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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Os loucos estão à solta em todo o território nacional

"Bolsonaro há tempos que não faz outra coisa a não ser confraternizar com seus seguidores na porta do Alvorada, contribuir para a propagação do vírus, promovendo aglomerações nas ruas para testar sua popularidade, e fazer propaganda do remédio fabricado por uma das empresas de Donald Trump, a Cloroquina", escreve o colunista Ribamar Fonseca

(Foto: Isac Nobrega - PR)
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O Brasil continua à deriva, navegando sem rumo ao sabor das loucuras do comandante. Para onde vamos? Ninguém sabe. Quem manda? Também não se sabe. Todos mandam e a confusão é total. Na verdade, o Brasil se tornou um grande hospício. Os malucos estão à solta e tem maluco para todo lado e para todos os gostos. Constata-se que existe um monte de insanos em atividades no país, inclusive em cargos públicos e nos meios de comunicação. Um exemplo: o ministro Weintraub, da Educação, resolveu agredir gratuitamente a China, justo o maior parceiro comercial do Brasil, sem importar-se com os prejuízos que isso poderá causar ao comércio entre os dois países. Na comunicação um nazista conhecido por Marcão do Povo, apresentador de um programa do SBT, sugeriu ao Presidente a criação de um campo de concentração para abrigar todos os infectados com o coronavirus, além de colocar o Exército nas ruas para prender governadores. Outro apresentador mais conhecido, Datena, sugeriu a Bolsonaro “dar uma bica” em Mandetta, o ministro que comanda a guerra contra o coronavirus. O capitão, excluído do Exército por suas loucuras, teve o condão de tirar das furnas, com sua eleição para a Presidência da República, todos os malucos que até então viviam nas trevas,  confirmando o enunciado da Física segundo o qual “os semelhantes se atraem”. 

Se o Brasil fosse hoje, realmente, um país sério esse pessoal todo, inclusive os fanáticos que usam as redes sociais para disseminar mentiras e fazer ameaças a quem se oponha ao capitão, seriam internados em clínicas psiquiátricas, a exemplo do que fizeram os alemães com a advogada que negou a pandemia e fazia campanha contra as medidas do governo de proteção do povo. Ao invés de hospitais de campanha para abrigar os infectados do covid-19 seriam construídos, em todo o pais, hospícios de emergência  para atender à enorme quantidade de malucos espalhados pelo território nacional, inclusive aquela médica de Imperatriz, no Maranhão, que disse que esse pânico sobre o coronavirus é coisa de “esquerdopatas”. Surpreendentemente, tem muita gente que ainda se assombra com o velho comunismo, como o chanceler Ernesto Araujo, atribuindo a pandemia a manobras dos comunistas para dominar o mundo. Coisa de maluco, mesmo. 

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Outro que precisa de um exame psiquiátrico, o deputado Osmar Terra, que sonha com o Ministério da Saude depois de ter sido defenestrado do Ministério da Cidadania, continua bajulando Bolsonaro defendendo o fim do isolamento social. No mesmo time está o governador Zema, de Minas Gerais, que recentemente defendeu o relaxamento do isolamento por entender que “é preciso deixar o vírus circular”. Por sua vez, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em palestra para investidores, segundo a jornalista Amanda Audi, do Intercept Brasil, também defendeu o fim da quarentena. De acordo com a sua reportagem, "na lógica fria de Campos Neto, quanto mais rápido vierem novos casos e mortes por covid-19, melhor para a economia. Mais importante é que a indústria continue produzindo e vendendo. Ainda que isso cause o colapso de hospitais e do sistema de saúde pública, forçando médicos a escolher quem atender e quem deixar morrer, é um preço razoável a pagar em nome do lucro", escreveu. Uma pessoa no pleno gozo da sua sanidade mental jamais pensaria desse modo: o lucro é mais importante do que a vida. 

Os militares do governo, até então vistos como o ponto de equilíbrio do Executivo, contrariando as expectativas parece que endossam o comportamento insano do chefe, inclusive quanto à exoneração de Mandetta do Ministério da Saúde. Até o vice Mourão, que tem pose de titular, compartilha da posição de Bolsonaro, criticando o ministro por sua entrevista ao Fantástico. Só o ministro Sergio Moro, da Justiça, prefere manter-se distante do presidente, evitando emitir opinião contra ou a favor para não queimar-se com o chefe ou com a sociedade. “Não posso prender o vírus”, ele ironizou, para justificar seu alheamento, mas pode tomar providências para proteger os presos e os índios do contágio, o que não fez até agora.  Moro, na verdade, de olho na popularidade, parece mais preocupado em ficar distante de Bolsonaro do que do coronavirus, o que pode colocá-lo na fila, logo atrás de Mandetta, para ser defenestrado do governo. Se for exonerado não fará falta, pois em mais de um ano no Ministério da Justiça não fez absolutamente nada que justificasse a sua nomeação para o cargo, sequer localizando e prendendo Queiroz e os criminosos que usam a Internet para disseminar fakenews.

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O exemplo, na verdade, vem de cima. Bolsonaro há tempos que não faz outra coisa a não ser confraternizar com seus seguidores na porta do Alvorada, contribuir para a propagação do vírus, promovendo aglomerações nas ruas para testar sua popularidade, e fazer propaganda do remédio fabricado por uma das empresas de Donald Trump, a Cloroquina. Deixou para o general Braga Neto a tarefa de governar o país. E o general já usou a caneta para demitir o assessor especial Felipe Cruz, que atacou governadores e prefeitos por conta do isolamento social. Até quando essa situação vai perdurar ninguém sabe, até porque os poderes que, constitucionalmente, poderiam por um fim a essa loucura – o Legislativo e o Judiciário – não se mostram dispostos a fazer alguma coisa para afastar o capitão, o que os torna cúmplices de suas maluquices. Para destituir Dilma bastaram supostas “pedaladas fiscais”, mero pretexto para o golpe, enquanto no caso de Bolsonaro sobram motivos reais para um impeachment mas o dono do Congresso, Rodrigo Maia, não aceita nenhum pedido porque “dá azar”. A mais cretina desculpa para quem não quer incompatibilizar-se com os bolsonaristas. E o Brasil segue sem rumo.

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