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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Povo aproveitou o carnaval para dar o seu recado

"O carnaval deste ano, o mais politizado de todos os tempos, deixou claro que, apesar das enormes dificuldades criadas pelo governo Temer com suas reformas destrutivas, o povo brasileiro não perdeu a alegria e, muito menos, a sua disposição de luta pelo que acredita. Engana-se quem imagina que a população está anestesiada, indiferente às ações deletérias do governo e do Judiciário, em relação à candidatura de Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República", escreve o colunista Ribamar Fonseca; em sua avaliação, independente do futuro, "o povo não ficará de braços cruzados"

"O carnaval deste ano, o mais politizado de todos os tempos, deixou claro que, apesar das enormes dificuldades criadas pelo governo Temer com suas reformas destrutivas, o povo brasileiro não perdeu a alegria e, muito menos, a sua disposição de luta pelo que acredita. Engana-se quem imagina que a população está anestesiada, indiferente às ações deletérias do governo e do Judiciário, em relação à candidatura de Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República", escreve o colunista Ribamar Fonseca; em sua avaliação, independente do futuro, "o povo não ficará de braços cruzados" (Foto: Ribamar Fonseca)
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A ministra Cármen Lúcia, ao que parece, gosta muito de holofote e lisonja. Afora as suas frases de efeito, que volta e meia lhe garantem espaço na mídia, ela não marcou a sua presença à frente do Supremo Tribunal Federal com nenhuma medida que produzisse algo positivo no funcionamento ou no comportamento da Justiça. Em compensação, tornou-se conhecida nacionalmente por suas visitas a presídios onde aconteceram rebeliões, o que lhe valeram posição de destaque no noticiário, mas até hoje ninguém sabe dos resultados práticos dessas visitas. Ela também parece gostar de homenagens. Além da homenagem que lhe foi prestada pela Globo, que lhe concedeu um troféu, recentemente ela também foi homenageada com um jantar pelos representantes das multinacionais do petróleo, com maioria do pessoal da Shell. Mas qual o motivo da homenagem pelas petroleiras? Certamente não foi pelos seus grandes e belos olhos. Então, por que? Tudo leva a crer que as multinacionais pretenderam agradá-la para conquistar a sua simpatia com vistas aos seus interesses, caso alguma ação sobre a compra de campos petrolíferas chegue à Suprema Corte.

As fotos do rega-bofe mostraram todos muito sorridentes e felizes, inclusive a própria ministra. E muita gente se pergunta: o que tem a presidenta do Supremo a ver com as atividades das multinacionais do petróleo? Qual o motivo de tanta felicidade? Aparentemente aquela alegria estaria relacionada com a condenação de Lula e a sua eliminação da sucessão presidencial, porque o ex-presidente já declarou que se eleito anulará todos os atos entreguistas do governo Temer, o que significa por um fim na farra de Pedro Parente e recuperar tudo o que o tucano entregou às petroleiras estrangeiras. Isto porque foi nesse jantar que a ministra afirmou que não pautaria a questão da revisão da prisão em segunda instância porque isso "apequenaria o Supremo". Tal declaração, obviamente, alegrou o coração dos executivos, especialmente da Shell, porque era um sinal de que o líder petista não conseguiria êxito em seus recursos para anular a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª. região e evitar a sua prisão. É possível, no entanto, que as esperanças deles sejam frustradas.

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Na verdade, mesmo contra a sua vontade, a ministra Cármen Lúcia terá de colocar em pauta, ainda este mês, a questão da revisão da prisão em segunda instância, porque há um pedido de habeas corpus em favor de Lula a ser decidido pelo plenário, para onde foi mandado pelo ministro Edson Fachin. Além disso, dentro do próprio Supremo cresce a pressão para que a questão seja julgada o mais rápido possível, pois embora a jurisprudência já tenha sido aprovada pela Corte, a votação foi dividida, o que significa que não há unanimidade no entendimento. Sobretudo porque a decisão foi considerada inconstitucional, já que a prisão após a condenação em segunda instância suprime a presunção de inocência assegurada pela Carta Magna. Diante disso, tudo indica que essa jurisprudência será derrubada, talvez pelo mesmo placar com que foi aprovada – ou até mais elástico – porque há uma tendência de mudança de posição de alguns dos ministros.

Há um outro fator que deve exercer pressão para a alteração desse quadro até agora desfavorável a Lula: a revolta popular, de consequências imprevisíveis, diante de uma possível prisão do ex-presidente. Sinais de que a população se prepara para sair às ruas disposta a brigar pela liberdade do seu candidato à Presidência da República já são visíveis em todo o país. O recado mais recente foi mandado pelos moradores da Rocinha, que estenderam à entrada da favela uma enorme faixa dizendo: "Se prenderem o Lula o morro desce". Outros sinais foram emitidos, em todos os recantos do Brasil, durante o carnaval, com marchinhas e blocos que deixaram bem clara a posição do povo, não apenas em relação a Lula mas, também, quanto ao governo Temer. A manifestação mais dura, inclusive transmitida ao país inteiro em rede nacional pela Globo, foi realizada pela escola de samba Paraiso do Tuiuti, que desfilou na Marquês de Sapucai com críticas a Temer, retratado como um "vampirão", e ironizando os que ocuparam as ruas nas manifestações contra a presidenta Dilma, vestidos como o pato da Fiesp e denominados de "manifantoches".

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O carnaval deste ano, o mais politizado de todos os tempos, deixou claro que, apesar das enormes dificuldades criadas pelo governo Temer com suas reformas destrutivas, o povo brasileiro não perdeu a alegria e, muito menos, a sua disposição de luta pelo que acredita. Engana-se quem imagina que a população está anestesiada, indiferente às ações deletérias do governo e do Judiciário, em relação à candidatura de Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República. Ninguém tem ainda condições de prever o que pode acontecer, caso o Supremo autorize a prisão do ex-presidente, mas em uma coisa todos concordam: o povo não ficará de braços cruzados, aceitando pacificamente a decisão da Justiça de eliminar das eleições presidenciais o seu candidato. Tomara que não paguem pra ver, porque muita gente poderá ser vítima do ódio que norteou as decisões que condenaram Lula, mesmo sem nenhum crime que justificasse a pena. O Brasil, afinal, não pode mais continuar refém do Judiciário.

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