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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Os parasitas que assolam a esperança

É indignante observar o discurso fiscalista de parlamentares que não acreditam nem mesmo nas suas palavras, pois sabem que as políticas recessivas atendem apenas ao atraso do País, para a glória de uma minoria

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O processo de desmantelamento do Brasil é narrado pelo mercado financeiro, por meio do seu boneco de ventríloquo, a imprensa comercial. Nuns impressos, analistas econômicos gritam apavorados contra uma tal ameaça de burla do teto de gastos. Em outros, se exasperam com a dívida pública que ameaça a existência de estatais e fundos de pensão. São músicas para os ouvidos de quem bancou o golpe, de 2016. Foi esse grupo quem impôs a Emenda Constitucional 95, o famigerado teto de gastos. A medida passou a asfixiar o Brasil, impedindo que o Estado invista no seu desenvolvimento, por 20 anos, garantindo recursos apenas para o pagamento de juros aos bancos. A crise sanitária agudizou a econômica e obrigou Bolsonaro, mesmo a contragosto, a ampliar os gastos sociais para que a tragédia não seja ainda maior do que será.

É óbvio que a dívida pública aumentaria. Contudo, ela não seria um problema em si, não fossem esse absurdo teto de gastos e os sacrossantos sacrifícios ao deus mercado. É o melhor dos mundos para quem vive do parasitismo. De um lado, a manutenção do pagamento de juros de uma dívida não auditada. Do outro, a paralisia do País, o desmantelamento das empresas estratégicas, por falta de condições de investimento, o consequente sucateamento e a aquisição delas por preço de banana. Essa combinação não seria possível sem um governo eleito para servir aos interesses do desenvolvimento de outros países e uma imprensa orgulhosa do serviço sujo que presta. Esses personagens, que da história, pelo menos, não escaparão, constroem os meios e as narrativas que reconduzem este grande e rico país à condição de pária mundial, como foi tratado por governos anteriores aos dos presidentes Lula e Dilma.

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Sim, foi durante esses períodos que o Brasil viveu os melhores 13 dos seus 520 anos, desde que Cabral por aqui chegou. O Partido dos Trabalhadores tem a solução para tirar o País das crises sanitária e econômica. Contudo, ela é escondida e desqualificada porque vai de encontro aos interesses da classe dominante mais truculenta, brejeira e submissa do mundo. O que o PT fez foi simples. Colocou dinheiro nas mãos dos pobres e investiu nas suas empresas estratégicas. O Bolsa Família, além de ter tirado 36 milhões de brasileiros da fome, aqueceu a economia. A cada R$ 1,00 investido, R$ 1,78 volta para a formação do PIB. O reajuste do salário-mínimo, 77% acima da inflação, obrigou a indústria do papel a produzir como nunca, para fabricar diversos tamanhos de embalagens para todo tipo de eletrodoméstico e demais produtos da indústria do consumo que a classe trabalhadora passou a adquirir.

Para levar água a mais de 12 milhões de brasileiros, colocar mais de cinco milhões de filhos de pobres nos bancos escolares, técnicos e superiores, construir moradia digna para 7,5 milhões de famílias, produzir 1,5 milhão de barris de petróleo por dia, foi necessário investir e valorizar as empresas nacionais. A ascensão dos pobres causou horror à casa-grande, envergonhada de ser brasileira. Excludente, ela não suportou vê-los ocupar aeroportos e espaços de decisão política, como universidades e repartições públicas. O grande número de concursos abertos nos governos do PT foi justamente para ampliar a base desse imprescindível segmento produtivo, que representa apenas 12% da força de trabalho, no Brasil, quando ele é mais de 22% nos países da OCDE. É indignante observar o discurso fiscalista de parlamentares que não acreditam nem mesmo nas suas palavras, pois sabem que as políticas recessivas atendem apenas ao atraso do País, para a glória de uma minoria. São centenas de Silvério dos Reis que entregam a nação por qualquer moeda.

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É por isso que se torna impossível, por exemplo, levar adiante o debate da implantação do Mais Bolsa Família, proposto pelo PT. O programa seria financiado com a taxação dos ricos, mas a grande maioria do Congresso Nacional está a serviço justamente de quem não se horroriza com o fato de que 48% das crianças brasileiras sobrevivam sob o flagelo da fome. Pelo contrário, vê nelas mão de obra barata e alienada. Essas crianças serão, de um jeito ou de outro, o futuro do Brasil. Seria simples para a sociedade compreender esse processo e reagir a ele, não fosse a comparsaria de uma imprensa desmoralizada, que não se envergonha de omitir, torturar, ou distorcer fatos o suficiente para confundir a opinião pública. Haja vista a demonização do PT e o endeusamento da operação Lava Jato, hoje sabidamente uma farsa conduzida pelos serviços secretos dos EUA, país que vai se apossar das reservas energéticas e de boa parte das empresas estratégicas brasileiras. A seria possível não fosse o parasitismo da classe dominante brasileira, que solapa qualquer possibilidade de alguma esperança no horizonte.

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