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Natália Molina

Servidora pública federal, formada em Direito pela Universidade de São Paulo e pós graduanda em Teoria Psicanalítica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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Para quando o embargo chegar

Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU, em Nova York (Foto: Alan Santos/PR)
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Por Natália Molina

 Muitos são os alertas mundiais que indicam que o Brasil pode vir a sofrer graves consequências econômicas caso não assuma uma postura responsável frente ao combate à pandemia.

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A OMS e a OPAS têm sido incisivas ao alertar que o Brasil precisa levar a pandemia a sério. O governo americano se manifestou no sentido de que o descontrole da pandemia no Brasil é um risco para o mundo. O jornal britânico “The Guardian”, entrevistando o premiado médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis, convocou o mundo a “se pronunciar com veemência a respeito dos riscos que o Brasil representa para o combate à pandemia”. E não para por aí, são diversos os jornais e governos pelo globo que se mostram alarmados com a nossa posição genocida e negacionista perante o Covid.

Não é demais, portanto, avisar à classe dominante brasileira que seu pior pesadelo pode estar por perto, já que esta parece apenas entender por cifras, não por lógica ou empatia. Quem sabe o aviso ajude a fazer a grande ficha, desenhada brilhantemente por Laerte há quase 8 anos, finalmente começar a cair. 

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 Se novas super variantes do Covid e o embargo econômico vierem, e há chances de virem, estaremos pior que a Venezuela. Com vantagem para o venezuelano que: a) não assiste à morte em massa de seus cidadãos das mais diversas faixas etárias por covid como nós, vide a baixa média morte/dia do país vizinho (não que isso seja um grande mérito, já que todo o planeta tem o feito melhor); e b) pelo menos, consegue fugir de seu país, se assim o desejar; oque o brasileiro já não consegue mais, dadas as restrições de voo e o fechamento de fronteiras do mundo em relação a nós. Quanto à Democracia, parece distante de nós também. 

Mas talvez o embargo seja um mal necessário dado o extremo apego ao retrocesso de nossa sociedade. Nunca é tarde para lembrar que o Brasil foi o último país do mundo independente a abolir a escravidão e o fez não sem o espernear da elite autoritária, que bradava que a abolição acabaria com a economia, mesmo já estando claro, ao fim do século XIX, que o instituto havia se tornado economicamente insustentável e obsoleto, com rejeição do mercado internacional (isso sem falar no campo da ética). Não devia causar surpresa, portanto, que em 2018, entre um democrata e um fascista, a elite escolheu o fascismo, sob o cínico argumento da “escolha difícil”. 

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Agora, esta escolha está se mostrando muito cara não só ao país, mas ao Mundo. 

Com risco para a saúde pública global, o cenário internacional nos pressionará a desembarcar do delírio bolso fascista Só espero que para isso não seja necessário um embargo, dado o sofrimento severo adicional que acarretaria à nossa população. Espero mesmo que, ainda que por puro egoismo, nossa elite desembarque logo deste caos e deponha o frankenstein politico que ela mesmo criou e alimentou. Por isso enfatizo este Alerta.

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Enfim, fica o aviso e meus parabéns aos envolvidos na construção desta grande farsa odiosa que tomou o Brasil.

Parabéns a todos os envolvidos:

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Ao Ministério Público Federal, na figura do procurador messiânico, cujo serviço desastroso só nos chafurdou em lama e desinvestimento. Lamentável ver que o órgão criado pela Constituição Federal de 88 com a bela missão de ser o fiscal da lei e defensor do estado democrático de direto, num afã narcisista, rasgou sua própria criadora.


Ao judiciário injusto, parcial e persecutório, que também traiu a Carta de 88, que lhe estrutura, para se rebaixar a algoz, na figura de um juiz arrogante e aspirante a super herói de uma HQ de mal gosto que ele mesmo inventou.

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Ao Congresso Nacional, que executou o golpe perfeito, apedrejando uma politica inocente em nome de “deus” e da “família”. É de se lembrar que os nobres parlamentares sequer tiveram o pudor de disfarçar oque julgavam; mil justificativas insanas foram dadas na votação do impeachment, quase nenhuma relacionada ao crime de que era acusada a presidente. Neste fatídico dia, bradaram os congressistas: “pelos militares de 64”, “pela paz de Jerusalém”, “pela nação evangélica”, em homenagem ao torturador “Brilhante Ustra”, “pelos maçons”, “pelos médicos brasileiros”, contra o “comunismo”, contra “os boiolas” e “queima rosca” etc. O “tchau querida” não era à Dilma, mas à nossa jovem Constituição.

À mídia tradicional brasileira, que a serviço do agro pop tech e comandada pelo que há de mais arcaico em nossa politica, fomentou um golpe contra um espectro politico para favorecer o seu, centro-direita, aceitando o risco de, com isso, ferir de morte a democracia do país. 

Ao agro e à elite narcisista, que financiaram este circo de horrores. Os primeiros, para ter carta branca para destruir nosso meio ambiente e envenenar nossos pratos. Os últimos, para ter de volta o “direito” exclusivo aos serviços e ao poder de consumo no país, afinal, para tais, lugar de pobre não é no aeroporto ou nas universidades, mas no quartinho de empregada/os. 

Aos militares que, ambiciosos, também trabalharam na construção da narrativa de mais um golpe contra o país. Nossas forças armadas precisam urgentemente mudar de perspectiva e aprender a lutar em defesa do país, ao lado da população, pela democracia; e não contra todos nós, como sempre fez e faz.


À classe média, dotada de cegueira política, ética e cognitiva, que aplaudiu ao circo. Sem consciência de classe, esta se vislumbra politicamente superior, mas assente a politicas fascistas de “gestão de indesejáveis” e “autoritarismo”, como bem anota o professor e juiz Rubens Casara, sem nem mesmo perceber que também é prejudicada por tal desmonte do estado de direito. Se vê superior eticamente, mas é violenta e mesquinha. Acredita ser a grande detentora do conhecimento na nação, mas sequer possui condições para compreender adequadamente nossa sociedade na medida em que não olha para ela: tem aversão à classe trabalhadora e a seus representantes e desvaloriza a cultura popular nacional, tão subserviente que é ao que vem de fora. E não a chamo de vira-lata de modo algum, porque tenho muito apreço aos animais de “raça indefinida”.

Aos “economistas” que defenderam até o fim que Paulo Jegues era bom para a economia, quando era óbvio, por sua trajetória no Chile, que se tratava de um desastre. Uma carreira pública inteira voltada ao desmonte dos serviços estatais, à produção de miséria e à concentração de renda.

Aos religiosos que fomentaram o ódio e a desinformação em defesa de um Messias que mais parece um Anticristo (para não correr o risco da estigmatização de progressistas, agradeço desde já aos Religiosos que não se curvaram ao discurso fácil do ódio e seguiram semeando o amor e a tolerância em suas comunidades; esta crítica não se refere a vocês, jamais se referirá).

São destes que aguardo ansiosamente a famigerada Autocritica.

 Ao Povo Brasileiro, vítima desta insanidade, deixo as palavras de Esperança e Força de Elza Soares na música Brasis:


“Oh, pindorama eu quero

Seu porto seguro

Suas palmeiras

Suas feiras, seu café

Suas riquezas

Praias, cachoeiras

Quero ver o seu povo

De cabeça em pé


Quero ver esse povo

De cabeça em pé

Quero ver o seu povo

De cabeça em pé

Quero ver o seu povo

De cabeça em pé


Brasil, de cabeça em pé

Brasil

Brasil, de cabeça em pé

Brasil, de cabeça em pé” 


 

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