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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Por que tanta demora para libertar Lula?

Passados vários dias da explosão da bomba detonada pelo site The Intercept, ao revelar o escândalo da trama montada pela Operação Lava-Jato para prender Lula e tirá-lo da sucessão presidencial, nenhuma providência concreta foi tomada até agora para punir os responsáveis ou, pelo menos, para apurar os fatos denunciados", diz o colunista Ribamar Fonseca. "Enquanto isso o tempo vai passando e o ex-presidente Lula permanece na prisão, embora todos saibam que ele foi condenado injustamente", ressalta

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Passados vários dias da explosão da bomba detonada pelo site The Intercept, ao revelar o escândalo da trama montada pela Operação Lava-Jato para prender Lula e tirá-lo da sucessão presidencial, nenhuma providência concreta foi tomada até agora para punir os responsáveis ou, pelo menos, para apurar os fatos denunciados. Por enquanto só palavras, manifestações inflamadas no Congresso, declarações e notas divulgadas pela imprensa. As principais instituições às quais está afeto o problema, o Conselho Nacional de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, se mantém em conveniente silêncio, fingindo-se de mortas porque sabem que também são responsáveis pelos crimes praticados pela força-tarefa. Os principais atores da farsa, o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, contam com um enorme espaço na Globo, que assumiu a defesa de ambos. E enquanto isso o tempo vai passando e o ex-presidente Lula permanece na prisão, embora todos saibam que ele foi condenado injustamente, vítima de uma armação para impedi-lo de voltar ao Palácio do Planalto.

            Afinal, o que estão esperando para libertá-lo? Por que ninguém faz nada, mesmo sabendo que sua condenação foi uma fraude? Alguém precisa tomar a iniciativa, no Supremo e no Congresso Nacional, para uma ação concreta visando reparar a injustiça de que o ex-presidente foi vítima, já que o presidente da Suprema Corte, Dias Tóffoli, está calado, assim como os presidentes da Câmara e do Senado. Convocar Moro e Dallagnol para dar explicações aos parlamentares não resolve nada, pois o que deve produzir efeitos, mesmo, é a instalação de uma CPI. A gravidade do escândalo não comporta demoras para a tomada de providências, até porque isso importa também na desmoralização completa do Judiciário, que tem sido duramente criticado pelas decisões tomadas nos últimos tempos, especialmente o STF. Aquela Corte, no entanto, ao invés de tomar as providências que lhe competem para evitar o seu descrédito total e recuperar a confiança da população, preferiu  procrastinar no julgamento da ação que permitiria a liberdade de Lula, adiando mais uma vez a decisão.

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            E nesse meio tempo vão surgindo manifestações de apaixonados antipetistas, como o general Villas Boas, para quem não importa os meios para atingir os fins, desde que o PT seja mantido longe do poder. Ou seja, dane-se a Lei. Ele defendeu Moro e a Lava-Jato nas redes sociais, chegando a dizer que a operação age com “ética e respeito ao interesse público”.  Ética, general? Por acaso foi ético colocar tanques em frente do STF para impedir a libertação de Lula? Por acaso será ético interferir em decisões do Supremo? Respeito ao interesse público, general? Se houvesse respeito ao interesse público Lula não estaria preso, pois o povo, em sua esmagadora maioria segundo pesquisas, considerou-o o melhor presidente que este país já teve e, inclusive, queria elegê-lo novamente presidente.  Percebe-se, sem muita dificuldade, que os defensores das ações criminosas da Lava-Jato não estão preocupados com os aspectos legais do procedimento do juiz e procuradores mas, apenas, com o aspecto político. Para eles, mesmo juridicamente errada,  a Lava-Jato está politicamente correta. Uma vergonha que pensem desse modo, pois estão defendendo o desrespeito às leis e à Lei Maior, a Constituição Federal, para satisfazer suas convicções político-ideológicas. Isso não é democracia: é ditadura.

            Enquanto o presidente do STF, Dias Tóffoli, se mantém em silêncio, talvez por ser um dos principais responsáveis pela manutenção de Lula na prisão, o ministro Barroso, que tem marcado sua atuação na Corte por posições políticas, também defendeu Moro e a Lava-Jato. Evitou, em declarações à Globo, se referir explicitamente ao julgamento de Lula para exaltar o papel da força-tarefa no combate à corrupção na Petrobrás. Ora, além de não existir nenhuma prova contra o ex-presidente, que não praticou nenhum tipo de corrupção, o The Intercept revela de maneira cristalina a manipulação do material insuficiente contra o líder petista, pelo ex-juiz e procuradores, para prendê-lo e tirá-lo da sucessão presidencial. Enquanto Barroso se coloca ao lado de Moro, até um deputado americano, Ro Khanna, da Califórnia, convencido da farsa da Lava-Jato, apela ao presidente Donald Trump para investigar o comportamento do pessoal da força-tarefa.  Ele só errou no endereço do apelo, pois Trump é aliado de Bolsonaro e jamais tentaria qualquer ação que pudesse atingir um ministro do presidente brasileiro. De qualquer modo, a manifestação é válida, pois evidencía o tamanho da repercussão do escândalo que os inimigos  do Brasil e os apaixonados antipetistas tentam minimizar.

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            Diante de manifestações cínicas de quem acusa de ilegal a divulgação dos áudios contendo conversas de Moro com os procuradores mas defende os grampos nos telefones da presidenta Dlma e do ex-presidente Lula, resta ao jornalista Gleen Grennwald  publicar urgentemente o resto do material em seu poder, de modo a que a população tenha conhecimento das ilegalidades cometidas pelo ídolo de pés de barro criado pela Globo, o super-herói do mal.  Até porque parece ingenuidade imaginar-e que o presidente Bolsonaro exoneraria Sergio Moro do Ministério da Justiça por conta do escândalo.  Ele não o demitirá – ao contrário,  até o condecorou – a não   ser que seja obrigado a isso para salvar o seu governo, porque  sabe que deve a Moro a sua eleição. Na verdade, todo mundo sabe que se Moro não prendesse Lula o capitão jamais venceria a eleição. Aliás, até hoje para muita gente não caiu ainda a ficha da eleição de Bolsonaro. Para essas pessoas é muito difícil acreditar que  um deputado medíocre e apagado,  sem qualquer liderança, possa ter sido guindado à Presidência da República como um passe de mágica, num piscar de olhos. Afinal, o que aconteceu? Como um sujeito sem entender de economia e  sem nenhum preparo, que ele próprio admite,  e sem nenhuma experiência administrativa  conseguiu chegar de um pulo ao cargo mais elevado de um país de dimensões continentais como o Brasil?  Existe sim uma explicação: o estado de espírito do eleitor, envenenado pela Globo contra os políticos, e o massacre das fakenews  nas redes sociais. Mas isso é outra história que, espera-se, esteja próxima do fim.

           

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