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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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Pedro Parente consolida o PSDB na lixeira da história política brasileira

O colunista Gustavo Conde considera que o “efeito Parente” é o canto do cisne do PSDB, enquanto partido político; para Conde, pela primeira vez na história, o PSDB assumiu o protagonismo de alguma coisa: o protagonismo do golpe; o colunista acredita que um dos efeitos positivos do golpe de 2016 será a desinvenção do PSDB enquanto sub projeto fracassado de nação

Presidente da Petrobras, Pedro Parente (Foto: Gustavo Conde)
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Com esse último episódio da Petrobras – o desastre Pedro Parente – o PSDB se consolida como o partido que sabe destruir o país. Um partido de tecnocratas que têm nojo do povo e do debate público. Um partido de pessoas prepotentes e falsos intelectuais. O partido que mais bem representa a violenta e infame elite escravocrata paulista.

Um partido que não tem a menor ideia de como gerenciar o planejamento estratégico de um país. Um partido com a visão limitada de políticas públicas. Um partido composto por economistas de gabinete, por carreiristas de agências de pesquisa aparelhadas, por quadros egressos da direita fóbica. 

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O PSDB se mostrou um desastre, uma vergonha, um amontoado de engravatados que desfila seu pedantismo nos veículos de comunicação oficiais do país. No fundo, não passam de quadros subservientes e com rabo preso. 

São os famosos professores que 'não sabem nada', que usam o cargo que lhes foi concedido na base do favor (o orientando que é amigo do chefe de departamento) e que, por isso mesmo, tornam-se agentes violentos de poder incrustados nos corredores universitários. 

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São pessoas mal formadas, que acenderam no nicho acadêmico (conheci muitos na Unicamp e um tanto maior ainda na Usp) confeccionando teses que são meras repetições das referências bibliográficas, também escolhidas a dedo e na base do favor e da subserviência intelectual. Tucano não inova, tucano repete.  

Esse comportamento domesticado tem grande aceitação nos corredores políticos das universidades públicas estaduais paulistas, focos de poder do tucanato, enrustido ou não. É só gente incompetente. Não rendem debate, não rendem ousadia, não rendem produção acadêmica de qualidade.  

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As lambanças recentes desse sub segmento vão do volume morto nos reservatórios de São Paulo às mortes no trânsito que voltaram a crescer na capital com a gestão Doria. Dá para levar a sério tecnocratas com esses resultados? 

Como se não bastasse, para piorar, os quadros tucanos do interior do país mesclam a prepotência do falso cosmopolitismo com a ignorância das elites rurais do século passado. Tucano prefeito de interior é gente grossa que administra a cidade como a fazenda da família. 

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E garantem a ração do financiamento com braços religiosos, fraudes fiscais, conexões obscuras empresariais e toda sorte de conchavos no sistema bancário. A máscara tucana é muito eficiente para esconder a rapinagem explícita dos recursos públicos: eles falam “bonitinho” e enganam qualquer jornalista e qualquer cidadão propensos a encantamentos retóricos. 

Tucano do interior paulista é um capítulo à parte. É um segmento que não se encaixa no discurso da esquerda e que não sabe para onde ir. Daí sobra esse grupinho, que em geral está associado aos rotarys, às maçonarias, aos milicos e às elites locais que não têm para onde correr diante da “ameaça permanente do PT”.

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E no estado de São Paulo, qualquer partido que não seja o PT ou o PCdoB, são partidos tucanos. PV, PSB, PPS etc, nesse estado atrasado, são partidos de aluguel do tucanato. É deprimente. 

Pior ainda que tucanos filiados são os tucanos enrustidos, os chamados “isentões”. É gente que não tem coragem de se assumir tucana, mas que, através de uma linguagem empolada e cheia de verniz acadêmico, defende o mesmo projeto covarde de passar uma vida inteira “tirando da reta”. Traduzindo: são mais ‘em cima do muro’ que os próprios infelizes peessedebistas filiados, um feito inédito de nulidade intelectual. 

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O PSDB, portanto, garantiu na história o seu lugar de partido do atraso, de partido conservador, de partido fascistoide de direita. Seguiram FHC na picaretagem acadêmica e partiram para, pela primeira vez na vida, assumir o protagonismo de alguma coisa: o protagonismo do golpe de 2016. 

O PSDB vai ser expurgado da história como o pior e mais infame partido político que o Brasil já teve a infelicidade de gestar. Ele arrasou o país, desde a redemocratização. Seus líderes adocicados do passado (Montoro e Covas) são apenas um quadro velho e empoeirado na parede. Se vivos, estariam na mesma entropia de horror e incompetência.  

O golpe terá esse efeito positivo no final das contas. É a pá de cal nessa velhacaria escrota que devastou a soberania do país.

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