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Toninho Kalunga

Ex-vereador do PT em Cotia. Foi coordenador Estadual de Formação Política do Diretório Estadual do PT/SP. Cristão católico ligado aos Orionitas no Santuário São Luís Orione

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Por um debate sobre um projeto educacional que seja defendido pela esquerda

Incrivelmente, a esquerda ao debater educação, repete pelo outro extremo a discussão monetarista da educação. Se de um lado, a direita quer tirar direitos, uma parcela considerável da esquerda por sua vez, debate quase que em uníssono apenas o significado financeiro da educação.

(Foto: CECILIA BASTOS/USP Imagem)
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Incrivelmente, a esquerda, ao debater educação, repete pelo outro extremo a discussão monetarista da educação. Se de um lado a direita quer tirar direitos, uma parcela considerável da esquerda, por sua vez, debate quase que em uníssono apenas o significado financeiro da educação.  

Enquanto isso, a essência de um projeto de Educação que leve em conta a realidade cultural e o protagonismo da inovação e democratização da educação no chão da escola fica relegado a segundo, terceiro ou quarto planos, isso quando incluído. O debate sobre a segurança financeira - legítima e necessária - para os trabalhadores da educação acaba por vezes atropelando iniciativas que poderiam surpreender o processo educacional, mas o corporativismo e a redução do debate em torno de temas que deveriam caminhar juntos e paralelamente, como projetos pedagógicos e inovação, impede estes avanços e com isso, permitir que haja condição para se exigir condições dignas de salários e valorização profissional. 

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Os nossos filhos e netos evoluíram, mas a escola não. E não importa se a escola é publica ou particular! O modelo é essencialmente o mesmo. Estamos impondo aos nossos jovens um modelo escolar anacrônico, atrasado, cansativo e perdulário. A um fingimento recíproco entre ensinar e aprender. 

Existem ao mesmo tempo, várias experiências pontuais de escolas públicas e particulares e comunidades que sentindo estas necessidades, apontam para caminhos que vão tentando encontrar seu lugar ao sol. 

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Mas não é fácil. Esbarra-se em estruturas arcaicas, onde da mesma forma que colocamos nossos meninos e meninas, sentados um atrás do outro em linha de produção Fordista, onde o espaço para observação se limita a nuca do colega à frente, também impedem o crescimento das escolas inovadoras ou escolas democráticas.

Na outra ponta, cresce a olhos vistos e com a coragem destemida de quem não tem compromisso com o coletivo, mas apenas com seu grupo ideológico, as escolas militares. E aqui, cabe um parêntese. A diversidade cultural brasileira tem espaço sim para escolas dessa natureza. E isso não deveria sequer incomodar, pois, a liberdade de opção, passa também pela escolha de uma escola que possa ter na disciplina militar uma opção pedagógica que cabe aos pais, aos alunos e professores a opção em admiti-la em seu meio.    

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As escolas militares  são flagrantemente ideológicas no conceito da direita política. Vê-se claramente o ímpeto, a vontade  e a disposição da direita em dispor e propagandear seu projeto educativo baseado no triunvirato disciplina, imposição e exclusão.   A metodologia pedagógica da escola militar se baseia nestas dimensões: Disciplina militarizada e imposição de um processo ideológico baseado na obediência ao estilo: manda quem pode, obedece quem tem juizo e exclusão sumária daqueles que não se adequarem aos dois primeiros quesitos. Neste caso, a escola sem partido só serve se o ensino for progressista.  

Pensar que no Brasil, até 1988, ou seja, há apenas 30 anos atrás, o ensino obrigatório era uma letra morta, pois embora existisse na lei, não havia recursos públicos obrigatoriamente destinados pra fazer cumprir tal obrigação, e que por esta razão, a educação formal era um direito assegurado apenas aos que, ou tinham dinheiro ou tinham acesso a alguma escola que dispusesse de vagas (da mesma forma que acontece hoje nas creches de 0 a 3 anos de idade. Diz a lenda que tem que oferecer vaga, mas não tem).

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As escolas inovadoras e democráticas são experiências verdadeiras, pedagogicamente viáveis, com custos a curto, médio e longos prazos mais baixos que a tradicional, que oferece aos alunos uma condição de crescimento e valorização de seu potencial individual que o ensino tradicional impede por sua natureza de acontecer. 

Entre os anos de 2014 e 2015, já no final do governo de Dilma Roussef, o Ministério da Educação reconheceu 178 instituições educacionais brasileiras, entre organizações não governamentais, escolas públicas e particulares, como exemplo de inovação e criatividade na educação básica. As informações estão condensadas no Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica: Vale a pena ler e conhecer este projeto.

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Quando se fala em escolas inovadoras  ou democráticas, não se fala em “escolas de esquerda”, mesmo porque isso não seria nem verdadeiro, nem intencional. As escolas inovadoras não tem coloração ideológica! 

As escolas inovadoras têm como perspectiva a formação da pessoa a partir da própria construção sócio cultural e conhecimento que será valorizado, incentivado e aprofundado. Assim, faz com que o aluno passe de mero expectador para protagonista do próprio saber, que será adquirido com muito mais capacidade de formulação, prazer em aprender e busca pelo conhecimento.

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Vale a pena ler e conhecer este projeto. A esquerda como um todo, não prestou ou deu atenção devida a estes dados! Individualmente, existem iniciativas, mas raramente há uma organização a partir de um pensamento organizado e uma proposta que seja inovadora do ponto de vista da ação governamental.

A lição que se tira disso é que a direita no governo é muito mais pragmática e ideologicamente assumida que a esquerda. A direita não faz concessões nem se abre ao contraditório a ponto de impedir que seus projetos sejam encaminhados. Já a esquerda brasileira é permissiva e pouco solidária no que se refere a apoiar iniciativas que não seja inicialmente proposto por seus próprios membros. As 178 escolas inovadoras espalhadas pelo Brasil, são provas disso!

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