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Jeferson Miola

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Padilha simboliza o apodrecimento do sistema

"O ministro Eliseu Padilha, batizado com o codinome de 'Primo' nas planilhas de propinas da Odebrecht, é um cadáver putrefato; mas esse é, incrivelmente, o fator curricular que lhe confere função de proa no governo golpista", diz o colunista Jeferson Miola; "O presidente usurpador, mesmo que possa avaliar que a demissão seria a melhor escolha para aplacar a crise política e moral do governo golpista, não consegue demiti-lo, porque são muitos os segredos e cumplicidades que o prendem ao seu chefe da Casa Civil. E assim Padilha e Temer, enquanto a justiça não chega e o Estado de Direito não é restaurado, vão levando uma vida de carcereiro e prisioneiro, um refém e cúmplice do outro"

Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após anunciar a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), durante audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Jeferson Miola)
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O ministro Eliseu Padilha, batizado com o codinome de “Primo” nas planilhas de propinas da Odebrecht, é um cadáver putrefato; mas esse é, incrivelmente, o fator curricular que lhe confere função de proa no governo golpista.

A cada dia surgem detalhes esclarecedores da sua participação nos esquemas de corrupção que têm protagonistas como Eduardo Cunha, Michel Temer, Lucio Funaro, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, José Yunes etc.

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Nas delações em que foi citado, não faltaram pormenores da destinação dos R$ 10 milhões de propinas que Temer solicitou à Odebrecht durante jantar realizado em pleno Palácio Jaburu – a residência oficial do vice-presidente da república que foi convertida em Estado-Maior da conspiração e do crime pela cleptocracia que assaltou [também] o poder.

Ao reassumir o cargo depois da providencial licença de 13 dias para a cirurgia de próstata, e com a tranqüilidade própria dos inimputáveis e protegidos, Padilha arrotou: “Não vou falar sobre o que não existe. Está tudo baseado num delator”. E de fato, ele nada falou, e ficou o dito pelo não dito.
Embora pretexte que “está tudo baseado num delator”, na realidade segue uma estratégia bem definida de defesa: “Qualquer fala agora é prejudicial. Ficarei quieto” [sic].

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A imprensa conivente nada perguntou a Padilha sobre, por exemplo, o relato de José Yunes, que não é delator, e sim parceiro do Temer, que denunciou a transação dele com o doleiro Lúcio Funaro, e o plano de compra de 140 deputados para derrubar a Presidente Dilma.

Não é só a mídia que assegura tranqüilidade e sossego ao Padilha. O MP, a PF e o judiciário também o deixam trabalhar em paz, “em nome da necessária governabilidade”, como diria o tucano Gilmar Mendes.

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Estivesse o Brasil na plenitude do Estado de Direito, e não do regime de exceção, Padilha seria afastado da Casa Civil e suas atividades delituosas investigadas. Mas isso, por enquanto, não acontecerá.

Mesmo em estado adiantado de putrefação, Padilha ainda vale muito: é o fiador da entrega [1] do filão previdenciário ao mercado financeiro, aos bancos e às companhias de previdência privada; e [2] do desmanche da CLT para aumentar a taxa de exploração e rentabilidade do capital.

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Outro aspecto é fundamental para a sustentação do Padilha: tudo o que ele faz ou fez é de pleno conhecimento e da absoluta concordância do Temer.

O presidente usurpador, mesmo que possa avaliar que a demissão seria a melhor escolha para aplacar a crise política e moral do governo golpista, não consegue demiti-lo, porque são muitos os segredos e cumplicidades que o prendem ao seu chefe da Casa Civil.

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E assim Padilha e Temer, enquanto a justiça não chega e o Estado de Direito não é restaurado, vão levando uma vida de carcereiro e prisioneiro, um refém e cúmplice do outro. Como filosofa Padilha, “em time que está ganhando não se mexe”.

Padilha simboliza o apodrecimento do sistema político do Brasil.

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