar o que sobrou desses tempos maléficos. E reconstruir o resto.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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