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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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Ontem, amanhãs

O Bolsonarismo que se explique, nosso papel é convergir forças sociais e políticas para livrar o Brasil de algo que nem todos estão cientes. Avante! Unir e ampliar!

Presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada 22/05/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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A divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril se prestou a muitos interesses e deu margem a várias interpretações. Não é errado considerar que a exibição arrancou aplausos dos setores encruados do Bolsonarismo, convertidos irremediavelmente ao fascismo de feições brasileiras. Porém, a gravidade dos discursos e propósitos enunciados calou fundo naquelas parcelas da cidadania e do mundo político que mantém alguma crítica, lucidez ou oposição aos descaminhos da Nação – atolada numa crise aguda e severa e que se vê às voltas com o crescimento exponencial da pandemia.

A imoralidade grotesca, autoritária e histérica ultrapassou aos palavrões e resvalos do Presidente, implicando também ministros de Estado sem papas na língua que expuseram maracutaias, rompantes golpistas, toda sorte de ilegalidades e completo desprezo para com qualquer solução da crise econômica e trato responsável com a vida e saúde do povo. Ainda que aparentemente Bolsonaro tenha saído forte e cultuado por quem lhe segue, o fato concreto é que sua margem de manobra se reduziu drasticamente.

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O STF, ao acolher as denúncias de Sérgio Moro, através do ministro Celso de Mello deu mostras de que tem bala na agulha para confrontá-lo. A mídia – mesmo dividida – forma bloco majoritário em contrariedade ao Presidente. A oposição liberal – menos preocupada com os adjetivos chulos do que com as ameaças nada veladas de intervenção e prisão – ganhou argumentos para si e até para convencer o “experto” Centrão de que ambos estão na alça de mira do fascismo. A Esquerda – descontados aqueles que se fixam na desqualificação de Moro por motivos óbvios – tem diante de si uma oportunidade juramentada de buscar unidade e amplitude. O empresariado viu suas pretensas vantagens e benesses serem destroçadas pela confissão de Guedes. O povo trabalhador pode perceber que o Governo não se ocupa com sinceridade nem do drama do desemprego, tampouco do cuidado com a vida. Mesmo os militares ficaram constrangidos em anuir os desígnios presidenciais que sugerem uma guerra civil.

Enfim, inteligência, habilidade e pactuação colocam-se como imperativos para arquitetar um movimento cívico que dê um basta ao estado de coisas degradante do país. Eleger um único alvo e objetivo está ao alcance de realização. Prerrogativas e perspectivas eleitorais devem figurar em segundo plano, pois o timing e feeling político são fundamentais para unificar as oposições num só intento. De nada adianta emitir sinais de alerta se não for para considerá-los com seriedade e compromisso, afinal é isso que distingue a tarefa histórica da vã tagarelice.

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A salvação nacional depende dessa visão, capacidade e sentido, pois a História nos ensina que não costuma perdoar vacilações, vaidades e desperdícios. Na atual quadra de polarização e radicalização, o que não se admite é priorizar a reabilitação de biografias, a “vendetta” política como critério, o particularismo de projetos, o apaziguamento ou subestimação do inimigo e a falta de compreensão do que está em jogo. O Bolsonarismo que se explique, nosso papel é convergir forças sociais e políticas para livrar o Brasil de algo que nem todos estão cientes. Avante! Unir e ampliar! “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Dos ontens, hoje forjaremos amanhãs.

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