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O Rio que o Freixo não vê

Está evidente que o deputado não conhece os benefícios que as UPPs têm trazido aos moradores das mais diversas comunidades, por isso, eu, cidadã, o convido a fazer um passeio

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Após ler minuciosamente o texto: UPP e cultura de direitos do Deputado Estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo, gostaria de fazer algumas considerações do que considero demagogia política ou incapacidade momentânea de reconhecer um serviço que não seja o seu.

É óbvio que o parlamentar atua em uma esfera absolutamente distinta da do governador, mas cegar-se diante dos fatos concretos e aproveitar-se assim, de forma maliciosa, para manipular a opinião pública é, no mínimo, falta de comprometimento com a verdade, o que considero um defeito gravíssimo para quem exerce uma função pública como a dele.

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O Deputado inicia seu texto imputando ao Estado o papel de maniqueísta e oportunista ao afirmar que este propõe ao cidadão apenas duas opções: ou você ama a upp ou odeia a upp. Afirmando: "Os territórios militarmente ocupados não foram transformados em territórios de direitos."

No texto, Freixo aponta que "Não se constrói cidadania com armas e intervenção militar.", mas esquece que um estado que possui territórios ocupados por facções criminosas que portam fuzis e granadas e defendem "seus" espaços com comportamento e equipamentos militares não se podem receber serviços que proporcionem a garantia de direitos se não houver segurança para que estes sejam feitos.

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E quando digo segurança, digo para todos, para a população que recebe os serviços e os trabalhadores que os fornecem. Ou o senhor Marcelo Freixo é a favor de ir lá na favela pedir permissão ao chefe da boca pro caminhão de lixo poder passar?

Há vinte anos os governos que se intercalaram impossibilitaram a entrada da polícia nas comunidades. Há vinte anos assistimos a chegada da cocaína, dos fuzis, das granadas, do crack, e nenhum governo tomou nenhum tipo de providência efetiva para tentar resolver o aumento da criminalidade. Há vinte anos não há prevenção e combate ao crime!

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Assistimos de camarote a criação das ideologias de facção que trouxeram consigo a organização e o desejo de poder, da proteção do território para benefício do seu negócio e de sua própria identidade. Não me venha dizer que esses criminosos que estupram as filhas de moradores de suas comunidades, esses mesmos que criam porcos, cachorros e até jacarés para torturar seus inimigos, que queimam jornalistas em pneus, que utilizam até espadas para torturarem os x-9, esses que obrigam os moradores a irem para as ruas fazerem protestos quando assim o desejam, esses que impõem a marca de roupa que você pode usar, e a rua que você pode passar (vide o que ocorre no Complexo da Maré), não me venha dizer que esses criminosos são pobres coitados frutos de um estado que não os amparou, que não tiveram opção!

Pois bem, o fato é que, 99,9% da favela é composta por gente de bem e trabalhadora. Hoje, entrar pro tráfico vai mais de índole do que falta de opção. Já foi tempo que traficante era amigo de morador. Ou você não conheceu a história da linda jovem Luana que foi estuprada e morta dentro da Rocinha e que cuja família sequer registrou o desaparecimento em nenhuma delegacia. Por que será?! Aposto que também não conheceu a história da pobre Carla (nome fictício para poupar a família), que ao ganhar um radinho walk talk no seu aniversário de 12 anos cometeu o maior erro de sua vida: brincar com as vozes que falavam com ela. Resultado? Foi estuprada não se sabe por quantos homens e morta com uma vassoura introduzida em sua vagina o tempo necessário para que ela viesse a óbito. O corpo? O tráfico nunca autorizou mãe a ir buscar... Isso ocorreu no Salgueiro em 2008. Temos que entender de uma vez, não se dialoga com bandido. Não há outra opção.

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O deputado afirma categoricamente: "O governo Sérgio Cabral teve tempo suficiente para modificar essa perspectiva, mas, até agora, só a força chegou a estes territórios." Então vamos aos fatos: De 2008 para cá 37 comunidades foram pacificadas, com uma abrangência de 257 comunidades, que beneficiariam 1,5 milhão de pessoas, contei também as companhias destacadas.

Abaixo cito 10 ações do estado nas comunidades pacificadas que me fazem acreditar na seriedade do projeto das UPPs:

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1. Criação do pólo de educação à distância (PED) que reuni diversos cursos de graduação: Licenciatura em Pedagogia pela UERJ, tecnologia e sistemas de comunicação pela UFF, Administração pela UFRRJ, e Tecnologia em Gestão de Turismo pelo CEFET. Oferece também o ensino fundamental do 6º ao 9º ano e médio da rede Centro de Estudos de Jovens e Adultos (CEJA) e de formação profissional, além de três cursos profissionalizantes: Eletricista Predial, Encanador (bombeiro hidráulico) e Segurança no Trabalho.

2. Criação da nova estação elevatória de água no pavão-Pavãozinho melhorando a distribuição para o Pavão e o Cantagalo.
3. Agilização da regularização fundiária nas favelas pacificadas feita através do programa Minha casa, minha vida.

4. Criação de uma parceria com o Programa de Microcrédito da AgeRio que passou a auxiliar os empreendedores das comunidades, orientando seus projetos, avaliando as necessidades do negócio e acompanhando seus resultados. O programa oferece juros e prazos adequados a cada projeto. A partir dele criaram-se salões de beleza, mercadinho com entrega a domicílio e até hostel.

5. Realização de casamentos comunitários com direito a cabeleireiras e maquiadoras formadas pelo projeto do SENAC em comunidades pacificadas.

6. Colônia de férias com atividades ao ar livre e passeios feita pelas UPPs em parceria com o Educandário Romão Duarte nas seguintes comunidades: Chapéu-Mangueira, Babilônia, Tabajaras, Pavão-Pavãozinho, Santa Marta

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7. O Desempenho dos alunos em área de UPP subiu 40,6% entre 2009 e 2011.

8. O Antigo jardim zoológico oferece mais de 20 atividades gratuitas após a pacificação do Morro dos Macacos.

9. UPPs têm a menor taxa de homicídios do Brasil e já não é considerado endêmico pela ONU. No Dona Marta, por exemplo, não ocorre um homicídio há cinco anos.

10. Foi criada a Casa de Direitos do Brasil que promove diversos serviços públicos como: retirada da carteira de identidade, certidões de nascimento e casamento, além de acompanhar casos correntes na justiça. A primeira foi inaugurada na Cidade de Deus.

Além desses dez exemplos, existe uma infinidade de muitos outros que todos podem conhecer através desse site, ou pela via mais fácil, dando um pulinho em uma das UPPs e ver a coisa funcionando de perto.

Por fim, está evidente que o deputado não conhece os benefícios que as Unidades de Polícia Pacificadoras têm trazido aos moradores das mais diversas comunidades, por isso, eu, cidadã, pedagoga, estudante de história e idealizadora de um projeto de incentivo à leitura em comunidades pacificadas convido, nesta carta aberta, o deputado Marcelo Freixo a fazer um passeio comigo para conhecer os avanços entre o estado e essas comunidades.

Desculpe deputado, mas o único maniqueísmo obviamente raso aqui é o seu.

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