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Pedro Zambarda

Jornalista, colaborador do Diário do Centro do Mundo, editor do Digiclub, página de tecnologia no Brasil 247, e colunista de política do Storia

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Os caminhoneiros não recuaram e a esquerda precisa voltar pra rua

Uma imensa oportunidade de discussão se abre para a esquerda no atual contexto. Os direitistas que bateram panela contra Dilma Rousseff voltaram a se manifestar. A classe média e os pobres voltaram a dialogar em torno de algumas pautas

Os caminhoneiros não recuaram e a esquerda precisa voltar pra rua (Foto: Dir.: Paulo Pinto - Ag. PT)
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Na sexta-feira, escrevi um texto defendendo que os caminhoneiros deveriam recuar nas mobilizações e bloqueios que promoveram por todo Brasil. Meu temor era uma repressão forte do governo Temer aliada às reportagens pesadas da Rede Globo contra os manifestantes.Temia uma desmoralização que não aconteceu, felizmente.

Fui muito criticado pelo texto e com razão.

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Michel Temer primeiro anunciou uma redução de 10% do diesel e a extinção do Cide para reonerar em outra área. Depois convocou o Exército e as forças federais, que, ao invés de reprimir, preferiram dialogar com os manifestantes. Acuado, cortou mais 0,46% do preço dos combustíveis, o que pode afetar o valor da bomba.

Do lado contrário, os caminhoneiros, pulverizados em associações patronais, cooperativas e sindicatos dispersos, não recuaram de maneira efetiva. Os caminhoneiros autônomos, uma porção que se expandiu nos governos Lula e Dilma graças à oferta de crédito, menos ainda. Alguns estados sofrem com falta de mantimentos, mas há caminhoneiros que deixam os insumos transitarem nas estradas. Muita gente preferiu ficar em casa.

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Nas grande imprensa e na mídia independente, as esquerdas temem o avanço de Jair Bolsonaro e da extrema-direita nas pautas dos caminhoneiros. Uma coluna de Jânio de Freitas na Folha de S.Paulo deste domingo aponta o ex-capitão como o principal vencedor dos atuais protestos, como se fosse uma reedição das Jornadas de Junho de 2013 - que começaram com as esquerdas pedindo redução das passagens de transporte público e terminaram com a direita sequestrando as pautas pelo golpe parlamentar executado contra Dilma Rousseff.

Mas o quadro agora é ligeiramente diferente.

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A FUP (Federação Única de Petroleiros), de esquerda, anunciou uma nova paralisação que deve emparedar Temer assim como os caminhoneiros. O protesto está previsto para quarta-feira, mas já há petroleiros antecipando atos nesta segunda. A Petrobras está tentando retardar os efeitos desses novos atos.

Uma imensa oportunidade de discussão se abre para a esquerda no atual contexto. Os direitistas que bateram panela contra Dilma Rousseff voltaram a se manifestar. A classe média e os pobres voltaram a dialogar em torno de algumas pautas.

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Bolsonaro e a extrema-direita não se combate com medo, mas com propostas mais bem fundamentadas com a realidade do país.

Se a esquerda volta para a rua disposta a rediscutir as reformas trabalhista e previdenciária de Temer, há uma chance de sucesso maior agora do que na época do impeachment.

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Isso ocorre porque não havia uma faísca necessária para inflamar um crítica abrangente sobre a lógica neoliberal, entreguista e subdesenvolvida de Michel Temer e seus comparsas.

Agora há.

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