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Eduardo Guimarães

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O suicídio político de Ciro Gomes

"A candidatura de Ciro é tão débil que ele deve sofrer uma derrota inédita neste ano: perder em seu próprio estado", diz Eduardo Guimarães

Ciro Gomes (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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A quarta tentativa de Ciro Gomes de chegar à Presidência da República tem tudo para encerrar a carreira tumultuada do ex-governador cearense. E da forma mais melancólica possível. A candidatura de Ciro é tão débil que ele deve sofrer uma derrota inédita neste ano: perder em seu próprio Estado. 

E isso apesar de o PDT, sob a batuta do ex-ministro de Dilma Rousseff  Carlos Lupi, não poupar gastos com Ciro. Além de enriquecer ainda mais o ex-marqueteiro embrulhão João Santana, que tomou fortunas do PT vendendo a tese de que era ele, e não a força de Lula, que elegeu e reelegeu Dilma,  encomendou dispendiosa pesquisa ao instituto Quaest e, por tê-la registrado no TRE para torná-la pública, foi obrigado a divulgar o que não queria. 

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Ciro apareceu na pesquisa da qual esperava um resultado que pudesse servir para mostrar força ao menos em seu domicílio eleitoral com um quinto das intenções de voto do ex-presidente Lula e sete pontos atrás de Bolsonaro. Na pesquisa espontânea, cravou constrangedores  3%. E na estimulada, apareceu com 11%. Isso no Ceará. 

Ciro nunca esteve  tão fraco no Ceará Em 2018, 41% dos cearenses votaram nele; Fernando Haddad teve 33% e Bolsonaro, 21%. Em 2002, Ciro teve 44% e Lula 39%; em 1998, teve 34%, Lula 33% e FHC 30% . Ninguém vencia Ciro no Ceará, mas ele desperdiçou esse capital político com sua obsessão pela Presidência da  República. 

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Outros sinais do ocaso político de Ciro Gomes decorrem de estar congelado em uma eleição em que a quase totalidade do eleitorado já escolheu seu candidato a presidente. Segundo o Datafolha, 70% dos eleitores brasileiros estão totalmente decididos a votar no candidato que escolheram. 

A última pesquisa Datafolha, de 24 de junho, revelou que 66% dos eleitores de Ciro  —o terceiro colocado no levantamento, com 8%— admitem mudar de voto. Desse total, a maioria dos votos (44%) irá para Lula caso o pedetista não deslanche quando a campanha eleitoral começar. 

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Como se  não bastasse, metade dos deputados federais do PDT quer votar em Lula e boa parte deles deixou o partido para poder votar no ex-presidente. Além disso, o presidente do partido admitiu haver pré-candidatos pedetistas  nos Estados que vão apoiar Lula e disse que não teve opção além de aceitar. 

Ciro, que encerrou a eleição de 2018 com 12,07% dos votos válidos, pode ficar com talvez até um terço disso se a disposição de 66% dos seus eleitores de votar em outros candidatos, caso ele não deslanche, se confirmar.

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A explicação para a debilidade eleitoral de Ciro está nas palavras de um correligionário dele no PDT em entrevista dada este mês à Carta Capital. O deputado federal Chico D’Angelo (PDT-RJ) criticou duramente a estratégia de Ciro, Lupi e do marqueteiro João Santana: 

“A campanha propositiva é correta. Eu discordo da crítica mais contundente ao Lula. Acho que esse é um equívoco. Hoje, acho que a prioridade do cidadão brasileiro é tirar essa figura chamada Bolsonaro da Presidência da República. E o Lula está, nas pesquisas, bem à frente. A possibilidade do crescimento do Ciro se dá em cima do Bolsonaro, e não do Lula. Então, acho que há um erro na condução, no ponto de vista de desconstruir o Bolsonaro com a perspectiva de ter duas candidaturas progressistas no segundo turno.”

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O problema é que Ciro está sempre achando que alguém deve alguma coisa a ele. Certa vez, comentou no Twitter que este blogueiro seria "mal-agradecido" ao criticá-lo porque ele deu declarações favoráveis contra a minha condução coercitiva por ordem de Sergio Moro e chegou a me ligar para se solidarizar...

Ciro guarda seus rancores no congelador. 

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Ele poderia até fazer críticas a Lula, mas dizer que o viu roubar quando estava em seu governo soa a mentira grosseira e que, se verdadeira fosse, equivaleria a uma confissão de culpa, porque caberia a ele denunciar o então presidente da República. 

Ciro imita Moro e  Bolsonaro: faz acusações pesadas a Lula, mas não diz o que, quando, como e onde o ex-presidente "roubou". E repete, tal qual papagaio, a enojante conversa de Moro e Bolsonaro de que Lula "não foi absolvido".

Ciro sabe muito bem que jamais provaram uma única acusação contra o ex-presidente e que essa é a razão de ele estar disputando a eleição de 2022. As condenações de Lula foram anuladas porque o STF e a ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS consideraram que o ex-juiz Sergio  Moro fraudou o processo contra o petista. 

Comemoremos, pois, Ciro estar preparando um suicídio político. Não vence uma eleição importante desde 1991, quando se elegeu governador do Ceará, e venceu a última eleição, para deputado federal, em 2007, além de ter passado por 8 partidos. Inclusive o da ditadura militar. Não fará a menor falta ao Brasil.

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