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Ponte para o futuro é uma cópia piorada do modo tucano de governar

O entreguismo típico da elite associada ao capital transnacional e a subserviência geopolítica que privilegia investidores estrangeiros desconsidera a proteção ambiental e agride a soberania nacional constituem, pois, a síntese do ideário golpista

O entreguismo típico da elite associada ao capital transnacional e a subserviência geopolítica que privilegia investidores estrangeiros desconsidera a proteção ambiental e agride a soberania nacional constituem, pois, a síntese do ideário golpista (Foto: Elvino Bohn Gass)
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No ensaio para o que seria seu discurso de posse, que só acontecerá se a conspiração golpista se consumar, Michel Temer não assume nenhum compromisso com o combate à corrupção. Faz lógica. Temer é parte interessada no medonho "acordão" que visa livrar da cadeia todos os corruptos que apoiam o impedimento de Dilma. Daí que o discurso não revela nada mais do que o caráter franzino de seu autor.

O verdadeiro Temer, contudo, não é esse dos recados propositadamente vazados, mas o que assina o documento chamado "Ponte para o Futuro". O verdadeiro Temer defende desvincular o reajuste do salário mínimo da inflação. E não vê problema em os aposentados ganharem menos do que o piso salarial. Consumado o golpe, Temer não começará por cima, mas por baixo, fazendo pobres ficarem mais pobres.

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Há quem pense que a pior parte do golpe seria Eduardo Cunha na condição de vice. Mas há coisas ainda piores e já anunciadas. Basta ler a tal "ponte". Lá está escrito, por exemplo, que "o Brasil gasta muito com políticas públicas". Traduzindo: os brasileiros têm direitos demais, inclusive trabalhistas. Lá está escrito que um eventual governo ilegítimo de Temer criará um comitê para avaliar programas estatais, o que não passa de um biombo por trás de onde tentarão justificar a redução drástica de benefícios como Bolsa Família e ProUni.

Não é por outra razão, mas por compartilhar do assalto aos direitos sociais e trabalhistas, que gente como os senadores tucanos José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) e entidades patronais como a Fiesp (que pôs jatinhos à disposição de deputados que quisessem votar pelo impeachment/golpe) e a CNI (que na manhã seguinte à aprovação do golpe pela Câmara, já defendia o fim do regime de partilha na exploração do petróleo do pré-sal) estão apoiando e sustentando a conspiração para levar Temer à presidência.

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Afinal, a "ponte" não passa de uma cópia piorada do modo tucano de governar. Trata-se, por fim, de um retorno à privataria e à liquidação do patrimônio público. Estão lá, mal disfarçadas, as máximas do Brasil do atraso: um país para poucos e um governo aliado ao andar de cima.

Do mesmo PMDB de Temer, o senador Roberto Requião (PR) lê as entrelinhas da tal "ponte" e enxerga nela duas medidas criminosas: a) o fim do regime de partilha e o retorno ao regime de concessões (aí incluído o estratégico pré-sal); b) a sustação do projeto do Brics, submetendo o país às parcerias econômico/políticas lideradas pelos EUA.

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Entender tais ideias como retorno ao tempo em que, como bem lembrou Chico Buarque, falávamos fino com os norte-americanos e grosso com a América Latina é compreender o verdadeiro sentido de um pretenso governo Temer e de sua "ponte".

O entreguismo típico da elite associada ao capital transnacional e a subserviência geopolítica que privilegia investidores estrangeiros desconsidera a proteção ambiental e agride a soberania nacional constituem, pois, a síntese do ideário golpista. Oposição e resistência a isso tudo é que anunciamos quando dizemos que não vai ter golpe, vai ter luta.

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