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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Obama, go home!

"Em São Paulo, Obama repetiu suas platitudes de sempre. Disse que sistemas previdenciários precisam ser sólidos, que o mundo precisa de mais tolerância, que o futuro pertence às novas lideranças e que só progridem aqueles países que investem em educação", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; no entanto, esse mesmo Obama espionou o Brasil, a Petrobras e apoiou um golpe de estado que mudou as regras de exploração do petróleo e reduziu recursos para a educação brasileira; "dizer que o futuro das nações depende de investimentos em educação é fácil, Obama. Fazer, depende de governos nacionalistas e capazes de se proteger contra dominações imperiais"

"Em São Paulo, Obama repetiu suas platitudes de sempre. Disse que sistemas previdenciários precisam ser sólidos, que o mundo precisa de mais tolerância, que o futuro pertence às novas lideranças e que só progridem aqueles países que investem em educação", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247; no entanto, esse mesmo Obama espionou o Brasil, a Petrobras e apoiou um golpe de estado que mudou as regras de exploração do petróleo e reduziu recursos para a educação brasileira; "dizer que o futuro das nações depende de investimentos em educação é fácil, Obama. Fazer, depende de governos nacionalistas e capazes de se proteger contra dominações imperiais" (Foto: Leonardo Attuch)
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou pelo Brasil a sua nova carreira de palestrante internacional. Como todo ex-presidente de relativo sucesso e certo apelo para públicos corporativos, como Bill Clinton, Tony Blair, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, Obama decidiu ganhar a vida honestamente vendendo palestras e arrecadando recursos para seu instituto – nos Estados Unidos, essa atividade ainda não foi criminalizada.

Em São Paulo, Obama repetiu suas platitudes de sempre. Disse que sistemas previdenciários precisam ser sólidos, que o mundo precisa de mais tolerância, que o futuro pertence às novas lideranças e que só progridem aqueles países que investem em educação. Um blablablá óbvio, mas que seduz engravatados dispostos a tirar suas selfies num evento com um popstar da política internacional.

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No entanto, como Obama escolheu o Brasil para recolheu seus primeiros dólares, é importante recordar o que foi a política externa norte-americana para o País em sua gestão. Em 2013, o site Wikileaks, de Julian Assange, e o agente Edward Snowden, da NSA, revelaram que os Estados Unidos espionaram vários líderes internacionais, como a primeira-ministra alemã Angela Merkel e a presidente Dilma Rousseff. No Brasil, o foco central da bisbilhotagem era a Petrobras e o pré-sal – um fato óbvio diante da obsessão norte-americana por garantir sua segurança energética, ainda que isso envolva guerras, invasões e apoios a golpes de estado.

Obama se viu forçado a explicar a natureza dessa espionagem num encontro de cúpula do G20 em São Petersburgo, na Rússia, em 2013, mas suas justificativas não foram convincentes e as relações Brasil-Estados Unidos permaneceram congeladas até 2015, quando ele recebeu Dilma nos Estados Unidos. Nesse período, no entanto, o golpe parlamentar de 2016 foi sendo arquitetado – ao que tudo indica, com apoio informal norte-americano. Qual foi a primeira mudança relevante no Brasil pós-golpe? O modelo de exploração do petróleo, que deixou de ser o de partilha, que garantiria mais recursos à União, e passou a ser o de concessões.

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No primeiro leilão, realizado em setembro, a maior compradora foi a norte-americana Exxon. Nos próximos, virão a Chevron, a Shell e outras multinacionais. Com a partilha, previa-se que os recursos do pré-sal seriam destinados prioritariamente à educação num governo cujo lema era "Pátria Educadora". Agora, no Brasil da "Ordem e Progresso", os gastos públicos foram congelados por vinte anos e a educação será uma das primeiras vítimas. A UERJ praticamente paralisou suas atividades, o reitor da UFSC se matou, após ser vítima de um justiçamento midiático, e, em breve, será proposto o fim da gratuidade nas universidades públicas. Com a educação sucateada no Brasil, a elite, cada vez mais, envia seus filhos para universidades internacionais – o que reforça a lógica da dominação cultural.

Dizer que o futuro das nações depende de investimentos em educação é fácil, Obama. Fazer, depende de governos nacionalistas e capazes de se proteger contra dominações imperiais.

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