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Hélio Rocha

Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

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Os esforços para reduzir pobreza na China

A China tem um histórico de politicas sociais que começa, na verdade, com a Revolução Popular de 1949 e a reforma agrária implementada por Mao Tsé Tung, que começou a transformar, pelo campo, a demografia social do país

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Às vésperas de completar 70 anos de Governo e pouco após cumprir 98 de existência, o Partido Comunista da China celebra um de seus maiores êxitos no comando do país: a redução da pobreza. Notória conhecida por ter avançado econômica e socialmente nos últimos 30 anos, como poucos países no mundo, a China tem um histórico de politicas sociais que começa, na verdade, com a Revolução Popular de 1949 e a reforma agrária implementada por Mao Tsé Tung, que começou a transformar, pelo campo, a demografia social do país.

“Você já comeu hoje?” já foi, antes e nos primeiros anos após a Revolução, a saudação de “bom dia” na China, dadas as grandes ondas de fome que se espalharam pelo país em distintos períodos, o último deles nos anos 1950, dadas as dificuldades de implementação do plano de urgência para desenvolvimento do país adotado por Mao, o chamado “Grande Salto Adiante”. Entretanto, o mesmo plano, que previu a redistribuição das terras do país a partir da tomada da administração fundiária pelo Governo, permitiu a cessão de terras a milhões de camponeses que antes viviam e trabalhavam sob modelo semi-feudal, servindo a grandes latifúndios, muitos deles ligados à empresas estrangeiras. Este primeiro ciclo de reformas sociais, a partir do campo, se encerrou entre 1982 e 1985, já sob efeito da mudança de direcionamento econômico de Deng Xiaoping, que integrou a China ao mercado internacional. Nesses anos, investiu-se 200 milhões de yuanes no desenvolvimento da zona rural chinesa. Pouco hoje, muito para a época.

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Em 1986, foram criadas unidades descentralizadas de escritórios do Partido Comunista para o combate a pobreza, adaptando as estratégias de atenção social definidas pela Administração central, em Pequim, às características socioeconômicas de cada província e cidade. Este foi o segundo ciclo, que foi até 1993. Em 1994, a estratégia nacional aliada aos centros regionais foi intensificada pelo avanço no capital chinês, que permitiu que 80 milhões de chineses deixassem a pobreza naquele período. O número, no entanto, embora represente metade da população brasileira no mesmo período, era pequeno pros padrões chineses, que à época contavam mais de um bilhão e 100 milhões de cidadãos, centenas de milhões ainda pobres.

O quarto ciclo, sim, mudou a vida dos chineses. Talvez o principal desde a grande reforma de Mao, o período que compreende o final do Governo Jiang Zemin e toda a gestão Hu Jintao, entre 2001 e 2010, é formetemente impactado pela mudança no papel macroeconômico chinês, quando a China passou o Japão como principal economia asiática e chegou ao posto de segunda mundial. Hu Jintao e sua equipe de Governo deixaram de investir apenas em melhorias econômicas e, reverberando as decisões do 15o Congresso do Partido Comunista da China, em 1997, que definia a prioridade para a cidadania e os serviços públicos na geração de qualidade de vida, passaram a prover as cidades e os campos de saneamento, segurança, educação e saúde.

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O saldo é colhido agora, na quinta etapa do processo de alívio da pobreza, quando Xi Jinping administra um programa de continuidade que, de 2012 até 2018, tirou 13 milhões de pessoas em média, ao ano, da linha da pobreza. O total é de 82 milhões de cidadãos beneficiados, que, somados aos 16 milhões que estima-se até 2019, totalizam 98 milhões e 990 mil emergentes, o que chega a 8,5% do total dos chineses. Agora, Xi prepara a China para, por meio de seus mecanismos de aquecimento da economia global pela solidariedade entre os povos, sobretudo a iniciativa Cinturão e Rota, levar o modelo chinês de erradicação da pobreza a países asiáticos e africanos. No continente vizinho, já estão firmadas parcerias com Etiópia, Tanzânia, Sudão e Uganda, além do Laos, na Ásia. 

Se os números do gigante asiático impressionam em ternos absolutos, em relativos são inferiores aos do programa Bolsa Família, brasileiro, que, retirando da miséria 36 milhões, ofereceu melhorias substanciais de vida a quase 20% da população, entre 2003 e 2012, contra 8,5% da iniciativa chinesa. Entretanto, há de se considerar a dificuldade em prover grandes mudanças sociais em pouco tempo, quando se trata de um país com 1,38 bilhão de habitantes. Ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês tenha sido vertiginoso desde os anos 1990, há sérias dificuldades em transformá-lo em renda média, dada a quantidade de pessoas.

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Mesmo assim, o exemplo chinês é invejável, comparado a muitos países desenvolvidos, sobretudo a Europa e os Estados Unidos, que hoje enfrentam graves problemas sociais, como mostram os protestos franceses, o Brexit e o desemprego estrutural na Alemanha e na América do Norte, devido à emergência do capital asiático. Aí não apenas China, mas incluindo também Coréia do Sul, Índia, Malásia, Indonesia, entre outros que, somados, já começam a incomodar os grandes, ainda que, exceção feita a China e Coreia, em quase nada esses projetos econômicos provenham qualidade de vida às suas populações.

Mas essa é história para outra análise...

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