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Jeferson Miola

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Pesquisas apontam crescimento de Boric no Chile

"Os levantamentos desta última semana convergem na aferição de uma diferença pró-Boric ao redor de 6% – algo como 53% a 47%", informa Jeferson Miola

(Foto: Reprodução)
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A duas semanas do 2º turno da eleição presidencial chilena, se acirra a disputa entre o progressista Gabriel Boric, pela Frente Ampla, e o ultradireitista José Antonio Kast, pelo Partido Republicano.

A vantagem apertada de Kast no 1º turno, de apenas 2,07% sobre Boric [146.610 votos], prenunciava uma disputa bastante difícil no 2º turno.

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Todas as 9 pesquisas divulgadas no país desde 26 de novembro sobre a intenção de votos indicaram, entretanto, vantagem de Boric em relação a Kast.

A significativa variabilidade dos resultados encontrados, entretanto, ainda que sempre apontando tendência de vitória do Boric, desaconselha qualquer conclusão assertiva a respeito do prognóstico.

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Os levantamentos desta última semana, mais homogêneos nos resultados, convergem na aferição de uma diferença pró-Boric ao redor de 6% – algo como 53% a 47%.

Este cenário, teoricamente, guarda coerência com a dinâmica de massas da campanha frente-amplista no 2º turno e traduz o assombro dos setores populares e democráticos da sociedade chilena com os riscos de retrocessos e de totalitarismo que Kast representa.

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Esta presumível dianteira eleitoral de Boric pode representar o reequilíbrio da relação social de forças no país, que tem no processo Constituinte uma perspectiva majoritariamente progressista, popular e de esquerda. Boric é o candidato que melhor capta a ânsia da maioria do povo chileno por mudanças econômicas, sociais e institucionais.

Este quadro reflete, também, o maior potencial que possui Boric de se beneficiar da transferência de votos do eleitorado que optou por alguma das candidaturas derrotadas no 1º turno, sobretudo das que expressam compromisso com a democracia e as de recorte progressista.

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Boric recebeu apoio da centrista ex-Concertación [Partido Socialista e Democracia Cristã], do Partido Progressista e de figuras destacadas na cena política nacional, como Carmen Frei, filha e irmã de dois ex-presidentes do país.

Kast, de outra parte, somente angariou apoio do candidato situacionista Sebastián Sichel, que carrega consigo a enorme rejeição do governo Piñera, do qual foi ministro até assumir a candidatura presidencial.

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Já Franco Parisi, direitista demagogo que obteve surpreendentes 12,8% dos votos fazendo sua campanha exclusivamente por meio das redes sociais desde o Alabama, nos EUA [não pisou em solo chileno em toda eleição devido a problemas com a justiça] e ficou em terceiro lugar, à frente das candidaturas da UDI [Sichel] e da ex-Concertación [Provoste] – agrupamentos tradicionais que polarizavam a política chilena nos últimos 35 anos – rechaçou apoiar tanto Boric quanto Kast. Este posicionamento de Parisi beneficia, indiretamente, Boric.

Enquanto Boric recebe apoios de políticos e governantes mundiais progressistas como o ex-presidente Lula, do Brasil, a colheita de Kast na arena internacional não poderia ser mais prejudicial aos seus próprios interesses eleitorais.

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Ele conta com o apoio, dentre outros, do presidente brasileiro Bolsonaro, com quem se identifica, e cuja associação transmite ao povo chileno a percepção do brutal desastre econômico e social promovido pelo seu análogo fascista do Brasil.

A legislação do Chile proíbe a divulgação de pesquisas nas duas semanas finais do pleito, ou seja, a partir deste sábado, 4 de dezembro. De agora até o domingo de 19 de dezembro, portanto, o termômetro da campanha eleitoral estará nas ruas, na disputa renhida dos candidatos pelo voto da maioria chilena para conquistar o direito de dirigir o país no próximo período rico e complexo que se avizinha.

A eleição de 19 de dezembro não define somente quem presidirá o Chile, mas coloca o país diante da possibilidade ou não de continuar e aprofundar as duas transições em curso: [1] a transição para uma constituição republicana e democrática pós-pinochetista, e [2] a transição para um modelo econômico pós-neoliberal.

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