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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Por uma universidade popular

Não há dúvida da quantidade de bons trabalhos, das boas produções e que universidades/faculdades do país realizam, mas o problema do ensino superior é que esqueceu do bairro, da favela, da periferia, do acampamento, do presídio. Abriu mão do povo

Não há dúvida da quantidade de bons trabalhos, das boas produções e que universidades/faculdades do país realizam, mas o problema do ensino superior é que esqueceu do bairro, da favela, da periferia, do acampamento, do presídio. Abriu mão do povo (Foto: Ângelo Cavalcante)
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O problema do ensino superior é que esqueceu do bairro, da favela, da periferia, do acampamento, do presídio. Abriu mão do povo! Não há dúvida da quantidade de bons trabalhos, das boas produções e que universidades/faculdades do país realizam; mesmo enfiada na pior crise de toda sua história, ainda assim, bons e atentos professores não abrem mão do rigor científico, da pesquisa séria, das boas análises e leituras e desse quadro de princípios profissionais despontam excelentes produções desde a graduação.

Só entra um detalhe essencial e definitivo em cena: o povo; professores são necessariamente seres políticos; formadores privilegiados de opinião e é preciso educar as massas. Não dá mais para caminharmos em círculos! Não faz o menor sentido dizer as mesmas coisas para as mesmas pessoas. Escrever para o mesmo público, anunciar para o mesmo segmento, palestrar para os mesmos ouvidos.

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Ou levamos esses saberes científicos para o povo ou perdemos a razão de ser. Fazendo isso... Ele fará o que lhe cabe! Não tenham dúvidas disso! Tal qual Lênin fez em 1917 numa Russia semi-feudal temos também o dever de acreditar em nosso povo. A saída para a universidade está onde ela não está, onde não foi, onde se nega a ir. Seu lugar? Nos impossíveis do país.

Se a universidade não se vincula ao povo se fragiliza ao ponto de desaparecer; abre flancos perigosos para o avanço da metástase do pensamento neoliberal e que, bom dizer, não tira férias; opera a todo instante; na linguagem, nos comportamentos, na relação com os espaços públicos e privados, nos modelos de gestão, na organização sindical, no êxito do negócio privado, no fracasso da política pública, no analista econômico, no consumismo da TV, na elegância do empresário, na pressa do rentista e na submissão do governo do país para abestados do Norte.

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Não haverá revolução no Brasil, sobretudo, uma revolução social e intelectual e que tanto precisamos sem as massas tornadas povo; povo organizado, afinado, pensante e em condições de reinventar esse país. A universidade não irá sobreviver se não redefinir sua relação com a população. Essa é sua condição de permanência! Seus ritos, seu formalismo, suas cátedras e todo o seu simbolismo não tem qualquer sentindo sem a interface decisiva e transformadora da presença popular em suas dinâmicas, rotinas e governos. Ela, a universidade, se renova quando se abre para a potência inventiva, inovadora e silenciosa de um povo que quer saber, que quer saber-se.

O alerta benfazejo de Ernesto Guevara, por ocasião do título de doutor honoris causa e que lhe fora conferido pela Faculdade de Pedagogia da Universidade Central de Las Villas em 28 de dezembro de 1959, nos é muito, mas muito apropriado quando afirma: "...E aos senhores professores, meu colegas, tenho que dizer-lhes algo parecido: há que se pintar a universidade de negro, de mulato, de operário, de camponês".

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Cores, novas cores, muitas delas! Fortes, vibrantes e contagiantes... A universidade brasileira carece destas novas cores ou irá desaparecer.

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