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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Parabéns e obrigado, presidente Lula

O que está em jogo não são os partidos, mas a soberania do País, que está muito acima de qualquer tendência ideológica, ou, pelo menos, deveria. Sem os recursos energéticos e as empresas estatais, o Brasil estará sempre a serviço dos interesses de outros povos

(Foto: Stuckert)
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Ontem foi o aniversário de um fenômeno nascido das entranhas do povo. Foi o dia de comemorar o ponto mais fora da curva da história das estatísticas que retratam a cruel realidade de sua origem. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito antes da sua injusta prisão, já havia granjeado considerável credibilidade e respeitabilidade entre as maiores potências do planeta. Afinal, “ele é o cara”, como disse o ex-presidente americano, Barack Obama. O seu caso é estudado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, bem como por centenas de juristas do Brasil e do mundo, que denunciam que o Ministério Público não consegue sustentar as acusações. As reportagens da agência Intercept Brasil revelam um claro conluio entre a acusação e o Juízo, no sentido de prejudicar o acusado. Em qualquer democracia do planeta, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e a equipe da força-tarefa estariam afastados, sob investigação e impedidos de deixar o País.

Ontem, houve manifestações de carinho para com o Lula, em várias partes do Brasil e do mundo. Desde que sequestrado, o ex-presidente recebe visitas de personalidades progressistas, locais e internacionais. De Nobéis da Paz foram dois, Kailash Satyarthi e o Adolfo Esquivél. Os líderes sindicais dos EUA e da Espanha, Richard Trumka e Pepe Alvarez vieram entregar a Lula o prêmio George Meany-Lane Kirkland de Direitos Humanos. Também foi visitado pelo novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que chega como uma promessa de enterrar, definitivamente, o macrismo. O linguista e filósofo, Noam Chomsky, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, bem como o ator americano, Deny Glover, também o visitaram. E, assim como as várias pessoas que estiveram com Lula, afirmam que ele sofre um processo injusto e persecutório. A cada revelação da Vaza Jato consolida-se a certeza de que ele foi mantido preso para que Bolsonaro fosse possível.

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Lula é reconhecido como o melhor presidente da história do Brasil, mesmo com todos os erros dos seus governos, que devem ser corrigidos, mas não motivo para deslegitimar os maiores avanços econômicos, sociais e políticos vividos por este País. Foram as políticas do Partido dos Trabalhadores que incluíram mais de cinco milhões de filhos de pobres nos bancos universitários e das escolas técnicas; que construíram mais de um milhão de cisternas; 3,5 milhões de habitações; que enviaram mais de 100 mil jovens para estudar no exterior. Ao contrário do governo Bolsonaro, que só desinveste e retira direitos, nos governos do PT foram criados o SAMU, Mais Médicos, ProUni, Luz e Água para todos, entre vários outros programas. Em 2009, o Programa Nacional de Alimentação Escolar estabeleceu um mínimo de 30% dos produtos consumidos pelas merendas escolares dos municípios do Brasil, oriundos da agricultura familiar. Os governos do PT criaram quase 20 milhões de empregos formais. No final de 2014, o Brasil chegou a ter 4,5% de desempregados. Foram os governos do PT que tiraram 36 milhões da miséria, que elevaram o Brasil da 16ª para a 6ª posição entre as economias mundiais, que o tiraram o País do Mapa da Fome. Lula sempre disse que, é só incluir o pobre na economia, que o país cresce.

Porém, para a elite brasileira, a inclusão do pobre na economia, somente por meio do trabalho subalterno, desvalorizado e sem condição alguma de ascensão social via acesso aos bancos universitários, eternamente reservados à elite, a mesma que quer acabar com o Estado. Lula é visitado por progressistas e perseguido por, como está-se revelando pela Vaza Jato, traidores da nação, que causaram um prejuízo incomensurável ao Brasil, quebrando suas forças produtivas, interrompendo seu desenvolvimento e entregando sua soberania. O Brasil precisa voltar a sonhar e a ter esperança. É constrangedor para a sociedade fingir que ignora a existência das mensagens que jogam por terra a Lava Jato. A negociata de Habeas Corpus entre um ministro do Supremo Tribunal Federal, a força-tarefa da operação e o então juiz da 13ª Vara de Curitiba é um escândalo digno para se entregarem os cargos. Porém, Moro não tem para onde ir. Vai se submeter a qualquer nível de humilhação, agarrado à esperança de ocupar uma cadeira no STF.

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A sociedade, inoculada de ódio contra as esquerdas, mas, principalmente contra o PT, não percebe que o Brasil, um país rico em fontes energéticas, empresas estatais de ponta e a população que constrói diariamente essas empresas e sabe beneficiar seus recursos, está sendo dilapidado. Deixar de defender a soberania nacional porque antipatiza com esse ou aquele partido revela imaturidade para perceber o que está em jogo. Somente ocupações de proporções chilenas é que farão barrar o avanço do ultraliberalismo, que vem para transformar o Brasil em uma imensa fazenda a serviço do desenvolvimento de outros países. O aniversariante, que ajudou a construir a transposição do Rio São Francisco, um acelerador de partículas, submarino nuclear, o mais moderno avião cargueiro do mundo, que fez, junto com Dilma, a Petrobras receber, em 2015, o maior prêmio que uma petroleira do seu porte pode receber, por desenvolvimento de tecnologia, Lula pediu de aniversário para não deixarmos destruírem o Brasil.

Somente ruas transbordando de gente podem atender a esse pedido tão especial. Conversar em casa, com os vizinhos, com os colegas de trabaho e com os parentes podem ajudar a formar a resistência necessária para impedir o desmonte dos serviços públicos, fundamentais no nono país mais desigual do mundo, o Brasil. Sem essa condição, as mesmas políticas adotadas no Chile, há 30 anos, serão todas implantadas neste País, que será acometido de uma profunda processo de miserabilização e explosão da violência. O que está em jogo não são os partidos, mas a soberania do País, que está muito acima de qualquer tendência ideológica, ou, pelo menos, deveria. Sem os recursos energéticos e as empresas estatais, o Brasil estará sempre a serviço dos interesses de outros povos. Os brasileiros devem decidir se essa é a condição que lhes cabe. Merecemos Lula?

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