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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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Por que Cuba e Venezuela incomodam tanto os EUA?

O governo americano, que já financiou diversos golpes de Estado na América Latina, ignorando processos democráticos, tem um motivo especial para se sentir ameaçado por essas duas nações: o regime socialista

O governo americano, que já financiou diversos golpes de Estado na América Latina, ignorando processos democráticos, tem um motivo especial para se sentir ameaçado por essas duas nações: o regime socialista (Foto: Guilherme Coutinho)
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Menos de 24h após a divulgação do resultado das eleições na Venezuela, que reelegeu Nicolás Maduro, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou sanções econômicas ao país. A reação, praticamente imediata, veio antes mesmo de qualquer apuração de denúncias sobre irregularidades no processo eleitoral. Situação semelhante vive Cuba. A ilha caribenha, que faz fronteira marítima com os EUA, sofre um duro embargo econômico que já dura mais 5 décadas. O governo americano, que já financiou diversos golpes de Estado na América Latina, ignorando processos democráticos, tem um motivo especial para se sentir ameaçado por essas duas nações: o regime socialista.

A partir da década de 1950, os EUA, em resposta ao fortalecimento da então União Soviética, iniciou um processo (que aparentemente dura até hoje) de combate à ideologia socialista. O processo foi mais intenso nas Américas, entendidas pelos norte-americanos como um “quintal”. Documentos já comprovaram o apoio americano em diversos golpes de Estado no continente, sempre contra estadistas de esquerda. Como exemplo, podemos citar o próprio golpe militar de 1964, no Brasil, que, comprovadamente, contou com o apoio financeiro e armamentício estadunidense, através da operação “Brother Sam”. Internamente, o governo americano perseguiu, de forma autoritária, qualquer cidadão que pudesse ter alguma ligação com o socialismo, no período conhecido como Macarthismo.

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Com o fim da guerra fria, a caça ao comunismo deveria ter tido um fim, mas não foi o que aconteceu. Mesmo sendo a única superpotência no mundo, os EUA continuaram a campanha de perseguição a regimes que se identificassem, em maior ou menor grau, com o socialismo. O embargo a Cuba não teve um fim, e outros países, com governo de esquerda, sofreram retaliações. Documentos vazados pelo WikiLeaks demonstraram interferência no governo de Evo Morales, na Bolívia, a partir de 2005 e espionagem à então presidenta brasileira, Dilma Rousseff, em 2015 – um ano antes de sua deposição. A Venezuela, rica em petróleo e alvo de sanções expressas agora, já vinha sofrendo pressões desde o governo de Hugo Chavez. E isso são apenas alguns exemplos.

Com esse histórico, fica mais fácil entender a excessiva preocupação americana com dois países que não apresentam relevância proeminente nos quesitos bélicos ou financeiros. O regime socialista, como uma alternativa ao capitalismo financeiro, ainda ameaça a superpotência. Os embargos e boicotes econômicos massacram ainda mais a já frágil economia desses países, descartando as supostas intenções humanitárias. Seria um contrassenso imaginarmos que um país que depôs tantos estadistas eleitos, agiria por apresso regime democrático. Para Washington, hoje e ontem, é inaceitável a presença de socialistas em seu quintal.

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